Com a proximidade do natal o vento sopra na direção das FEIRAS livres e mercados populares do
nordeste brasileiro, em busca dos brinquedos populares que, até hoje,
fazem sucesso entre as nossas crianças.
Em todo Nordeste, há
uma GRANDE produção de brinquedos
artesanais bem populares, caracterizados pela simplicidade, sendo alguns deles
centenários, que acompanham gerações. A marca do artesão e de sua criatividade
está presente nos brinquedos encontrados. É grande a variedade desses
brinquedos que vai desde os carrinhos de madeira ou lata, bonecas de pano,
marionetes, manés-gostosos, rói-róis, piões, baladeiras, pipas,
petecas, carrosséis, e rodas-gigantes entre outros.
Com o advento da da
revolução INDUSTRIAL, diminuiu a demanda artesanal e a
sociedade passou a consumir os brinquedos industrializados, com novas formas e
roupagens e era digital parece afastar cada vez mais a criança desse mundo
artesanal. Mas apesar desse avanço tecnológico, o brinquedo artesanal continua
com a sua identidade cultural, agindo de forma interativa no mundo de fantasia
da criança, aproximando-a da realidade social em que vive e encantando as
crianças de todas as gerações e classes sociais.
Abaixo, alguns BRINQUEDOS e seus
históricos que podem ser encontrados no Box 147 - Minha Comadre – Mercado da
Madalena:
O Mané-Gostoso - Boneco
com movimento nas pernas e nos braços que se agitam puxados por um cordão. Os
movimentos são feitos pela mão do seu manipulador, no qual o boneco fica de
cabeça pra baixo e com uma PERNA na cabeça. É também conhecido
por outros nomes COMO: Mané-Besta, Mané-Bestalhão,
Mané-Coco, Mané de Souza.
O Mané- Gostoso é
encontrado em todo Nordeste, mas a cidade de Bezerros, interior de Pernambuco é
conhecida pela grande produção do brinquedo. O artesão Severino Gomes,
conhecido como Biu, produz no Núcleo de Produção Artesanal de Bezerros,
uma média de 5000 manés-gostosos por mês.
A mula manca - Brinquedo
confeccionado em madeira leve, com as características de uma burrinha, com os
membros (PERNAS, pescoço e cauda). É colocada sobre
uma base e tencionado por meio de fios ligados a uma espécie de mola localizada
na base que quando é pressionada pelos dedos a burrinha movimenta-se para todos
os lados.
" Pião - brinquedo
de madeira piriforme, com ponta de ferro, por onde gira pelo impulso do cordão
enrolado na outra extremidade, puxado com violência e destreza" -
Câmara Cascudo.
Essa brincadeira
clássica consiste em puxar um cordão enrolado a um objeto afunilado, com
ponta de ferro, colocando-o em rotação ao SOLO, mantendo-se erguido. O cordão é o
elemento intermediário que transmite a força motriz dos braços, fazendo girar o
pião em movimentos circulares em torno do próprio eixo que, em equilíbrio, gira
( por causa da inércia) até perder a força e parar.
A famosa peteca - Brinquedo
que possui uma base, geralmente feita de borracha, que concentra a maior parte
do seu PESO e uma extensão mais leve, feita
de penas naturais ou sintéticas , com o objetivo de dar equilíbrio ou orientar
sua trajetória no ar quando arremessada. Segundo registros históricos a peteca
é uma herança indígena. pois mesmo antes da chegada dos portugueses, os nativos
já jogavam peteca como forma de recreação, paralelamente, aos seus cantos e
suas danças.
Carrinhos de madeira e
lata - Com sucatas industriais (latas de leite, óleo, doce ou
refrigerante), sobras de madeira, tinta , além
de ferramentas simples COMO a bigorna, alicate, ferro de
solda e martelo, os artesãos confeccionam, com muita
criatividade e destreza, carrinhos de brinquedos de vários
modelos: ônibus, carros de corrida, locomotivas, carretas, em CORES vibrantes e atraentes.
As bonecas - PRESENTES em todas as civilizações. Em
cavernas pré-históricas de diversas partes do mundo, foram encontradas pequenas
bonecas esculpidas em pedra.
No Brasil, enquanto as
crianças da corte, brincavam com bonecas europeias, a de pano, adquiriu
forma entre as filhas dos escravos.
A boneca de pano parece ser um
dos poucos brinquedos populares, construídos de maneira artesanal que ainda
consegue resistir aos intensos “golpes” da indústria de brinquedos, que tem
nos meios de comunicação de massa um forte aliado para a venda de
brinquedos que seduzem crianças e adultos, mas nem sempre condizentes com
o contexto brasileiro.
Vale lembrar que a
produção de bonecas de pano não se restringe ao nordeste brasileiro. Em quase
todo país é possível encontrar a produção dessas bonecas com características de
cada região.
Marionetes - Em
diferentes cidades e lugarejos do Nordeste, existem mãos que se movimentam e
dão vida e voz à personagens, nos tradicionais Teatro de João Redondo ( Rio
Grande do Norte ) ou Teatro de Mamulengo (Pernambuco). Contando histórias
engraçadas sobre assuntos sérios, esses bonecos, também são conhecidos COMO "fantoches"
"marionetes" ou títeres.
Os fantoches são feitos
de madeira, METAL, papel, palha etc. São vertidos a
caráter, Geralmente cada boneco recebe tem o seu nome e a sua personalidade.
assim o chorão, o briguento, o covarde, a valente, o bondoso, sempre se
apresentam com seus predicados pelos quais se tornam conhecidos. Além dos
personagens humanos, há também bichos, entre os quais se destaca o jacaré.
Os bonecos são manejados pelos artistas de maneiras distintas: tem os bonecos que são movimentados com varinhas, os que são movimentados por cordões e aqueles que são movimentados pela mão do artista, que é introduzida dentro do fantoche ( o polegar vai a um dos braços, o indicador no orifício da cabeça e o dedo médio faz o movimento do outro braço. A voz é de quem o maneja.
FONTES:
Regina Coeli Vieira Machado. Brinquedos populares. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Regina Coeli Vieira Machado. Brinquedos populares. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Instituto Brinquedo Vivo - Feira-Atividade: brinquedos
e brincadeiras populares: uma experiência no Museu do Homem do Nordeste.
Recife: Fundação Joaquim Nabuco Ed. Massangana - 1992.
PANORAMA do brinquedo popular no Brasil - Maxwell -
Puc-Rio - www.maxwell.lambdaele.puc-rio/br6604 4.PDF
A História do Brinquedo: Para as crianças
conhecerem e os adultos se lembrarem - Cristina Von – Alegro – São Paulo
2001
Dicionário do Folclore para Estudantes -Mário Souto Maior
e Rúbia Losso- Editora Massangana- Fundação Joaquim Nabuco- Recife/PE
-2004
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