Observei nos últimos meses um bom número de artigos,
palestras e profissionais explorando essa expressão e, como tenho o hábito de
gerenciar meu conhecimento, arquivando tudo o que me desperta o interesse,
percebi que o assunto já me era conhecido há certo tempo. Revi os “meus
guardados”, fiz as minhas pesquisas e, por achar útil, resolvi compartilhar com
vocês um pouquinho do tema.
Por compreender que só há comunicação quando o receptor
compreende a mensagem, procurarei usar uma linguagem simples, o que me é
peculiar, já que a comunicação eficaz também implica em se adaptar ao público
com o qual nos comunicamos. Espero dessa forma, contribuir.
O que significa o termo VUCA? De onde se originou? Será que esse termo é
tão novo assim? Será que se percebem as características do MUNDO VUCA na nossa
vida e nos nossos negócios e empresas?
“O acrônimo VUCA foi criado no final dos anos 90 pelas
forças militares americanas para caracterizar o mundo de então e que significa
Volatility (Volátil), Uncertainty (
Incerta), Complexity (Complexa) e Ambiguity (Ambígua). Eric McNulty, Director
de Pesquisa e Programas Profissionais na National Preparedness Leadership
Initiative, um programa conjunto da Harvard School of Public Health e da
Harvard’s Kennedy School of Government, afirma que comparando com a realidade
HOJE, deveria se acrescentar a palavra SUPER, pois atualmente, afirmar que
vivemos em uma Era volátil, incerta, complexa e ambígua é quase o mesmo que
declarar que a Terra é redonda.”
Para Greg Hutchins1, especialista americano em gestão de
qualidade e gestão de risco, “nós estamos saindo de um mundo linear de saber a
solução dos problemas e tomar uma decisão clara, para um mundo dinâmico de
entender o sentido, de tomada de decisão baseada no risco, na terra do VUCA”.
(Informativo bimestral da Siqueira Campos Associados, outubro de 2011).
No meu livro, lançado no início de 2016: Da Revolução
Industrial à Gestão com Pessoas e Coaching, fl. 33, citei o autor Chiavenato
(2008), que também menciona a fase iniciada em 1990, como sendo um período
marcado por mudanças rápidas e imprevisíveis, provocadas pelos avanços
tecnológicos, com destaque para as tecnologias de informação que não só
favoreceram a globalização da economia, como tornou mais intensa e complexa a
competitividade entre as organizações. As antigas relações industriais
começaram nesse período a ceder espaço para uma nova maneira de pensar e
agir...
Em um mundo considerado VOLÁTIL – as mudanças ocorrem de
forma cada vez mais acelerada. Podemos observar, por exemplo, a velocidade com
que se tornam obsoletos os aparelhos de telefonia móvel, smartphones etc. As
relações de trabalho tendem a mudar? Os empregos serão reduzidos por conta da robótica?
Em um mundo INCERTO – Os resultados são cada vez menos
previsíveis. Tal contexto mostra que empresas tradicionais vão dando espaço a
empresas não convencionais: no segmento de transporte de táxi, o UBER com seu
sistema inovador com preços e atendimento competitivos; o Airbnb, mexendo com
as certezas do sistema tradicional de hospedagem, já que tem milhões de
quartos, apartamentos e casas, disponíveis para hospedagem, sem ser dono de
nenhuma delas.
Em um mundo COMPLEXO, a vida linear, rígida, hierarquizada,
que segue um manual fixo, não existe mais, havendo, claro, algumas exceções
onde há necessidade de certa linearidade, como por exemplo, na produção
industrial...
Em um mundo AMBÍGUO, não há muita clareza quanto ao
presente e futuro. Quem está ganhando e perdendo. As competências pessoais e
profissionais valorizadas hoje servirão e permanecerão valorizadas no
futuro?
É o fluxo natural da vida, é a evolução dos tempos... Não
vejo perplexidade nisso. Na antiguidade, o famoso filósofo Heráclito de Éfeso
já dizia: “A única coisa que não muda é que tudo muda”. Então, estejamos
atentos, ligados, conectados, atualizados...
Pessoas/profissionais que resistem
às mudanças inevitáveis ficam para trás. Empresas que não se atualizam, que não
estão atentas e se antecipam aos acontecimentos e tendências, morrem e seus
mercados são absolvidos por outras empresas mais “antenadas”, criativas e
inovadoras.
Sem pânicos e sem mistérios... Aprender de forma
continuada, investir em talentos, desenvolver competências, valorizar as
pessoas e o potencial delas, pois toda inovação advém da capacidade criativa do
Homem. Das múltiplas inteligências do homem. Do cérebro humano. Como afirma
Miranda: “Todas as ciências, todas as artes e todas as disciplinas e
tecnologias delas derivadas foram geradas pelas aptidões do mais antigo e
sofisticado engenho colocado à disposição do homem: seu cérebro. As ciências,
tecnologias e disciplinas só podem resolver problemas setoriais. A inteligência
é a única panaceia universal”.
Hoje já se fala na 4ª Revolução que será provocada pela
robótica, entre outros, mas isso será outro tema, em outro momento. No entanto,
sabe-se que o homem, criado por Deus, está no centro de comando. Ou será que o
homem cria/criará o robô para ser escravo dele?
Desejo ter deixado, com os queridos leitores, alguns
insights com o objetivo de contextualização com a realidade... Desejo também
que sirva de motivação e ânimo para pensar a sua empresa e a sua vida, como
algo que precisa se reinventar, se renovar constantemente, com muita abertura
interna para o novo. Encarar a mudança como algo necessário e positivo. Somos
“mutantes”, por que não? Que nossas empresas também o sejam e que sempre
estejam se atualizando na tecnologia, oferecendo novas roupagens e novos
atrativos para os nossos clientes, encantando-os, fidelizando-os e valorizando
o SER HUMANO acima da “máquina, da tecnologia e da robótica”.
Boa sorte para nós!
Abraço fraterno!
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