É esperado que a trajetória acadêmica de um indivíduo dê bons
frutos, sobretudo no campo profissional. Aquela perguntinha famosa “o que você vai ser quando crescer?”, tão
ingênua e muitas vezes simpática para os primeiros anos de vida, revela a carga
de responsabilidade que compete aos educadores, desde a tenra idade dos seus
educandos. A soma das vivências, sob o influxo das corretas orientações, que
sejam elas no âmbito doméstico, na escola e nos demais grupos sociais, vai
mostrar, de um lado, o quanto teve êxito a tarefa de educar. De um lado,
parabéns aos pais ou responsáveis, pela missão cumprida, muitas vezes com
sacrifício. Por outro lado, também digno de nota, está a escolha do educando,
ao apresentar boa conduta moral.
Se o cenário acima descortinado fosse constatado na predominância,
certamente não haveria tantas queixas entre pais, filhos, vizinhos, colegas
etc., que resultam em desrespeito, desavença e falta de moralidade. Mas,
afinal, quem pode responder pelo alto índice de desordem?
Ao que parece, o momento atual é muito propício para esta análise,
na tentativa de responder o questionamento que nos alcança com tom de
provocação. Só para começar a ampliar o tema, admitamos que temos dois perfis
básicos na sociedade: ora estamos aprendendo, tal qual aluno na grande sala de
aula da vida; ora desempenhamos atribuições que nos permitem guiar e dar
exemplos. Em tais perfis, é forçoso considerar o caminho de duas vias, provando
que para cada atitude há inevitavelmente uma resposta, como para todo efeito
existe uma causa.
Quem já parou para refletir quantas vezes foi negligente ou
imprudente? Nas escolhas individuais, a indiferença e a omissão são tratadas
como negligência, haja vista caracterizar que tal ou qual atitude esperada
deixou de ser tomada. Já a impulsividade e a precipitação correspondem à
imprudência, gerando ações bem diferentes daquelas que seriam aguardadas.
Quantas vezes alguém se julgou capaz de fazer algo, mas na prática percebeu que
faltou habilidade técnica? Isto se chama imperícia.
É, portanto, de bom alvitre substituirmos a indagação “o que você vai ser quando crescer?” por
“de que forma você vai contribuir para
que o mundo seja melhor?”. Além de valorizar a formação acadêmica, para que
ninguém seja taxado de imperito, a nova pergunta desperta no indivíduo a
capacidade de sair da zona de conforto da indiferença, deixando de ser
negligente, para de fato agir com ética, respeito mútuo e moralidade, evitando
a imprudência.
Esse é o desafio dos educadores atuais. Não pense que está na
contramão só porque a maioria tem opinião diversa da sua. É sempre preferível
fazer o correto, ainda que não haja apoio ou consentimento de quem quer que
seja. Cada um deve fazer a sua parte.
O que é “comum” pode não ser considerado “normal”, muito menos,
“natural”, quando se aproxima do “banal”. Então, ao invés de ser mais um na
inobservância do dever e na falta de cautela, procure colocar em prática os
valores morais, que são a base para um futuro melhor, mais fraterno e
humano.
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