Por Alexandre Barbosa
Os três principais times do estado fecharam a temporada
em baixa. O Sport se salvou na última rodada do rebaixamento para a Série B.
Náutico e Santa Cruz não tiveram o mesmo destino. Caíram para a Série C e terão
o ano de 2018 para se reerguerem. Um verdadeiro desastre, ocasionado por
diversos problemas. No Leão, os erros foram na condução do futebol, com
escolhas equivocadas durante o Brasileiro. Entre alvirrubros e tricolores, o
lado financeiro pesou. A falta de um planejamento adequado à realidade dos clubes
levou ao caos na reta final de 2017. A queda foi inevitável.
As consequências do ano desastroso serão sentidas na
temporada seguinte. O Sport terá que mudar alguns conceitos, colocar o
planejamento dentro dos trilhos novamente e provar para a torcida que a
tormenta vivida no final deste ano não se repetirá. A direção fez a opção de
deixar de disputar a Copa do Nordeste em 2018, apostando talvez numa
classificação para a Copa Libertadores, que não veio. Uma aposta arriscada, que
trouxe uma grande pressão para cima da Diretoria.
Em 2017, o Sport viveu um ano de altos e baixos. No
primeiro semestre, foi campeão pernambucano vencendo o Salgueiro na final, mas
deixou escapar o título da Copa do Nordeste para o Bahia. A derrota na
competição regional trouxe uma pressão extra para a disputa no Brasileiro. Só
uma classificação final decente poderia salvar o ano do Leão. E o início da
Série A até que foi bastante animador, já sob o comando de Vanderlei
Luxemburgo, que assumiu o lugar de Ney Franco.
No Brasileiro, o Sport teve o seu melhor desempenho no
primeiro turno da era dos pontos corridos. Viu, porém, o desempenho cair
vertiginosamente na metade final do campeonato. Esteve em situação complicada
nos últimos jogos, mas conquistou vitórias importantes, como a sobre o
Fluminense, fora de casa, que trouxe a esperança de permanência na Série A de
volta. Ainda assim, o Leão chegou à última rodada precisando vencer o
Corinthians, já campeão por antecipação, e torcer por resultados adversos de
adversários diretos. Coritiba e Vitória perderam seus jogos. O Rubro-negro fez
a parte dele e ao derrotar o Timão garantiu a permanência na primeira divisão.
Foi por pouco.
O Náutico passou por mudanças na direção, com a
realização de uma eleição que levou um novo grupo ao comando do clube - Edno
Melo é o novo presidente. Os dirigentes alvirrubros terão um desafio enorme
pela frente. O Alvirrubro segue em crise financeira e terá que se reestruturar
por completo em 2018. A política “pés no chão” é a nova ordem na Rosa e Silva. Tudo
para não repetir os erros do passado.
A volta aos Aflitos é um dos trunfos do Náutico no
próximo ano, embora ainda não haja uma data certa para a reinauguração do
estádio, que passa por uma grande reforma. Jogar longe do seu estádio tornou-se
um problema para o Timbu desde a migração para a Arena Pernambuco, em 2013. A
torcida não abraçou a “nova casa”. Pelo contrário, se afastou. Em 2017, viveu o
auge do abandono. Com a falta de resultados em campo, o Alvirrubro jogou para
pouquíssimos torcedores. No meio da temporada, por conta de eventos na arena de
São Lourenço da Mata, o time recorreu ao interior. Mandou quatro partidas no
estádio Luiz Lacerda, em Caruaru.
Para o Náutico, o acerto com Roberto Fernandes, um
treinador com história no clube, quase marcou a salvação do time. A equipe
ensaiou uma recuperação, mas os pontos conquistados com o treinador não foram
suficientes para salvar o Timbu do rebaixamento. A fraquíssima campanha no
primeiro turno pesou bastante. Por outro lado, para 2018, o técnico permanece e
já inicia a montagem do time. Após um ano com resultados pífios e péssimas
apresentações, a reformulação no elenco foi natural. A direção já monta uma
nova equipe, com foco em jogadores da região, com salários baixos e garotos da
base. Poucos serão os remanescentes de 2017. Um desafio e tanto para os
alvirrubros.
O Santa Cruz, por sua vez, chegou a brigar pelo acesso na
Série B. Todos acreditavam no bom elenco coral, mas alguns tropeços fizeram a
Direção acreditar na necessidade de mudança no comando técnico. E assim
Vinícius Eutrópio, que já carregava nas costas uma pressão pelo mau desempenho
do time no Campeonato Pernambucano, foi demitido. A chegada do seu substituto
foi até animadora. Com Givanildo Oliveira, o rei do acesso, acreditava-se na recuperação
do Tricolor. Não foi o que aconteceu.
Os problemas fora de campo atrapalharam o trabalho
vencedor de Givanildo. O time, que chegou a brigar na parte de cima, caiu na
classificação após uma longa série de jogos sem vitória. A situação virou e a nova
briga do Tricolor era para evitar o rebaixamento. Givanildo não resistiu e
Marcelo Martelotte, outro velho conhecido da torcida coral, assumiu. A situação
já era complicadíssima, mas havia esperança. O que não houve foi a resolução
dos problemas financeiros. O elenco acumulou salários atrasados e, por mais que
lutassem em campo, as coisas não funcionaram. Mais uma sequência de jogos sem
vitória e a queda foi inevitável.
O rebaixamento vai exigir do Santa Cruz o encaixe numa
nova realidade em 2018. Um novo presidente foi eleito no fim de 2017 e
perspectivas de mudança aparecem, por mais que Constantino Júnior, que assume o
clube no lugar de Alírio Moraes, tenha feito parte da direção anterior (ele era
o vice-presidente). Agora com autonomia maior, Constantino promete planejamento
na gestão, principalmente, financeiro. O clube terá um orçamento menor, o que
indica um ano de dificuldades. Acertar com menos dinheiro é mais complicado,
mas a nova diretoria garante que vai conseguir recolocar o time na Série B.
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