Gazeta da Torre
O samba não é só um ritmo, é arquivo de dores e alegrias,
cartografia de migrações, gramática de resistência e instrumento de política
cultural
O samba não é só um ritmo, é arquivo de dores e alegrias,
cartografia de migrações, gramática de resistência e instrumento de política
cultural. Comemorado no Brasil em 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba marca
muito mais do que um gênero musical, sintetiza a presença afro-brasileira no
que se transformou na identidade cultural do país.
A comemoração em 2 de dezembro tem origem legislativa
local ainda na década de 1960 e associação simbólica a nomes e episódios da
história do gênero. Uma versão recorrente faz referência a iniciativas de
homenagem a Ary Barroso que ocorreram naquela data; outra identifica
comemorações institucionais e eventos de divulgação do samba realizados em
torno de 2 de dezembro, data que acabou se consolidando nacionalmente como o
Dia do Samba. Essa oficialização é, na prática, um processo de difusão cultural
sustentado por rádios, museus e movimentos de sambistas.
Cartola, Clara Nunes, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho,
Lupicínio Rodrigues, Ary Barroso, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, Beth
Carvalho, Martinho da Vila e tantos outros foram vozes e criadores que
traduziram a diversidade do samba.
Rádios, shows, rodas de rua e programações em museus e
centros culturais costumam marcar 2 de dezembro. Escolas de samba, velhas
guardas e artistas realizam eventos comemorativos; Em muitas cidades a data
serve também para debates sobre políticas culturais, direitos dos artistas e
preservação de patrimônios imateriais. Celebrar o dia Nacional do Samba é
reconhecer que uma parte essencial da cultura brasileira é obra coletiva,
histórica e em aberto.
Vídeo gravado no Pagode do Didi , Recife
Fonte: TVT News

