Sem dúvida nenhuma o esporte mais popular no mundo inteiro é o futebol
capaz de despertar desde os mais nobres sentimentos do ser humano arrancando
lágrimas e sorrisos, paixão e ódio transformando jogadores em ídolos que numa
partida pode também ir do céu ao inferno numa única jogada. Quando todos torcem
por um único time como é o caso da Copa do Mundo é capaz de unir uma nação.
Cada vez mais competitivo o futebol na mesma proporção exige valências
físicas cada vez mais apuradas de acordo com a posição ocupada no campo onde
cada jogador torna-se especialista. Em função disso o treinamento físico passou
a ser diferenciado, mas a capacidade aeróbia e a força física de todos
continuam a ser as valências mais importantes para suportar uma partida
decisiva por 90 minutos ou mais. Nessa Copa do Mundo observa-se em todas as
posições jogadores mais fortes e altos antes uma necessidade dos goleiros e da
defesa. Qualquer treinador hoje entre dois jogadores de igual nível técnico
sempre opta pelo mais alto.
Pela sua complexidade é o esporte que mais atrai investimento sendo
excelente meio de comunicação, educação e aplicação da ciência dando mais
oportunidades para preparadores físicos, nutricionistas, médicos,
fisioterapeutas, psicólogos entre outros da área de saúde.
O futebol ao longo dos anos passou por profundas mudanças tanto nas regras como na forma de jogar sempre visando aprimorar a defesa o ataque e a marcação na tentativa de surpreender os adversários. Cada treinador tem as suas preferências na hora de posicionar seus jogadores em campo que pode mudar também em função do adversário. Quem não se lembra da seleção holandesa em 1974 que para dificultar a marcação adversária tentou inovar com seus jogadores mudando sempre de posição, o chamado carrossel holandês que, no final das contas acabou não dando em nada? A Noruega em 1998 tentou um 4x5x1 com uma forte marcação formando um paredão no meio tentando sempre um perigoso contra-ataque.
Para que tudo isso funcione tornou-se necessário a existência de
jogadores especialistas em cada função e preparador físico igualmente
especialista em treinamento científico adequado a cada jogador. De posse de
testes e gráficos o preparador analisa os resultados e aplica novos
treinamentos de tal forma que hoje não adianta só ter talento sem ter força,
velocidade e muita resistência. Dessa forma não dá para imaginar um jogador
encantar a multidão sem treinar da forma que quer jogar. Estrelas têm que
treinar tanto ou mais que os outros e não se admite mais como de vez em quando
presenciamos nos campeonatos regionais certos jogadores pleiteando mordomias
para não treinar e/ou chegar atrasado nos treinos. A competição moderna depende
diretamente da preparação porque o futebol agora, como se diz no popular é “pegado”.
Os tempos de Garrincha e Pelé eram outros e se davam ao luxo de ter vida social
intensa.
O futebol se caracteriza por atividade intervalada onde o jogador corre
para receber um lançamento e o adversário corre para interceptá-lo, logo depois
dá uma parada enquanto a bola volta para o ouro lado do campo. Entretanto esse
breve intervalo é imprevisível como também é imprevisível a mudança de direção
com a bola nos pés. Corre, pára, dribla, volta, corre em outra direção o mais
rápido possível.
A especificidade das tarefas têm sido crescente e hoje vemos
atacantes com funções de ter que voltar para buscar a bola, meio-campistas
ofensivos, volantes defensivos, laterais cobrindo um dos lados do campo e
apenas os zagueiros e o goleiro com funções bem distintas, mas mesmo assim
existem zagueiros com capacidade de em determinados momentos partirem
rapidamente ao ataque e goleiros que batem faltas e pênalti muito bem tendo que
voltar o mais rápido possível para as suas posições.
Daí surgiu estudos
mostrando quantos quilômetros correm cada jogador e a que velocidade de acordo
com a função durante uma partida com seus 90 minutos identificando o
desenvolvimento da capacidade aeróbia e anaeróbia de cada um. Na média os
laterais e meio-campistas são os mais exigidos em campo tendo que correr muito
e rápido, mas ainda assim a base do treinamento continua ser a capacidade
aeróbia. Só não dá para prever, devido os milhares de dólares que o futebol
movimenta no mundo, os acordos políticos e as “marmeladas” que possam surgir
durante um campeonato mundial já presenciada em outras edições como, por
exemplo, dois times combinarem um empate para eliminar um terceiro ou um time
estranhamente perder de 6 a 0 numa semifinal para eliminar um favorito.
Por Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 3529 – Coluna Copacabana Runners
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