Investir em
Educação é deveras gratificante. Quem bem soubesse, já lançaria mão dos
recursos disponíveis, a fim de colaborar, efetivamente, para uma sociedade cada
vez mais justa, na qual valores como dignidade e respeito seriam a tônica do
crescimento humano.
Muitos
pensam que tal investimento requer somas de dinheiro, conhecimento político ou
contribuições culturais hereditárias. No entanto, nos pequenos quanto nos
grandes empreendimentos, frequentemente, somos surpreendidos pelo êxito
atingido quando encaramos os desafios com simplicidade, agregando otimismo,
harmonia, firmeza e obstinação. É desta forma que superamos os obstáculos e, de
fato, não precisamos mais do que vontade para encontrarmos oportunidade de
mudar o cenário recalcitrante dos escolhos sociais.
Nunca o
falar e o escrever constituíram tão enormes desafios da Educação como nos
tempos atuais. Refiro-me ao uso da Língua Portuguesa, no aspecto oral e também
na escrita, que reclama pelo devido cuidado e atenção às regras gramaticais.
Lamentavelmente,
posso utilizar a expressão “foi-se o tempo”, quando minhas lembranças alcançam
os colóquios que enriqueciam os ouvintes; os textos dos alunos secundaristas
que davam gosto de ler; as palestras proferidas no impecável padrão da norma
culta do nosso idioma.
O que vemos
hoje é um verdadeiro descaso com o Português, sob o pretexto de garantir a
originalidade e a marca registrada de uma região do país. Embora essas
características tenham sua importância para aquele que fala ou escreve, o
sem-número de casos de desleixos gramaticais evidenciam não apenas a ignorância
da matéria, como também, e sobretudo, a deseducação e o desrespeito para com os
ouvintes ou leitores.
Tenho
observado, com muita frequência, um vício terrível, nas conversas,
principalmente das pessoas mais jovens, que é inserir, ao final de cada frase
proferida, a abreviatura de um palavrão ou o palavrão inteiro, como se fosse
algo correto. Isso precisa ser urgentemente combatido, já que resulta numa
falta de respeito e desqualificação do diálogo.
Diante
deste desafio educacional, algumas dicas são bastante oportunas para quem quer
falar Português respeitando o idioma e o(a) interlocutor(a). São elas:
- Tenha o controle do que você fala. Às vezes,
algumas palavras são proferidas involuntariamente, como se fossem
verdadeiras muletas gramaticais. Evite-as;
- Seja comedido(a) e polido(a). Não substitua as
vírgulas de uma frase por uma palavra chula e até por palavrões. Tal
procedimento vai mostrar claramente quais são os seus valores morais;
- Enriqueça seu vocabulário. Leia. Leia
bastante. Leia jornais, revistas, artigos, livros etc. Ao encontrar um
verbete desconhecido, consulte o dicionário, que é o pai dos
espertos;
- Não utilize palavras que você desconhece. É
melhor que sua oratória seja simples e facilmente entendida, do que
rebuscada e sem margem de compreensão;
- Mesmo em momentos difíceis, mantenha o
equilíbrio também nas verbalizações, afinal a paz não é obtida com
desarmonia.
No
escrever, as chances de acerto são maiores. Não desperdice a oportunidade de
revisar o seu texto, pois essa é uma maneira de qualificar seu trabalho e o
tempo de que você dispõe.
Não
hesite em perguntar, quando não sabe de algo; em buscar aprofundamento quando a
resposta não for satisfatória; em falar corretamente, mesmo nas conversas
triviais; em combater o chulismo, ainda que os outros digam que é “normal”; em
aprimorar-se, sendo melhor a cada dia, já que é para isso que vivemos!
Reflita!
Evalda Carvalho - Escritora e colaboradora do Gazeta da Torre
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