terça-feira, 20 de junho de 2023

Além do preconceito de gênero, mulheres negras têm trabalho em dobro para comprovar capacidadena ciência e na tecnologia

 Gazeta da Torre

Doutora Sonia Guimarães

Durante muito tempo, foi difundido na sociedade que o cérebro da mulher não era biologicamente capaz de lidar com temas complexos — como os relacionados às ciências exatas —, deixando de liderar uma nação e todas as áreas inerentes ao interesse coletivo, como Economia, Tecnologia, Segurança e Saúde. No Brasil, em especial, essa barreira historicamente sempre foi imposta desde cedo às meninas. A reflexão é de Sonia Guimarães, doutora em Física e professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das mais prestigiadas instituições de ensino brasileiras. Sonia é a primeira mulher negra do País a se tornar doutora em Física.

“Até 1996, mulheres eram impedidas mesmo de prestar vestibular para o até ITA. Hoje, as melhores notas do vestibular são de mulheres. A melhor nota dentre quem se seguiu em 2022 foi de uma mulher, com 9,5 em todas as engenharias. A luz no fim do túnel para elas está em parar de acreditar na história de que são menos capazes. As campeãs das Olimpíadas de Física e Matemática são meninas; os países que menos tiveram mortes por covid-19 têm presidência feminina ou uma mulher como ministra da Saúde. Elas não são menos capazes, só estão chegando ao poder aos poucos”, argumenta. Desde o início da década de 1990, Sonia já lecionava no ITA, a única mulher negra dentre as pouquíssimas no campus, tendo em vista que, na época, elas não podiam ingressar como estudantes.

No bate-papo, a cientista ressalta que a melhor forma de atrair o público feminino desde cedo para carreiras que envolvem ciências exatas e tecnologia é mostrar os exemplos de mulheres que não apenas não acreditavam na falácia da incapacidade, como também estão chegando aos mais altos cargas e posições, representando, inclusive, 70% das publicações científicas do País.

Fonte:UM Brasil

- divulgação -

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