sexta-feira, 14 de março de 2014

Coluna O LIMIAR DA EDUCAÇÃO - Março/2014 - Por Evalda Carvalho


Investir em Educação é deveras gratificante. Quem bem soubesse, já lançaria mão dos recursos disponíveis, a fim de colaborar, efetivamente, para uma sociedade cada vez mais justa, na qual valores como dignidade e respeito seriam a tônica do crescimento humano.

Muitos pensam que tal investimento requer somas de dinheiro, conhecimento político ou contribuições culturais hereditárias. No entanto, nos pequenos quanto nos grandes empreendimentos, frequentemente, somos surpreendidos pelo êxito atingido quando encaramos os desafios com simplicidade, agregando otimismo, harmonia, firmeza e obstinação. É desta forma que superamos os obstáculos e, de fato, não precisamos mais do que vontade para encontrarmos oportunidade de mudar o cenário recalcitrante dos escolhos sociais. 

Nunca o falar e o escrever constituíram tão enormes desafios da Educação como nos tempos atuais. Refiro-me ao uso da Língua Portuguesa, no aspecto oral e também na escrita, que reclama pelo devido cuidado e atenção às regras gramaticais.

Lamentavelmente, posso utilizar a expressão “foi-se o tempo”, quando minhas lembranças alcançam os colóquios que enriqueciam os ouvintes; os textos dos alunos secundaristas que davam gosto de ler; as palestras proferidas no impecável padrão da norma culta do nosso idioma.

O que vemos hoje é um verdadeiro descaso com o Português, sob o pretexto de garantir a originalidade e a marca registrada de uma região do país. Embora essas características tenham sua importância para aquele que fala ou escreve, o sem-número de casos de desleixos gramaticais evidenciam não apenas a ignorância da matéria, como também, e sobretudo, a deseducação e o desrespeito para com os ouvintes ou leitores.

Tenho observado, com muita frequência, um vício terrível, nas conversas, principalmente das pessoas mais jovens, que é inserir, ao final de cada frase proferida, a abreviatura de um palavrão ou o palavrão inteiro, como se fosse algo correto. Isso precisa ser urgentemente combatido, já que resulta numa falta de respeito e desqualificação do diálogo. 

Diante deste desafio educacional, algumas dicas são bastante oportunas para quem quer falar Português respeitando o idioma e o(a) interlocutor(a). São elas:

  • Tenha o controle do que você fala. Às vezes, algumas palavras são proferidas involuntariamente, como se fossem verdadeiras muletas gramaticais. Evite-as;
  • Seja comedido(a) e polido(a). Não substitua as vírgulas de uma frase por uma palavra chula e até por palavrões. Tal procedimento vai mostrar claramente quais são os seus valores morais;
  • Enriqueça seu vocabulário. Leia. Leia bastante. Leia jornais, revistas, artigos, livros etc. Ao encontrar um verbete desconhecido, consulte o dicionário, que é o pai dos espertos; 
  • Não utilize palavras que você desconhece. É melhor que sua oratória seja simples e facilmente entendida, do que rebuscada e sem margem de compreensão;
  • Mesmo em momentos difíceis, mantenha o equilíbrio também nas verbalizações, afinal a paz não é obtida com desarmonia.

No escrever, as chances de acerto são maiores. Não desperdice a oportunidade de revisar o seu texto, pois essa é uma maneira de qualificar seu trabalho e o tempo de que você dispõe.

Não hesite em perguntar, quando não sabe de algo; em buscar aprofundamento quando a resposta não for satisfatória; em falar corretamente, mesmo nas conversas triviais; em combater o chulismo, ainda que os outros digam que é “normal”; em aprimorar-se, sendo melhor a cada dia, já que é para isso que vivemos!   


Reflita!

Evalda Carvalho - Escritora e colaboradora do Gazeta da Torre

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