sábado, 19 de abril de 2025

Pernambuco tem o segundo pior índice de acessibilidade urbana do Brasil, aponta IBGE

 Gazeta da Torre

Pernambuco ocupa a segunda pior colocação no ranking nacional de acessibilidade urbana entre os estados brasileiros, segundo dados do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE. No estado, 4,8 milhões de pessoas, o equivalente a 65,01% da população urbana, vivem em ruas que não possuem rampas para cadeirantes, um indicativo de exclusão para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. O número só é melhor que o do Amazonas, que lidera a lista negativa.

Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).

Além da ausência de rampas, o levantamento aponta que apenas 8,48% dos pernambucanos vivem em vias com calçadas livres de obstáculos como buracos, postes e construções irregulares. Isso significa que mais de 6,7 milhões de moradores enfrentam dificuldades para circular com segurança em suas próprias cidades. Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, se destaca negativamente entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com apenas 48,2% das vias com calçadas.

Outro dado preocupante está relacionado à arborização urbana. Mais da metade da população do estado (50,63%) vive em ruas sem nenhuma árvore, percentual superior à média nacional, de 33,73%. A ausência de áreas verdes agrava o desconforto térmico, reduz a qualidade ambiental e evidencia a falta de planejamento urbano adequado diante das mudanças climáticas.

“O desafio da Reforma Administrativa é convencer as pessoas de que precisamos melhorar a qualidade do Estado e dos serviços que entrega”, ressalta Vera Monteiro, mestra e doutora em Direito Administrativo e professora na Fundação Getulio Vargas São Paulo (FGV-SP), em entrevista ao Canal UM BRASIL.

A professora avalia oportunidades e impasses na implementação da Reforma Administrativa, que passam pela falta de transparência nos dados disponíveis, complexidades na relação entre os entes federativos e gargalos relacionados aos servidores.

Ela cita o excesso de cargos de confiança que, segundo sua análise, atrapalha o rendimento e a continuidade de políticas públicas. Por isso, ela destaca que é preciso ter um controle dessa prática. “Há secretarias que são ocupadas 100% por comissionados. O que isso significa? Que ao sair o governante da vez, acabou-se tudo, troca-se tudo, não existe continuidade”, adverte.

Na opinião da professora, a avaliação de desempenho dos servidores também é um desafio quando se fala em modernizar o Estado. “É difícil, demorado e demanda capacitação e auxílio externo”, avalia. Ela lembra que a Constituição brasileira já permite a demissão do servidor, desde que este seja mal avaliado. Neste caso, o que nos falta é justamente a capacidade de fazer a avaliação de desempenho, salienta.

De acordo com Vera, a esfera federal já tem feito um trabalho importante de avaliação de desempenho para as carreiras federais. No entanto, a discussão segue travada nos demais entes federativos. “Estados e municípios, por exemplo, não sabem nem por onde começar”, conclui.

Fontes:IBGE; UM Brasil;

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