Gazeta da Torre
Quais são os principais diferenciais do empreendedor brasileiro? Para Fernanda Teich, head de Gente da Stone, com formação em Educação-executiva pelas universidades de Columbia e Harvard (Estados Unidos), o povo brasileiro está tão acostumado a lidar, diariamente, com problemas das mais diversas esferas que a adaptação, o jogo de cintura, a flexibilidade e a redefinição de estratégias são características enraizadas. “Nós conseguimos avaliar um problema por várias óticas diferentes. Somos também um povo que gosta muito de trabalhar. Essa combinação é poderosa.”
Fernanda participou de um debate ao lado de André
Mercadante Américo, diretor de Rede, Planejamento Estratégico, Gestão de
Receitas e Alianças da Azul Linhas Aéreas, promovido pelo Canal UM BRASIL — uma
realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP) —, em parceria com a BRASA em Casa, a maior associação
de brasileiros estudantes no exterior.
Um dos temas do bate-papo foi o fato de que, em um país
com as dimensões do Brasil e tantas demandas em busca de solução, o
empreendedor brasileiro tem algumas condições que tornam esse ambiente
distinto. “O maior potencial de ganho que temos ao estarmos inseridos no nosso
contexto único é que somos uma nação de muitas oportunidades. Cada um dos
problemas dos quais reclamamos no dia a dia são, na verdade, uma chance de
concretizar uma entrega melhor. No cenário macro, também testamos muitas
coisas. A nossa natureza é de altos e baixos, então, somos especialistas em nos
adaptarmos às situações e tirar o melhor proveito delas. Está no nosso DNA”,
afirma Américo. “Como as respostas às perguntas do empreendedor nem sempre são
exatas e assertivas, os diferenciais da intuição, do ‘arriscar’, do se propor a
errar e da resiliência são valiosos. Já entendemos que, com inovação e
empreendedorismo, 99% do tempo é errar e aprender com os erros.”
Segundo Fernanda, as condições de empreendedorismo no
Brasil também têm características distintas, como a quantidade de pessoas com
potencial de empreender e instituições voltadas a fomentar isso, bem como menor
concorrência em comparação a nações mais desenvolvidas. “Quando você se propõe
a resolver um problema nos Estados Unidos, por exemplo, há mais de uma dúzia de
empresas que já conseguiram captar recurso e estão bem mais adiantadas. Aqui,
há espaço para ‘nadar de braçada’. Temos oportunidades, gente competente e
espaço para crescer.”
Um dos focos da conversa foi a respeito de como um
empreendedor pode mapear os recursos e oportunidades necessários para dar o
pontapé inicial. Américo pondera que “a análise não se trata apenas do aspecto
comercial, mas dos fundamentos de cada um dos locais prospectados. Certamente,
isso também envolve o palpite, o feeling comercial e o mapeamento, com dados
para análises socioeconômicas”, argumenta.
*Assista o debate completo:
https://www.youtube.com/watch?v=bvyy5NCaNso
Fonte:UM Brasil
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