terça-feira, 7 de outubro de 2014

Coluna O LIMIAR DA EDUCAÇÃO - Outubro/2014 - Evalda Carvalho


Em qualquer tempo é possível pensar e descobrir uma maneira mais confortável de viver a velhice. No entanto, é disso que os jovens, predominantemente, menos se ocupam, deixando sempre para depois o que é uma realidade cronológica.

Há quem diga que a jovialidade é um estado de espírito e bem assim a velhice seria também caracterizada, não fosse a maneira como é considerada no mundo ocidental. Isto é um fato na medida em que se avalia que a forma de pensar e, consequentemente, de agir fazem parte do caráter de cada criatura, não tendo relação com o tipo ou a idade do corpo. 

Certamente, quem convive de perto com pessoas idosas sabe bem essa diferença. Aliás, dentre aquelas situadas na “melhor idade”, não poucas vezes nos surpreendemos com tanto vigor e sabedoria, que superam muitos jovens.
Mas, afinal, como seremos daqui a alguns anos? Onde e com quem estaremos? Teremos as mesmas condições de decidir, realizar e prover? Nos veremos da mesma maneira que enxergamos os idosos hoje?

Para começar a entender a razão pela qual estas perguntas são tão intrigantes, que tal desconstruirmos o olhar que associa o “velho” ao “inútil”?
Nenhum momento é mais oportuno do que agora para compreender as fases da vida e respeitá-las. Desde que a vida não é tão-somente uma contagem de anos, chegar na terceira idade é um privilégio para poucos.

Dá para imaginar como seria o mundo se as pessoas idosas fossem tratadas com toda reverência e atenção? É assim que ocorre nos países orientais, onde o tempo bem aproveitado é uma referência de equilíbrio e sabedoria quando os anos passam,acrescentando, aos indivíduos, maturidade e capacidade de discernimento.

Lamentavelmente, a sociedade capitalista se importa única e exclusivamente com a capacidade de produção e, obviamente, para tais propósitos a senilidade só atrapalha, sendo uma espécie de entulho. Quem não participa da escala produtiva fica à margem da sociedade, caracterizando uma realidade cruel e indesejada.

Neste contexto como em muitos outros, a educação afinada e aplicada pode ser o divisor de águas. Para tanto, basta que cada núcleo familiar, por menor que seja, desenvolva ações simples do cotidiano para ajudar uns aos outros, exercitando a sensibilidade e o companheirismo, pois a velhice nada mais é do que uma fase a ser cumprida. A velhice nada mais quer do que paciência e compreensão.

Quem não tolera o próximo é porque possui necessidades especiais de educação básica, aquela que avança em moralidade à medida em que o indivíduo expurga, de si mesmo, o egoísmo.


Que tal tratarmos os idosos como gostaríamos de ser tratados? Essa a grande responsabilidade que temos diante do tempo que devemos valorizar! Pense nisto!




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