Gazeta da Torre
Pernambuco ocupa a segunda pior colocação no ranking
nacional de acessibilidade urbana entre os estados brasileiros, segundo dados
do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE. No estado, 4,8 milhões de pessoas, o
equivalente a 65,01% da população urbana, vivem em ruas que não possuem rampas
para cadeirantes, um indicativo de exclusão para pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida. O número só é melhor que o do Amazonas, que lidera a lista negativa.
Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o
maior percentual de pessoas residentes em vias com existência desta infraestrutura
(41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor
percentual foi no Amazonas, com 5,6%, acompanhado de Pernambuco (6,2%) e
Maranhão (6,4%).
Além da ausência de rampas, o levantamento aponta que
apenas 8,48% dos pernambucanos vivem em vias com calçadas livres de obstáculos
como buracos, postes e construções irregulares. Isso significa que mais de 6,7
milhões de moradores enfrentam dificuldades para circular com segurança em suas
próprias cidades. Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, se destaca
negativamente entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com apenas
48,2% das vias com calçadas.
Outro dado preocupante está relacionado à arborização
urbana. Mais da metade da população do estado (50,63%) vive em ruas sem nenhuma
árvore, percentual superior à média nacional, de 33,73%. A ausência de áreas
verdes agrava o desconforto térmico, reduz a qualidade ambiental e evidencia a
falta de planejamento urbano adequado diante das mudanças climáticas.
“O desafio da Reforma Administrativa é convencer as
pessoas de que precisamos melhorar a qualidade do Estado e dos serviços que
entrega”, ressalta Vera Monteiro, mestra e doutora em Direito Administrativo e
professora na Fundação Getulio Vargas São Paulo (FGV-SP), em entrevista ao
Canal UM BRASIL.
A professora avalia oportunidades e impasses na
implementação da Reforma Administrativa, que passam pela falta de transparência
nos dados disponíveis, complexidades na relação entre os entes federativos e
gargalos relacionados aos servidores.
Ela cita o excesso de cargos de confiança que, segundo
sua análise, atrapalha o rendimento e a continuidade de políticas públicas. Por
isso, ela destaca que é preciso ter um controle dessa prática. “Há secretarias
que são ocupadas 100% por comissionados. O que isso significa? Que ao sair o
governante da vez, acabou-se tudo, troca-se tudo, não existe continuidade”,
adverte.
Na opinião da professora, a avaliação de desempenho dos
servidores também é um desafio quando se fala em modernizar o Estado. “É
difícil, demorado e demanda capacitação e auxílio externo”, avalia. Ela lembra
que a Constituição brasileira já permite a demissão do servidor, desde que este
seja mal avaliado. Neste caso, o que nos falta é justamente a capacidade de
fazer a avaliação de desempenho, salienta.
De acordo com Vera, a esfera federal já tem feito um
trabalho importante de avaliação de desempenho para as carreiras federais. No
entanto, a discussão segue travada nos demais entes federativos. “Estados e
municípios, por exemplo, não sabem nem por onde começar”, conclui.
Fontes:IBGE; UM Brasil;
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