Em qualquer tempo é
possível pensar e descobrir uma maneira mais confortável de viver a velhice. No
entanto, é disso que os jovens, predominantemente, menos se ocupam, deixando
sempre para depois o que é uma realidade cronológica.
Há quem diga que a
jovialidade é um estado de espírito e bem assim a velhice seria também
caracterizada, não fosse a maneira como é considerada no mundo ocidental. Isto
é um fato na medida em que se avalia que a forma de pensar e, consequentemente,
de agir fazem parte do caráter de cada criatura, não tendo relação com o tipo
ou a idade do corpo.
Certamente, quem convive
de perto com pessoas idosas sabe bem essa diferença. Aliás, dentre aquelas
situadas na “melhor idade”, não poucas vezes nos surpreendemos com tanto vigor
e sabedoria, que superam muitos jovens.
Mas, afinal, como
seremos daqui a alguns anos? Onde e com quem estaremos? Teremos as mesmas
condições de decidir, realizar e prover? Nos veremos da mesma maneira que
enxergamos os idosos hoje?
Para começar a entender
a razão pela qual estas perguntas são tão intrigantes, que tal desconstruirmos
o olhar que associa o “velho” ao “inútil”?
Nenhum momento é mais
oportuno do que agora para compreender as fases da vida e respeitá-las. Desde
que a vida não é tão-somente uma contagem de anos, chegar na terceira idade é
um privilégio para poucos.
Dá para imaginar como
seria o mundo se as pessoas idosas fossem tratadas com toda reverência e
atenção? É assim que ocorre nos países orientais, onde o tempo bem aproveitado
é uma referência de equilíbrio e sabedoria quando os anos passam,acrescentando,
aos indivíduos, maturidade e capacidade de discernimento.
Lamentavelmente, a
sociedade capitalista se importa única e exclusivamente com a capacidade de
produção e, obviamente, para tais propósitos a senilidade só atrapalha, sendo
uma espécie de entulho. Quem não participa da escala produtiva fica à margem da
sociedade, caracterizando uma realidade cruel e indesejada.
Neste contexto como em
muitos outros, a educação afinada e aplicada pode ser o divisor de águas. Para
tanto, basta que cada núcleo familiar, por menor que seja, desenvolva ações
simples do cotidiano para ajudar uns aos outros, exercitando a sensibilidade e
o companheirismo, pois a velhice nada mais é do que uma fase a ser cumprida. A
velhice nada mais quer do que paciência e compreensão.
Quem não tolera o
próximo é porque possui necessidades especiais de educação básica, aquela que
avança em moralidade à medida em que o indivíduo expurga, de si mesmo, o
egoísmo.
Que tal tratarmos os
idosos como gostaríamos de ser tratados? Essa a grande responsabilidade que
temos diante do tempo que devemos valorizar! Pense nisto!
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