Paulo Victor Chagas - Agência Brasil
Representantes de entidades internacionais vieram a
público recentemente posicionar-se sobre o atual momento da política
brasileira, defender conquistas democráticas e manifestar preocupação com o que
chamam de “ameaças”. Por meio de comunicados públicos, as organizações
criticaram ações como vazamentos e tentativas de obstruir a Justiça.
Sem mencionar diretamente o processo de impeachment
contra a presidenta Dilma Rousseff, organismos como a Comissão Econômica para
América Latina e o Caribe (Cepal) e o Escritório do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) manifestaram-se contrários a
eventos no país que podem causar danos "duradouros" e
"interromper o mandato conferido" à presidenta nas urnas.
O porta-voz do escritório da ONU, Rupert Colville,
assinou uma nota em que menciona o "debate cada vez mais acalorado e
politizado" que tomou conta do Brasil nas últimas semanas. Além de
solicitar ação "escrupulosa" das autoridades judiciais e pedir que
evitem tomar posições político-partidárias, o representante da organização
também pede que não haja obstrução da Justiça.
"Apelamos ao governo, bem como aos políticos de
outros partidos, que cooperem plenamente com as autoridades judiciais em suas
investigações sobre alegações de corrupção de alto nível e que evitem quaisquer
ações que poderiam ser interpretadas como um meio de obstruir a Justiça",
disse.
Colville afirma que uma espécie de "círculo
vicioso" pode estar se desenvolvendo no país ao desacreditar o Executivo e
o Judiciário, o que, segundo ele, pode provocar "danos sérios e duradouros
ao Estado e às conquistas democráticas feitas nos últimos quase 30 anos".
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