quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

NÃO FOI UM ANO FÁCIL PARA O FUTEBOL PERNAMBUCANO

Por Alexandre Barbosa


Os três principais times do estado fecharam a temporada em baixa. O Sport se salvou na última rodada do rebaixamento para a Série B. Náutico e Santa Cruz não tiveram o mesmo destino. Caíram para a Série C e terão o ano de 2018 para se reerguerem. Um verdadeiro desastre, ocasionado por diversos problemas. No Leão, os erros foram na condução do futebol, com escolhas equivocadas durante o Brasileiro. Entre alvirrubros e tricolores, o lado financeiro pesou. A falta de um planejamento adequado à realidade dos clubes levou ao caos na reta final de 2017. A queda foi inevitável.

As consequências do ano desastroso serão sentidas na temporada seguinte. O Sport terá que mudar alguns conceitos, colocar o planejamento dentro dos trilhos novamente e provar para a torcida que a tormenta vivida no final deste ano não se repetirá. A direção fez a opção de deixar de disputar a Copa do Nordeste em 2018, apostando talvez numa classificação para a Copa Libertadores, que não veio. Uma aposta arriscada, que trouxe uma grande pressão para cima da Diretoria.

Em 2017, o Sport viveu um ano de altos e baixos. No primeiro semestre, foi campeão pernambucano vencendo o Salgueiro na final, mas deixou escapar o título da Copa do Nordeste para o Bahia. A derrota na competição regional trouxe uma pressão extra para a disputa no Brasileiro. Só uma classificação final decente poderia salvar o ano do Leão. E o início da Série A até que foi bastante animador, já sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, que assumiu o lugar de Ney Franco.

No Brasileiro, o Sport teve o seu melhor desempenho no primeiro turno da era dos pontos corridos. Viu, porém, o desempenho cair vertiginosamente na metade final do campeonato. Esteve em situação complicada nos últimos jogos, mas conquistou vitórias importantes, como a sobre o Fluminense, fora de casa, que trouxe a esperança de permanência na Série A de volta. Ainda assim, o Leão chegou à última rodada precisando vencer o Corinthians, já campeão por antecipação, e torcer por resultados adversos de adversários diretos. Coritiba e Vitória perderam seus jogos. O Rubro-negro fez a parte dele e ao derrotar o Timão garantiu a permanência na primeira divisão. Foi por pouco.

O Náutico passou por mudanças na direção, com a realização de uma eleição que levou um novo grupo ao comando do clube - Edno Melo é o novo presidente. Os dirigentes alvirrubros terão um desafio enorme pela frente. O Alvirrubro segue em crise financeira e terá que se reestruturar por completo em 2018. A política “pés no chão” é a nova ordem na Rosa e Silva. Tudo para não repetir os erros do passado.

A volta aos Aflitos é um dos trunfos do Náutico no próximo ano, embora ainda não haja uma data certa para a reinauguração do estádio, que passa por uma grande reforma. Jogar longe do seu estádio tornou-se um problema para o Timbu desde a migração para a Arena Pernambuco, em 2013. A torcida não abraçou a “nova casa”. Pelo contrário, se afastou. Em 2017, viveu o auge do abandono. Com a falta de resultados em campo, o Alvirrubro jogou para pouquíssimos torcedores. No meio da temporada, por conta de eventos na arena de São Lourenço da Mata, o time recorreu ao interior. Mandou quatro partidas no estádio Luiz Lacerda, em Caruaru.

Para o Náutico, o acerto com Roberto Fernandes, um treinador com história no clube, quase marcou a salvação do time. A equipe ensaiou uma recuperação, mas os pontos conquistados com o treinador não foram suficientes para salvar o Timbu do rebaixamento. A fraquíssima campanha no primeiro turno pesou bastante. Por outro lado, para 2018, o técnico permanece e já inicia a montagem do time. Após um ano com resultados pífios e péssimas apresentações, a reformulação no elenco foi natural. A direção já monta uma nova equipe, com foco em jogadores da região, com salários baixos e garotos da base. Poucos serão os remanescentes de 2017. Um desafio e tanto para os alvirrubros.

O Santa Cruz, por sua vez, chegou a brigar pelo acesso na Série B. Todos acreditavam no bom elenco coral, mas alguns tropeços fizeram a Direção acreditar na necessidade de mudança no comando técnico. E assim Vinícius Eutrópio, que já carregava nas costas uma pressão pelo mau desempenho do time no Campeonato Pernambucano, foi demitido. A chegada do seu substituto foi até animadora. Com Givanildo Oliveira, o rei do acesso, acreditava-se na recuperação do Tricolor. Não foi o que aconteceu.

Os problemas fora de campo atrapalharam o trabalho vencedor de Givanildo. O time, que chegou a brigar na parte de cima, caiu na classificação após uma longa série de jogos sem vitória. A situação virou e a nova briga do Tricolor era para evitar o rebaixamento. Givanildo não resistiu e Marcelo Martelotte, outro velho conhecido da torcida coral, assumiu. A situação já era complicadíssima, mas havia esperança. O que não houve foi a resolução dos problemas financeiros. O elenco acumulou salários atrasados e, por mais que lutassem em campo, as coisas não funcionaram. Mais uma sequência de jogos sem vitória e a queda foi inevitável.

O rebaixamento vai exigir do Santa Cruz o encaixe numa nova realidade em 2018. Um novo presidente foi eleito no fim de 2017 e perspectivas de mudança aparecem, por mais que Constantino Júnior, que assume o clube no lugar de Alírio Moraes, tenha feito parte da direção anterior (ele era o vice-presidente). Agora com autonomia maior, Constantino promete planejamento na gestão, principalmente, financeiro. O clube terá um orçamento menor, o que indica um ano de dificuldades. Acertar com menos dinheiro é mais complicado, mas a nova diretoria garante que vai conseguir recolocar o time na Série B.

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