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Com base no estilo de vida, doenças e ambiente. Foto:Thinkstock |
Após 10 anos de pesquisas, a médica Flávia Addor, mestre
em dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, estabeleceu
cinco principais perfis de risco de envelhecimento da pele com base no estilo
de vida, doenças e meio-ambiente. A dermatologista explica quais são os
principais fatores internos e externos que causam danos à pele.
O ditado “você é o que você come” tem a ver com a pele
também. O estilo de vida pode nos dizer muito sobre como anda a saúde da pele.
Após anos de pesquisas, a dermatologista Flavia Addor, mestre em Dermatologia,
pós-graduada em Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e
da Academia americana de dermatologia, revela que os cuidados da pele devem ser
baseados nos impactos dos fatores internos e externos.
Os fatores internos são os agentes do próprio corpo que
causam o envelhecimento. “Com o passar dos anos, aumenta o dano oxidativo no
nosso organismo, causado pelos radicais livres. É um processo químico que
prejudica as nossas células. Além disso, a renovação celular da pele também
declina. É o que chamamos de envelhecimento intrínseco”, explica Flávia Addor.
Segundo a especialista, o diagnóstico do perfil oxidativo
do paciente é um dos mais importantes, pois os danos celulares causados pela
oxidação levam a vários problemas, como o envelhecimento acelerado e câncer de
pele.
Por sua vez, os fatores externos também interferem no
corpo e prejudicam a vitalidade da pele. “Os mais estudados são a radiação
solar, tabagismo, poluição e dieta, mas há também outros importantes como:
medicamentos, doenças, estresse e interferências emocionais, que precisam ser
pesquisados, pois podem impactar negativamente na marcha da pele ao longo da
vida”, revela a médica. Estes fatores não somente aceleram o envelhecimento
como causam problemas típicos, como as rugas e as mancha
Os cinco perfis
Considerando todos estes fatores baseados na literatura
cientifica mundial, Dra. Flávia estabeleceu cinco principais perfis de risco de
envelhecimento da pele com base no estilo de vida, doenças e ambiente. Conheça
os detalhes:
Oxidação: a pele é constantemente atingida por fenômenos
oxidativos, como radiação solar e poluição. Desta forma, o equilíbrio de
proteção do organismo pode ser rompido, levando à produção de células
cancerígenas e envelhecimento precoce. Além dos fatores ambientais, hábitos
como tabagismo, consumo regular de álcool, depressão e doenças sistêmicas
crônicas causar repercussões potencialmente negativas na pele e com efeitos
progressivos no tempo. As dietas pobres em antioxidantes como frutas, verduras
e legumes também colaboram para a menor defesa contra stress oxidativo;
Glicação: o excesso de açúcares reage com proteínas na
derme levando aos chamados AGEs (sigla em inglês de advanced glycation products
para produtos avançados de glicação), que resultam em alterações estruturais do
colágeno, envelhecimento prematuro e problemas de reparação cutânea. Enquanto
este processo ocorre em indivíduos normais e contribui com o processo de
envelhecimento, estados de hiperglicemia em pacientes diabéticos, dietas ricas
em açúcares o potencializam, com impactos maiores na pele e na saúde geral;
Inflamação: doenças inflamatórias, infecciosas,
autoimunes, fenômenos oxidativos, além do nosso próprio sistema de defesa
durante o envelhecimento, produzem por vários motivos uma inflamação leve e
crônica. Com o tempo, pode levar a danos teciduais, acelerando o
envelhecimento. A oxidação também pode acelerar o processo inflamatório
crônico;
Alterações metabólicas: com o passar dos anos, a
tendência do metabolismo é reduzir as funções celulares, colaborando para os
sinais do envelhecimento. Com isso, a renovação epidérmica leva mais tempo. A
velocidade da reparação cutânea cai, assim como a taxa de síntese de elementos
da pele. Especificamente nas mulheres, a menopausa provoca a deficiência de
estrógeno – talvez o fator mais relevante para a queda de metabolismo de
tecidos como o ósseo e, possivelmente, da pele também;
Mutagenicidade: A exposição da pele aos raios solares
pode ocasionar mutação do DNA das células. Uso de algumas medicações, como por
exemplo, quimioterápicos e imunossupressores também são capazes de levar a
mutações. Todo o organismo normal dispõe de mecanismos de reparo, cuja
eficiência tende a declinar com a idade. Estas mutações alteram o DNA e podem
ser associadas ao desenvolvimento Tumores não melanoma.
Todos esses perfis
podem ser diagnosticados em consulta médica com o auxílio do SAILA (skin
aging in longevity assessment) - um software pioneiro, lançado recentemente no
Brasil,apoiado pela Mantecorp Skincare, que usa inteligência artificial para
cruzar os dados dos pacientes com estes fatores relacionados a estes cinco
perfis e, desta forma, prevenir de forma mais precisa os riscos de
envelhecimento da pele. “Estamos alinhados a duas tendências mundiais: o uso da
inteligência artificial na medicina e a personalização do atendimento”, destaca
a especialista.
*Flávia Addor é mestre em dermatologia, pós-graduada em
Nutrologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e criadora do
software SAILA.
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