Gazeta da Torre
Manoel Fernandes, especialista em Relações Governamentais |
O que será determinante nas eleições presidenciais de 2022? Para Manoel Fernandes, diretor da empresa especializada em análise de dados Bites e especialista em Relações Governamentais pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), candidatos e candidatas a cargos eletivos precisam focar urgentemente em angariar alta densidade política, tal como o ex-presidente Lula, ou alta densidade digital, assim como o presidente Jair Bolsonaro. Um candidato sem estes elementos não tem qualquer chance, afirma.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da
FecomercioSP, ele explica que, idealmente, o candidato de “centro” deveria
dispor de uma média densidade política, e de uma alta densidade digital, de forma
a alavancar seu discurso.
“O que o centro precisa, hoje, é de escala. E num país
como o Brasil, isso só se consegue com tecnologia. O centro deveria estar,
neste momento, pensando em como escalar o discurso. Não dá para esperar até a
eleição para achar que em três meses se ‘ganha’ a internet”, pondera.
Na entrevista, o especialista também cita alguns casos
recentes de candidatos de esquerda a cargos estaduais que entenderam a dinâmica
da digitalização na política, para além daquilo que compõe o discurso de
campanha, mas cujos exemplos não estão sendo aproveitados pelos possíveis
candidatos em 2022.
“Por exemplo, [o candidato a prefeito de São Paulo em
2020] Guilherme Boulos tem posts em suas redes sociais fazendo uma costela na
cozinha de sua casa. É uma mensagem de ‘venha para dentro da minha casa que eu
vou mostrar como fazer’. Não tem a ver com a agenda política, mas [essa
dinâmica digital] o ajudou a ir para o segundo turno”, comenta o diretor. “Se eu
fosse um candidato de esquerda, estaria tentando entender o que Boulos fez em
São Paulo, pois ele não tinha tempo de TV, fez sua campanha basicamente na
internet. Ele se humanizou.”
Fernandes frisa que é lamentável que este aprendizado
adquirido não esteja sendo utilizado para a próxima eleição. “Os movimentos que
vejo da oposição atualmente, em relação a 2022, é tentar usar os modelos que
falharam em 2018, porque acreditam que as coisas serão diferentes. Eu acho que
não será diferente, mas uma evolução de 2018. Do ponto de vista de estratégia
digital, o bolsonarismo ainda tem uma vantagem muito grande em relação à
esquerda. Não sei se seis meses antes da eleição serão suficientes para
compensar isso. Não estou dizendo que o presidente irá se reeleger, mas ele tem
um sistema de informação que lhe dá muita força”, conclui.
A entrevista, conduzida pelo cientista político Humberto
Dantas, também abordou temas como notícias falsas disseminadas por
representantes públicos, polarização na política, desafios do jornalismo para
manter a atenção do público, entre outros.
A entrevista - :http://umbrasil.com/videos/terceira-via-precisa-de-candidato-com-alta-densidade-politica-ou-digital-para-ter-chance-na-eleicao/
DIVULGAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário