Gazeta da Torre
A qualidade dos professores depende da motivação com
melhores salários e melhor qualificação para a valorização necessária da
sociedade
![]() |
É preciso etímulo não só em termos de salário, apresenta o Professor Luciano Nakabashi |
O Dia do Professor é muito importante e tem que ser
valorizado, porque o professor acaba sendo muito importante na formação das
crianças de qualquer país. Aqueles países que têm sucesso econômico conseguem
formar bem suas crianças, conseguem ter bons sistemas de ensino nos diferentes
níveis, no fundamental, no médio e no superior, e o professor acaba tendo um
papel crucial nos diferentes sistemas de cada país. É claro que não é só o
professor, mas ele é uma peça-chave. Os professores devem ser valorizados, porque
uma boa parte do futuro da nossa nação depende muito da qualidade dos
professores, de sua motivação e até da valorização da sociedade.
Para melhorar a qualificação dos professores, o primeiro
aspecto é a questão salarial. Isso já está bem documentado na literatura, não
só em termos de atração de professores, de pessoas mais interessadas, mais
qualificadas para exercer a profissão, mas isso serve nas mais diferentes
profissões. O salário acaba sendo uma variável-chave para atração de talentos,
então o salário deve ser condizente com essa responsabilidade. É uma peça
fundamental para atrair pessoas na hora que os jovens tiverem escolhendo a sua
profissão, o que vão fazer no ensino superior. O próprio salário é uma
valorização do professor.
Outro ponto é a própria formação do professor. Hoje tem
crescido muito a questão do EAD, o ensino a distância, sobretudo em pedagogia e
em áreas em que as pessoas vão entrar e se formar como professores. Quando a
gente pensa numa formação superior, a sala de aula acaba tendo um papel muito
importante, a interação é maior, é mais fácil ter concentração. A interação
direta com o professor e com os outros alunos acaba enriquecendo o ambiente e
fazendo com que os alunos aprendam mais. E cria uma rotina que é bem mais rígida
e que os alunos têm que seguir. Isso ajuda no processo de aprendizado. Acho boa
a ideia de EAD para cursos menores, cursos mais curtos, MBA, cursos de curta
duração. Agora, na graduação inteira é mais difícil manter a mesma qualidade do
presencial. Claro que tem uma diferença de custo, mas como a profissão é muito
importante, eu acho que tem que se dar mais ênfase no ensino presencial para
esse tipo de profissional.
É preciso estímulo não só em termos de salário, mas em
termos de ambiente de trabalho. A diretoria tem que ser escolhida de acordo com
as qualificações e não por indicação política. Tem que ter um processo de
cobrança em termos de aprendizado dos alunos, mas também de reconhecimento e de
remuneração ou algum outro tipo de benefício para aquelas escolas e aqueles
professores que conseguem agregar mais o aluno […] eu acho que sem isso é
difícil a gente pensar num futuro em que a gente vai aproveitar a
potencialidade das nossas crianças.
Por Luciano Nakabashi, Professor Doutor Depto. de Economia da USP
- anúncio -
Nenhum comentário:
Postar um comentário