segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O LIMIAR DA EDUCAÇÃO – Outubro/2013


Será possível imaginar o nosso bairro com pessoas educadas, prezando pelo bem-estar individual e coletivo? Esta pergunta é muito oportuna, sobretudo quando o tema “sustentabilidade” invade as escolas, as organizações não governamentais, os órgãos públicos, a iniciativa privada e a opinião pública. Mas, sobre esse assunto, o que de fato está ao nosso alcance?

Primeiramente, tenhamos com clareza que os aspectos sociais são fundamentados na educação, que começa no seio do lar e se expande para outros ciclos de convivência, como a escola, por exemplo. Por isso, é fácil identificar o liame existente entre a educação e a formação do caráter humano. Não há um só método, científico ou não, capaz de delimitar a educação ou até mesmo afugentá-la nos porões das conveniências e facilidades por demasiado tempo.

Cada pessoa diz de si mesma pela maneira de agir, de pensar, de tratar o próximo. Desse modo, os aglomerados sociais se formam, interagem reciprocamente e é estabelecida, naturalmente, uma espécie de homogeneidade de comportamento. Em meio a um turbilhão de diferenças, surge, enfim, uma tal ou qual característica em comum, criando uma marca registrada para um bairro, uma cidade, um país, que não deixa de ser notada por mais desatento que seja o olhar do visitante. Como é compreensível, a impressão que levamos de algum lugar é verdadeiramente aquela revelada pelos seus habitantes.

Partindo do conceito de “sustentabilidade”, que não se restringe às atividades para melhorar o desempenho dos setores da economia sem provocar tantos estragos ao meio ambiente, algo também muito relevante vem à tona: a participação da sociedade nesse processo de mudança.

Ignorando como uma transformação social ocorre, há ainda os que exigem, unicamente, do poder público, medidas enérgicas para melhoria das condições de vida nas áreas estruturais do desenvolvimento, como saúde, saneamento, segurança, emprego e educação. De um lado, é necessário, sim, que o poder público invista estrategicamente no uso de recursos para viabilizar a sustentabilidade sob o ponto de vista social e não apenas econômico. Por outro lado, é razão inconteste de muita preocupação o desleixo popular, que literalmente tem deixado marcas em alguns bairros, um verdadeiro e deveras comum retrato falado de um povo incivilizado.

Nos tempos hodiernos, por tudo relatado, a palavra “sustentabilidade” parece não pertencer ao mundo real, ou mesmo parece estar muito distante deste, haja vista que nas situações mais comuns, não raro registramos a deseducação presente, ora nas verbalizações, ora nas atitudes, assinalando a rudez das pessoas. E o pior: deixando péssimas marcas!

Algumas medidas estão sendo tomadas, em grandes metrópoles brasileiras, no sentido forçar, “mexendo com o bolso do cidadão”, uma mudança no comportamento, como por exemplo, multas aplicadas para quem jogar lixo no chão. Atenuante de outros problemas e também com aspecto degradante, de uma população inconsciente das suas potenciais responsabilidades perante o meio ambiente, hoje e no futuro!

À proporção em que o homem se educa, a mudança se expressa claramente e se torna forçoso considerar que esse processo extrapola os limites onde habita, pois o bom exemplo se propaga, favoravelmente, gerando novas e boas resoluções aos circundantes, visitantes e forasteiros.

Por mais rasteiro que seja o nosso pensar em torno destas questões, não há motivo para esperar essa ou aquela atitude do outro. Muito que pelo contrário, é tempo de agir. Que tal começarmos pela nossa casa, nosso bairro? Ou vamos esperar a adoção de uma medida coercitiva para abandonarmos os hábitos deseducados?


Por que deixar fora do controle o que está perfeitamente dentro do nosso alcance? Hoje, nada fala mais alto do que nossa consciência, cobrando posturas corretas, em busca da tão famosa quanto requerida “sustentabilidade”. Façamos a nossa parte! Comecemos pelo nosso bairro, que pode estar mais limpo, e por isso mesmo, mais aconchegante! Sejamos agentes públicos no combate ao vício de quem joga lixo no chão. Esta tarefa é simples, grandiosa e garante excelentes resultados. Estamos no tempo da reciclagem, do reaproveitamento dos materiais e a educação doméstica não pode ser considerada extemporânea, sob pretexto algum. Pense nisso!

Texto da escritora  Evalda Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário