quarta-feira, 4 de junho de 2025

Bons cuidados com os olhos no inverno podem evitar doenças

 Gazeta da Torre

Eduardo Rocha dá dicas de como proteger os olhos nos meses mais frios, como julho e agosto, propensos às doenças oculares

As estações do ano não são mais as mesmas. Em alguns locais, o inverno é extremamente rigoroso, enquanto em outros a estação do frio passa praticamente despercebida. Mas independentemente dessa nova realidade, no período mais frio do ano algumas doenças relacionadas aos olhos, principalmente à superfície ocular, são mais frequentes. Eduardo Rocha, oftalmologista, professor da USP de Ribeirão Preto e colunista da Rádio USP, explica que isso acontece porque “há uma queda da umidade do ar, diminuição da temperatura e um aumento das partículas suspensas. Isso não acontece simplesmente na mudança do calendário”. As alterações ambientais vão acontecendo ao longo das semanas e meses, algumas estações de frio são mais severas do que outras, fazendo com que, principalmente nos meses mais tardios do inverno, junho, julho e agosto, esses sintomas apareçam. As crianças costumam apresentar mais quadros alérgicos, já os adultos e idosos estão propensos a problemas relacionados ao ressecamento, explica o professor.

Os principais sintomas das alergias são: lacrimejamento, vermelhidão e, muitas vezes, vontade de coçar os olhos. Nos adultos, o ressecamento também ocasiona vermelhidão e muitas vezes predomina a sensação de areia, olhos raspando, olhos pesados no lugar da coceira. O professor Rocha destaca que ao invés de tratar o melhor é prevenir: “Evitar lugares fechados há muito tempo, evitar vento direto sobre os olhos, excessiva exposição ultravioleta, por exemplo, no sol, que acaba sendo mais tolerado porque o tempo está frio, mas por outras vezes acaba excedendo no tempo de exposição”. Para o conforto dos olhos, ele recomenda a compressa fria, chamada também de boa e velha receita da vovó, enxaguá-los com água limpa e, em algumas situações, o uso de lubrificantes oculares ou colírios de lágrima artificial pode resolver grande parte dos casos de irritabilidade. No entanto, a persistência do desconforto por um ou mais dias, com diminuição da visão e embaçamento persistente, faz com que o caso precise ser examinado por um especialista.

Mais sensíveis ao frio

O frio torna os olhos mais sensíveis, o que faz com que haja lacrimejamento para promover aquecimento da superfície. De acordo com Rocha, há pessoas mais ou menos sensíveis ao frio e isso não necessariamente significa uma doença, mas mais uma variação como tantas outras existentes entre as pessoas.

Os óculos podem servir como uma proteção aos olhos em várias situações, destaca o oftalmologista. “Ele pode servir de proteção ao excesso de  ultravioleta, para ventos que carregam poeira excessiva e acabam ressecando a superfície. Lentes de contato precisam ser usadas com mais cautela, porque, num período de ressecamento, os olhos são propensos a terem mais intolerância às lentes. Doenças bacterianas, que são uma grande preocupação da população, são infrequentes. As virais, às vezes por aumento do confinamento das pessoas em lugares fechados, mais tempo juntas, por causa do frio, faz com que elas sejam propagadas, assim como resfriados, infecções de vias aéreas. Mas para isso cuidados e repouso tornam esses problemas rapidamente reversíveis.”

Fonte: Jornal da USP

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