Insights sobre Amor, Poder, Solidão e Autoestima
Gazeta da Torre
Faleceu recentemente o famoso e inigualável Flávio
Gikovate, médico psicanalista e escritor. Conhecedor profundo da alma humana e
dos sentimentos e comportamentos que afetam e interferem nas relações
interpessoais, especialmente as relações AFETIVAS. Assídua admiradora e leitora
das suas teses e defesas, desde bem jovem, aguardava seus belos, úteis e
sensatos artigos na sua coluna da Revista Cláudia. Hoje, continuo sendo sua fã.
Junto a tantas outras pessoas, lamento “a sua partida”, mas seu legado permanecerá!
Recente e oportunamente falando com uma amiga, mencionei
em especial, a sua tese quanto ao seguinte:
“As pessoas dizem viver procurando a sua cara metade... A
metade da sua laranja... ou consideram que perderam a sua metade... isso não
procede, SOMOS TODOS SERES COMPLETOS, NÃO EXISTE ESTA DE INCOMPLETUDE EM NÓS.”
E você, o que acha disso, leitor do GAZETA da TORRE?
É bom, maravilhoso, agradável e aconchegante ter alguém
que compartilhe conosco e vá afinando dia a dia o instrumento musical que é a
vida. Nem sempre é fácil e nem tudo é perfeito, pois somos seres “humanos” e
diferentes. Por melhor que seja a relação, em algum ponto, ou momento, haverá
seus embates e desafios, o que também é positivo, porque faz com que se
“cresça” junto, isso se houver “abertura” para o diálogo.
O que não se considera saudável é a pessoa SÓ se sentir
bem e INTEIRA, se estiver com “A” pessoa, ou “OUTRA” pessoa e desenvolver um
sentimento nocivo de POSSE. Escutei bem recentemente uma pessoa comentando:
“Parece que está faltando um pedaço de mim”. “Não consigo viver sem...” E
ainda: “Não consigo me livrar da solidão que ele deixou...” Sei que na dor, as
palavras são tomadas pela força de expressão, porém é bem preocupante, quando
realmente a pessoa se mantém apática! Isso porque, tudo pode desmoronar sutil e
lentamente... Ninguém poderá ajudá-la se ela não permitir. O mal do século, a
depressão, está sempre à espreita. É um processo autodestrutivo e pode ganhar
forma e força com a autoestima fragilizada.
MUITA ATENÇÃO!
Quando queremos que o outro nos complete, dentro da
perspectiva distorcida, com sentimento de posse ou de anulação, se perde a
individualidade e de alguma forma rouba-se a do outro. Pois, por mais amor,
afinidades que se tenham, todos têm e devem ter também, seus sonhos, projetos e
vontades diferentes. Se abdicarmos com frequência do que somos, em favor do
outro, com certeza logo se abrirão “gaps” na relação, lacunas de insatisfação
ou frustração e um dia isso aflora, ou melhor, explode e inevitavelmente haverá
a separação.
Diz-se que “Só se ama o que se admira”. Eu creio.
Portanto é bom andarmos juntos, cultivando a admiração e
sintonia, mas é salutar deixarmos espaço para que a subjetividade e
individualidade de cada pessoa se revelem, seja na relação afetiva, familiar ou
mesmo na vida social e profissional. Vamos PENSAR leve, SER mais leve, evitar
os jogos de PODER nas relações, para conseguirmos relacionamentos mais
sustentáveis e felizes?
Vera Silva (verasilva.mastercoach@gmail.com).
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