Gazeta da Torre
Há um paradoxo na sociedade em torno do envelhecimento:
por um lado, trata-se de uma conquista, pois as pessoas estão vivendo por mais
tempo; por outro, isso traz ao idoso o receio de ser visto como “descartável”
ou “inútil”, um aspecto cultural presente em todo o mundo.
“Isso passa a ser
um problema quando pensamos nas questões inerentes: desemprego, preconceito e
invisibilidade. As pessoas estão, ao mesmo tempo, felizes com o envelhecimento,
mas preocupadas com o que isso pode trazer”, afirma Fran Winandy, consultora e
especialista em diversidade etária e etarismo, em entrevista ao Canal UM
BRASIL, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (FecomercioSP).
Fran destaca que, atualmente, o tempo ao longo do qual as
pessoas vivem como idosas (a partir dos 60 anos) representa um grande período
da vida. E mesmo que as estatísticas apontem a média de cerca de 76 anos de
vida para um brasileiro, na prática, este dado é muito maior.
O papel das empresas em relação a isso é lutar contra o
etarismo, destaca a consultora. “Dentro das organizações, existe a ideia de que
somos um país jovem, mas não somos. Nos Estados do Rio de Janeiro e de Santa
Catarina, já há mais pessoas acima dos 60 anos do que abaixo dos 14. As
empresas não estão planejando para a longevidade, para o envelhecimento”,
pondera.
A especialista explica que é fundamental “olhar para
dentro” e fazer um balanço no que concerne à discussão etária, bem como à forma
de atuar contra o preconceito presente no ambiente corporativo, de maneira a
inserir pessoas mais velhas no quadro de empregados.
“Quando falamos em
diversidade etária, estamos falando em representatividade, pois os clientes são
formados por todas as faixas etárias. Como ter empatia com o consumidor acima
dos 50 anos, se não há ninguém dentro da organização que se coloque no lugar
dele, que pense como ele e que desenhe produtos e serviços para ele? Sem isso,
acontece uma representação estereotipada do idoso”, ressalta.
Fonte: UM Brasil
- divulgação -
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