quinta-feira, 12 de junho de 2014

A COPA 2014 PARA NOSSO BAIRRO


Texto de Evalda Carvalho
Jornal Gazeta da Torre

Diante de tanta polêmica envolvendo a Copa do Mundo 2014, torna-se temerário e desafiador falar sobre o tema. No que pese o cenário de insatisfação e desdém alimentado nas redes sociais e levado a termo nas avenidas das cidades brasileiras, o jornal Gazeta da Torre assume a difícil tarefa de descortinar o evento dando-lhe boas-vindas, ao tempo em que também se ocupa em divulgar informação de maneira séria e responsável através de uma módica, porém necessária, colaboração.

Dirigimo-nos às pessoas de boa fé, moradoras da Torre, Madalena, bairros vizinhos e demais localidades por onde circular esse periódico. Para elas, primeiramente nosso respeito, pois de fato não se trata de tomar um rumo político, tampouco partidário ou qualquer posição que possa caracterizar um apelo ao convencimento desta ou daquela opinião. Alienação é o prêmio para os ignorantes e medíocres, que tudo assimila como a mais absoluta verdade, sem aprofundar a questão, sem conhecer os fatos. Portanto, longe de esgotar a discussão, a abordagem aqui exposta é tão-somente geradora de elementos para uma análise profunda e imparcial, indo de encontro com o que já habitual e – por que não dizer? – inconsequentemente está sendo veiculado pelos meios de comunicação de massa.

Em consonância com os organizadores do evento, cada qual na sua área de atuação, compondo equipes com as mais variadas atribuições e competências, há a crescer diariamente, uma multidão que se preocupa com o vandalismo. Aliás, vandalismo está tão em moda, sem que nada, absolutamente nada, o possa justificar racionalmente, que muito se revela da população, dos grupos que o praticam, resultando na evidência da falta de educação. Mas, afinal, o que dá azo a tantas atitudes destruidoras? Será que vale à pena submeter os patrimônios públicos e privados à sentença final de expressões irremissíveis de revolta?


A copa não está trazendo apenas a disputa pelo título mundial de um dos esportes mais populares do mundo. Ela está sendo mote de uma acirrada luta da sociedade civil em busca de melhores condições de vida. Sediar uma copa do mundo não é tarefa fácil, sobretudo quando muitos, à guisa de técnicos de futebol, acham que tal ou qual maneira vai solucionar o problema das desigualdades sociais; vai alavancar o desenvolvimento socioeconômico no âmbito local e nacional; gerará milhares de empregos; enfim, vai garantir a infraestrutura adequada para os próximos 50 anos. Será mesmo?

De um lado, como a colocar lenha seca numa fogueira, figuram-se os críticos de plantão, todos afinados no mesmo discurso de que tudo não passa de uma oportunidade eleitoreira, com aportes financeiros nunca vistos em prol de uma grande festa e, em contrapartida, um sem-número de demandas não atendidas, malbaratando a pesada carga tributária existente no país.

Quando a ignorância se alia à acomodação, o efeito é bem mais devastador do que depredar a sede de um órgão público; destruir um transporte coletivo; queimar pneus causando interdição de uma via com grande tráfego; ou fazer um rolezinho num shopping center. Claro que nada disso resolve. Pelo contrário, o caos é instaurado e haja trabalho para pagar impostos e tudo ser restaurado. Portanto, tais comportamentos não possuem a luz da razão!

Mas será que os comentários negativos, que nada mais são do que alfinetes lançados pelos críticos, têm um único alvo?

Ao invadir nossa caixa postal, nossa casa e ocupar nossa preciosa agenda de 12 de junho a 12 de julho, o torneio vai exigir grande dose de sensatez, honestidade e imparcialidade. Devemos agir como verdadeiros interessados pela informação, participantes do processo de transparência que garante o respeito à população, sem falso moralismo. O que parece bastante pode não ser suficiente. Nesse sentido e sem tomar a vaga de quem quer que seja, deixamos para reflexão alguns pontos relevantes:  o orçamento para a Educação subiu de R$ 86,2 bi (em 2013) para R$ 89,1 bi (em 2014); a Saúde teve um aumento de 31% comparado a 2011, representando um recorde histórico de investimento; em todas as áreas, as verbas somaram R$ 825,3 bilhões, nos últimos quatro anos; o desemprego, em abril, alcançou o menor índice em doze anos.

Com a Copa, foi criada uma expectativa de economia que distante está de estabelecer a sustentabilidade econômica dos setores de produção, haja vista que o desenvolvimento de um país vai além de investimentos em obras de mobilidade urbana, ampliação de aeroportos, construção de estádios.


Para formar a sua opinião, pesquise nas mais insuspeitas fontes. Se você leu o texto até aqui, parabéns! Isto prova que no seu caráter há algo que reclama por aprofundamentos e mudanças efetivas, uma espécie de padrão fifa para a vida em sociedade, a começar pelo nosso bairro. Tal é o dever que o Gazeta da Torre tem a cumprir, sob pena de prestar um serviço incompleto.


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