O bom
conviver traz, na sua essência, dois aspectos intimamente ligados e
frequentemente em desuso: a capacidade de servir e a gratidão. Não dá para
imaginar as relações humanas sem a interação, o compartilhamento de ideias,
ainda que divergentes, o mote para o desenvolvimento científico, a busca para o
bem-estar da coletividade, dentro e fora dos grupos sociais.
Na
prática, precisamos uns dos outros, tanto nas maiores quanto nas menores ações
do cotidiano, seja nos centros urbanos ou na zona rural. No isolamento,
deixamos de compreender melhor a vida, seus mecanismos de justiça e
oportunidades de aprendizado comum. E é nesse aspecto que a Educação traz uma
forte contribuição, haja vista que, nos relacionamentos, a compreensão de
servir e ser grato é um despertar de consciência que independe do volume de
instruções injetadas no indivíduo, sendo, portanto, uma etapa de valor moral a
ser alcançada.
Afinal,
assumir a responsabilidade de ser útil a alguém será um apelo, uma necessidade,
um requinte ou um requisito para a boa convivência? Vivemos uma realidade em
que o tempo sequer atende as demandas próprias; que dirá se ainda for dividido
para abrigar algum interesse alheio?
Malgrado
esse embate, a realidade está bem distante da situação ideal e a resposta é uma
simples meta educacional: no exercício do conviver bem, naturalmente,
enxergaremos o outro, não como uma pedra no caminho, mas como alguém que nos dá
a oportunidade de sairmos do nosso pequeno, mesquinho e egoísta mundo.
Ampliando
nosso campo de visão, mergulharemos na problemática humana e reconheceremos
que, de fato, isolarmos é uma opção demasiado infeliz. Mesmo com dificuldades
financeiras, físicas, profissionais, de mobilidade etc., o bom senso da
Educação prova que é possível dar uma destinação profícua às vinte e quatro
horas do dia. O processo requer boa vontade, atitude voluntária e
desprendimento. Disso resultará, espontaneamente, um tempo destinado ao outro,
minimamente composto de interesses pessoais e repleto de alegria.
Num
caminho de duas vias, sem interrupção de tráfego, está a gratidão, quando de um
lado se observa a oportunidade ofertada e, do outro lado, garantem-se a
produtividade de uma atividade; o esforço reduzido pela união de forças
compensatórias; a qualificação do tempo empregado; o crescimento mútuo; a vantagem
do trabalho em equipe; a motivação para novos desafios; o contentamento ao
saber que não se está só.
No
decorrer da vida, portanto, tanto servir quanto ser grato está na pauta de quem
busca educar-se. Qualquer entrave ou solução de continuidade nesses dois
requisitos fundamentais aumenta a estatística dos que não têm compromisso com
um futuro melhor, mais preparado para outras promissoras conquistas sociais.
Reflita!!!
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