É o início de mais uma temporada para o futebol
pernambucano. E o ano de 2019 terá como principal desafio, para os três grandes
times da capital, a reconstrução, após um 2018 de poucos resultados positivos
para celebrar.
O Sport pagou caro pelos erros fora de campo e o rebaixamento à
Série B foi um justo castigo para um clube que atropelou o planejamento e não
soube lidar com sua crise financeira interna, que voltou a assolar o Leão, após
mais de uma década de austeridade. Náutico e Santa Cruz fracassaram juntos na
luta para voltar à Segundona, embora tenham chegado bem perto. Os erros
cometidos pelas duas equipes na trajetória da Série C devem ser analisados com
atenção, para que não se repitam em 2019, numa competição com um sistema de
disputa, em sua reta final, que não permite vacilos.
Para Náutico e Santa Cruz, a temporada 2019 começou mais
cedo do que os clubes estavam acostumados. A eliminação na Série C, em agosto,
se por um lado foi péssima para os times, do ponto de vista financeiro, por
outro, permitiu pensar o planejamento com mais cautela e tempo. É um fator
positivo, mas que também aumenta a responsabilidade das duas diretorias. Em
2019, não se poderá reclamar de calendário apertado e falta de oportunidade
para planejar.
O Sport, por sua vez, entrou em 2019 com uma expectativa
de renovação. A troca de grupo na direção do clube se mostrou inevitável, após
o fracasso dentro e fora de campo de 2018. Um novo-velho grupo assumiu, sob o
comando de Milton Bivar, que já dirigiu o Leão no biênio 2007/2008. Para essa
gestão, o desafio é correr para formar um novo time, dentro de uma realidade
financeira diferente da vivida nos últimos anos. As contas do clube precisam
ser sanadas, por isso, nada de loucuras na formação do elenco. Até mesmo
porque, agora a equipe passa a disputar a Série B, que exige um perfil
diferente de jogadores.
Embora os campeonatos brasileiros das Séries B e C sejam
os principais objetivos para os três grandes da capital este ano, a temporada
começa com outras competições pela frente. Campeonato Pernambucano, Copa do
Nordeste (sem a presença do Sport) e Copa do Brasil. Desafios que têm sua
importância para cada equipe. O Estadual, a cada ano mais enfraquecido, talvez
seja o que menos oferece, mas é inegável que a conquista desse título seja um
combustível e tanto para a torcida (vide o caso do Náutico em 2018, saindo da
fila após 13 anos). A Copa do Nordeste já tem um peso maior, por sua
dificuldade e envolvimento regional. É um torneio que permite aos times medirem
forças com equipes de fora do estado, mostrando em que patamar estão.
O desafio mais importante, no entanto, é mesmo a Copa do
Brasil e por uma questão simples e objetiva: dinheiro. É uma competição que
distribui valiosa premiação para os times que avançam de fase. Ou seja, diante
da situação financeira frágil dos clubes pernambucanos, ir longe na Copa do
Brasil será de grande valor. Para se ter uma ideia, segundo a CBF, o valor
total distribuído na edição 2018 aos 91 participantes foi de R$ 278,3 milhões.
O Náutico, por exemplo, avançou até a quarta fase do torneio no último ano,
garantindo a quantia de R$ 4,3 milhões. Embora boa parte desse valor tenha sido
destinado ao pagamento de dívidas trabalhistas, o que restou, cerca de 50%, foi
importante para a saúde financeira do Timbu durante a temporada 2018.
É assim que os três grandes da capital dão início a 2019.
Com enormes desafios, uma nova realidade e um nível de cobrança sempre elevado.
O torcedor pernambucano cobra, independente de competição. Quer ver resultado e
o time bem em campo. A responsabilidade das direções dos clubes é trabalhar com
critério e ser fiel ao planejamento traçado. Diante de um futebol, em âmbito
nacional, cada vez mais inflacionado por verbas gigantes vindas das cotas de
TV, mas que beneficiam apenas a uma elite, planejar e executar com rigor se
tornou fator diferencial para as equipes que trabalham com orçamentos menores.
Ter inteligência é a palavra.
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