Gazeta da Torre
Doutora Sonia Guimarães |
Durante muito tempo, foi difundido na sociedade que o
cérebro da mulher não era biologicamente capaz de lidar com temas complexos —
como os relacionados às ciências exatas —, deixando de liderar uma nação e
todas as áreas inerentes ao interesse coletivo, como Economia, Tecnologia,
Segurança e Saúde. No Brasil, em especial, essa barreira historicamente sempre
foi imposta desde cedo às meninas. A reflexão é de Sonia Guimarães, doutora em
Física e professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das mais
prestigiadas instituições de ensino brasileiras. Sonia é a primeira mulher
negra do País a se tornar doutora em Física.
“Até 1996, mulheres eram impedidas mesmo de prestar
vestibular para o até ITA. Hoje, as melhores notas do vestibular são de
mulheres. A melhor nota dentre quem se seguiu em 2022 foi de uma mulher, com
9,5 em todas as engenharias. A luz no fim do túnel para elas está em parar de
acreditar na história de que são menos capazes. As campeãs das Olimpíadas de
Física e Matemática são meninas; os países que menos tiveram mortes por
covid-19 têm presidência feminina ou uma mulher como ministra da Saúde. Elas
não são menos capazes, só estão chegando ao poder aos poucos”, argumenta. Desde
o início da década de 1990, Sonia já lecionava no ITA, a única mulher negra
dentre as pouquíssimas no campus, tendo em vista que, na época, elas não podiam
ingressar como estudantes.
No bate-papo, a cientista ressalta que a melhor forma de
atrair o público feminino desde cedo para carreiras que envolvem ciências
exatas e tecnologia é mostrar os exemplos de mulheres que não apenas não
acreditavam na falácia da incapacidade, como também estão chegando aos mais
altos cargas e posições, representando, inclusive, 70% das publicações
científicas do País.
Fonte:UM Brasil
- divulgação -
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