O BBB 23 Big Brother Brasil – O maior reality show do
país – começou após a quinzena de janeiro, e com ele o interesse de milhões de pessoas em
acompanhar a rotina de desconhecidos, com quem passam a conviver diariamente.
Para além de simpatizar ou não com este formato de entretenimento, a ideia de
acompanhar a vida alheia vai além da mera curiosidade e expõe aspectos humanos
primários que superam as facilidades do mundo moderno.
O que está por trás do interesse pela vida alheia?
A neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro,
Livia Ciacci explica que o súbito interesse pela vida de alguém começa ainda
quando somos bebês e todos nossos comportamentos são moldados desde a infância
com base nos resultados que eles geram socialmente.
“O cérebro humano possui uma estrutura preparada para
observar os outros e interagir com eles, seja para gerar alianças ou competir.
No córtex pré-frontal ventromedial está uma parte da regulação dos
comportamentos sociais e manutenção de vínculos. Já no córtex somatossensorial
direito está a base de sentimentos sociais, como a empatia e a capacidade de
prever sentimentos por trás de expressões faciais”, explicou.
Além disso, segundo ela, também temos os neurônios
espelho, que se ativam quando observamos uma ação de outra pessoa e criam uma atividade
neural semelhante em nosso cérebro, como se nós estivéssemos fazendo aquela
ação “Por exemplo, quando alguém chora perto de nós, automaticamente nosso
rosto muda de expressão, ou quando alguém sorri, nós sorrimos de volta”,
detalhou.
BBB 23: A formação de grupos semelhantes
A partir dos reconhecimentos que fazemos dos outros,
nosso cérebro tende a agrupar com aqueles que pensam e reagem ao mundo de forma
parecida com a nossa, pois a previsibilidade do outro gera interações mais
agradáveis e formamos alianças e amizades.
“O problema começa quando no nosso limite de formar
grupos, não confiamos em todo mundo. Imagine nossos antepassados nas savanas, a
cooperação era necessária para a sobrevivência, mas como saber – dentre todos
os próximos – em quem confiar?”, explicou.
O pesquisador
Frank McAndrew publicou um texto na Scientific American Mind explicando que
neste período da história humana só seria bem-sucedido quem soubesse o que
estava acontecendo com os indivíduos ao redor, quem estava dormindo com quem,
quem era mais forte, quem conseguia recursos e território e a adaptação
biológica para reforçar esse comportamento foi exatamente ele ser prazeroso.
O interesse pela vida alheia
A neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro,
Livia Ciacci explica que a dinâmica social de hoje expõe publicamente, por
redes sociais ou programas de tv a vida de bilhões de pessoas, o que se torna
um “parque de diversões” para nossos sistemas de reconhecimento emocional e
julgamento social, trazendo à tona todos os instintos em diferentes
intensidades
“Mesmo que essas pessoas expostas sejam famosas e estejam
distantes, ter acesso a tantas “informações” íntimas sobre a vida delas engana
o cérebro, que entende que elas são importantes e as julga como se estivessem
próximas”, alertou.
Acompanhar a vida alheia: será que isso me faz mal?
A especialista do SUPERA explica que a fofoca e o
interesse por informações dos outros são biológicos e até certo ponto,
automáticos, sendo essenciais para a dança social
“Desde que em doses moderadas, ciúme, interesse pela vida
alheia, inveja e satisfação com o azar do outro, não precisam ser vistos como
problemas a serem reprimidos a todo custo, pois fazem parte de um grande quebra
cabeça social que nos ajudou como espécie, e ainda ajuda em certo grau. Por
exemplo, a inveja de uma conquista alheia pode servir de motivador para um
esforço maior na minha vida”, disse.
O problema, segundo ela, como em quase tudo na vida, está
nos excessos “Se mergulhar na vida alheia e deixar de ser responsável pela
própria vida é um grande desperdício de tempo!”
Outro problema sério é não ter maturidade suficiente para
controlar esses impulsos na vida profissional. “O ambiente de trabalho exige
muito mais cuidado e atenção com as condutas, pois uma fofoca no momento errado
pode prejudicar seriamente as pessoas envolvidas”, alertou.
BBB 23: Por que precisamos saber de tudo?
A teoria do Fear of missing out (FOMO) ou – em tradução
livre, medo de perder algo, ajuda a entender essa necessidade de acompanhar ou
saber de tudo que desenvolvemos com o avanço da tecnologia e também em
situações como o BBB 23. FOMO é o estado mental em que o indivíduo fica ansioso
e com medo de não conseguir acompanhar as atualizações, então ela se mantém
conectada o tempo todo às redes sociais e a internet.
Como as fofocas por si só atraem a atenção, o fato delas
estarem compiladas em um aparelho que fica quase 24 horas na nossa mão é
extremamente tentador.
Mas não são todas as pessoas que caem no círculo vicioso
do “medo de ficar de fora” “O estudo publicado em 2021 por Giulia Fioravanti e
colaboradores na revista “Computadores no Comportamento Humano” mostrou que o
estado de ‘FOMO’ foi positivamente correlacionado com depressão, ansiedade e
neuroticismo (níveis altos de sofrimento subjetivo) e negativamente
correlacionado com os níveis de consciência. Ou seja, quanto mais consciência
da própria vida, propósitos e autoconhecimento, menos ansiedade por ficar
acompanhando notificações ou postagens”, detalhou.
Viciado em BBB? Veja dicas para acompanhar menos:
Mude o foco de atenção, procure olhar para a própria vida
com mais carinho. Isso pode ser cultivado por meio de:
• Leituras
que auxiliam no autoconhecimento – sempre em livros de papel!
• Criação
de conexões reais com pessoas do seu convívio, por que não chamar aquele colega
para um café?
• Reduzir o
tempo de uso das mídias sociais, tendo em mente que as publicações refletem
apenas um pequeno recorte da realidade alheia e que não vale a pena se
comparar.
• Inserir
na rotina atividades ao ar livre, vale uma caminhada ou brincar com o pet.
Para reflexão:
É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve
aprender a fazer. Aristóteles
Você sabia:
O skate surgiu no final da década de 1930 e foi inventado
pelos surfistas da Califórnia, nos Estados Unidos. Eles criaram esse esporte
para poder se divertir nos dias em que o mar não tinha ondas.
Resposta do desafio de Dezembro.
Uma casa tem quatro cantos, cada canto tem um gato. Cada
gato vê três gatos. Quantos gatos tem a casa?
Resposta: Quatro gatos
Desafio de Janeiro.
José era capaz de pendurar um chapéu, andar 500 metros e
depois atirar exatamente no meio do
chapéu usando nada mais que sua pistola. Como ele conseguia isso?
Reposta do desafio na próxima edição.
Serviço:
Método Supera - Ginástica para o Cérebro
Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP
02-4270)
Unidade Madalena
Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.
Telefone: (81) 3236-2907
Unidade Boa Viagem
Telefone: (81) 30331695
--- divulgação ---
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