quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Psicanalista Christian Dunker analisa a febre das apostas

 Gazeta da Torre

O endividamento está enraizado na cultura brasileira. Entre idas e vindas, essa forma de viver voltou a ser realidade para muitos, reflete o psicanalista Christian Dunker. “Você tem o Brasil reendividado em decorrência de apostas que poderiam ter sido legisladas”, afirma.

Psicanalista Christian Dunker

A febre das bets, as famosas plataformas de apostas online, já virou estratégia financeira. Mas, cedo ou tarde, essa prática leva ao endividamento. Um estudo da FecomercioSP mostrou que os apostadores perdem mais (44%) do que ganham (30%).

A maior parte do público das bets pertence às classes mais baixas. Mesmo assim, o valor apostado é relativamente alto. Mais da metade dos entrevistados (52%) gasta mais de R$ 50 por mês. E quase 20% arriscam mais de R$ 100 mensalmente. Enquanto isso, os montantes totais dessas plataformas chegam a R$ 68,2 bilhões — o equivalente a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

O debate sobre a regulação das apostas anda a passos lentos. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), analisa a  “Lei das Bets”, que pretende regulamentar o mercado de apostas online no País. Para Dunker, há atraso na definição de um marco regulatório. E a lentidão do Brasil em responder a esse problema reflete a “lentificação apática das instituições”.

* Christian Dunker é graduado em Psicologia, tem mestrado e doutorado em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado na Universidade Metropolitana de Manchester.

Fonte:UM Brasil

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terça-feira, 19 de novembro de 2024

As capivaras circulando nos bairros da Torre, Madalena e Graças em locais próximos às margens do Rio Capibaribe

 Gazeta da Torre

Família de capivaras observando o Rio Capibaribe

Os moradores do Recife costumam ver com mais frequência grupos de capivaras circulando em alguns bairros da cidade, especialmente em locais próximos às margens do Rio Capibaribe.

É importante respeitar o espaço dos animais e não chegar muito perto, para não acontecer algum incidente. Entre os poucos estudos que as capivaras têm na Região Metropolitana do Recife, estão os jacarés. A coordenadora do Cetas considera que a espécie está bem adaptada à região, segundo explicou ao g1 a bióloga Joice Brito, coordenadora do Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas) Tangará.

“Elas são herbívoras e são vistas muitas vezes em áreas de mangue. Por isso a poluição nunca é boa para a espécie. Há uns anos atrás seria mais difícil ver-las tão próximas das pessoas como a gente tem visto recentemente. Acredito que o período da pandemia fez com que as pessoas prestassem mais atenção ao meio ambiente e aos lugares onde moram e observassem as espécies que já viviam por aqui, mas passandom despercebidas”, comentou Joice Brito.

Ela explicou que a média de vida de uma capivara na natureza é de cerca de 10 anos. Com essa estimativa de vida, respeitando os espaços dos animais e conservando os rios e o mangue, é possível que os moradores do Recife possam, de alguma forma, acompanhar o desenvolvimento dos “bebês” que já nasceram na região.

Vídeo:PCR

Fonte:G1

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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Deputados propõem que shows em Pernambuco garantam hidratação gratuita para o público

 Gazeta da Torre

Deputados propõem que organizadores de shows e outros eventos artísticos em Pernambuco ofereçam água potável gratuita ao público. A proposta segue agora para debate em Plenário na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e, caso seja aprovada, terá 90 dias para entrar em vigor.

De acordo com o texto, a determinação será válida para eventos com mais de mil espectadores, quando realizados em dias com temperaturas máximas superiores a 35° C. Nestas circunstâncias, também será exigida a disponibilização de sistemas de ventilação ou de coberturas com proteção solar na área reservada ao espetáculo, bem como no setor de filas. Além disso, deverá ser permitido que o público leve o item para consumo próprio.

Os organizadores dos eventos deverão ainda instalar pontos de venda de alimentos e bebidas em locais de fácil acesso, assim como assegurar a estrutura necessária para o rápido resgate do público em caso de intercorrências.

Agência Brasil

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domingo, 10 de novembro de 2024

Casamento infantil persiste no Brasil e afeta 36% das meninas menores de idade

 Gazeta da Torre

O casamento infantil ainda é uma realidade comum em diversos países, inclusive no Brasil, onde a prática é permitida pela Lei 13.811, que estabeleceu a idade mínima legal para o matrimônio em 16 anos, com autorização dos pais do adolescente. Um levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) apontou que, em 2023, foram realizados no País mais de 2 mil casamentos envolvendo menores.

Os números colocam o Brasil na sexta posição no ranking de países com maior número de casamentos infantis, de acordo com a ONG Girls not Brides, com 2,2 milhões de meninas menores de idade casadas ou em união estável, o que representa aproximadamente 36% da população feminina brasileira abaixo dos 18 anos. Os cinco países na frente do Brasil no ranking são Índia, Bangladesh, China, Indonésia e Nigéria.

Segundo o juiz titular da Segunda Vara Criminal da Infância e da Juventude de São Carlos e professor da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) da USP, Cláudio do Prado Amaral, “o fenômeno do casamento infantil acontece em todo o globo, mas obviamente com menor incidência em países ricos, porque a base desse fenômeno são situações socioeconômicas”. O professor diz ainda que “não existe um fator determinante” para o casamento infantil, pois é produto de um complexo de fatores. “O casamento infantil é um fenômeno complexo que parte da extrema pobreza, da desigualdade e da violência de gênero.”

Outro ponto destacado por Amaral é que o casamento infantil faz com que as adolescentes, principais vítimas desse tipo de união, percam vínculos familiares e comunitários. “Quando uma adolescente se une maritalmente a um maior de 18 anos, uma série de vínculos comunitários que ela tinha até então ficam em segundo plano”, diz o professor, e continua: “o direito à convivência comunitária é indissociável da convivência familiar. Vínculos com amigas, primas, parentes mais ou menos próximos e a própria escola ficam em segundo plano”.

Formação

O professor destaca, ainda, que “quando falamos de adolescentes, nós estamos falando de pessoas ainda em formação”. Ele diz também que “quando falamos em desenvolvimento humano, não nos referimos apenas ao desenvolvimento físico, estrutural e morfológico. Nos referimos principalmente ao fato dos adolescentes ainda não terem formado completamente o córtex pré-frontal, que desempenha um papel importante no controle das emoções e do comportamento, o que explica as reações por vezes impulsivas, pouco pensadas e pouco refletidas dos adolescentes”.

Por conta do processo de formação dos jovens, o docente afirma que a autorização do casamento pelos pais deve ser algo bastante pensado. “Como os jovens ainda são muito guiados pelo sistema límbico, que é o conjunto de estruturas cerebrais que processa as emoções, e pouco pelo sistema do córtex pré-frontal, eles têm dificuldades de adequação comportamental e social. Por isso, o papel dos pais em autorizar o casamento deve ser algo bem refletido, ponderado e, eu diria, até estudado com o apoio de profissionais.” Amaral diz também que o casamento “não se trata de algo banal, pelo contrário, é uma decisão grave que implica para o restante da vida dessa jovem”.

Crime

Apesar da idade mínima permitida para o casamento no Brasil ser de 16 anos e qualquer união realizada antes disso ser desconsiderada, o relacionamento de adultos a partir de 18 anos com crianças e adolescentes existe, e é um crime. “A maior preocupação que eu verifico é que a união com crianças menores de 14 anos acontece”, garante o professor. Amaral também relembra que “toda relação sexual, mesmo que consentida, entre um maior de 18 anos e uma menor de 14 anos é um crime chamado estupro de vulnerável”.

A pena para quem pratica o estupro de vulnerável, ou seja, para o adulto que mantenha relações com uma adolescente menor de 14 anos, mesmo que consentida, é de oito a 15 anos de reclusão, no entanto a pena pode ser aumentada em casos de lesão corporal grave, passando a ser de 10 a 20 anos e, no caso de morte da vítima, de 12 a 30 anos.

Fonte:Jornal da USP

- divulgação -

Paróquia da Torre - Festa e Novenário de Santa Luzia

 Gazeta da Torre

A Paróquia da Torre convida todos os fiéis para participarem da Festa e Novenário de Santa Luzia, que será realizada de 04 a 13 de dezembro. Este é um momento especial de devoção e celebração em homenagem à nossa querida copadroeira, Santa Luzia, protetora dos olhos e símbolo de fé e perseverança.

Traga sua família e amigos para juntos vivenciarmos momentos de oração, reflexão e comunhão. Durante o novenário, teremos missas, uma procissão tradicional e a missa campal no último dia, dia de Santa Luzia que fortalecerão nossa fé e união comunitária.

Paróquia da Torre

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Recife recebeu o Selo Diamante de Boas Práticas em Cidades Inteligentes

 Gazeta da Torre

No dia em que o Bairro do Recife começa a vivenciar mais uma edição do Rec’n Play, a Prefeitura da capital pernambucana é agraciada com mais um importante reconhecimento. O prefeito João Campos recebeu, na tarde desta quarta-feira (6), o troféu de destaque pelas boas práticas que têm colocado a cidade no hall das principais capitais brasileiras em investimentos em tecnologia a serviço da população.

A premiação foi entregue pela CEO da Plataforma Connected Smart Cities, Paula Faria. Na mesma ocasião, o Recife recebeu o Selo Diamante de Boas Práticas em Cidades Inteligentes, conquista inédita concedida pela mesma plataforma. As premiações foram entregues no Espaço Conecta, estande da Prefeitura montado na Avenida Rio Branco e que faz parte da programação oficial do Rec’n’Play.

“O Recife fica muito feliz de receber o reconhecimento dos dez anos e também este Selo Diamante, sendo uma das duas únicas cidades do Brasil a receber o selo. Vamos seguir trabalhando para fazer uma gestão com transparência, eficiência, inclusão e capacidade de conexão entre as pessoas”, declarou o prefeito João Campos.

Desde 2021 a Prefeitura do Recife vem colecionando reconhecimentos importantes que reverenciam o pioneirismo, a criatividade e a inovação de projetos voltados para Governo Digital (e-Gov). Ao todo, ao longo desses últimos três anos, a terra do frevo tem na prateleira 36 prêmios que celebram o trabalho das equipes que juntas formam o cérebro eletrônico da prefeitura: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, Empresa Municipal de Informática (Emprel) e Secretaria Executiva de Transformação Digital.

Com essa trinca, foi possível, por exemplo, criar o primeiro sistema de agendamento eletrônico do Brasil para a vacina contra a covid-19, o Recife Vacina. Também fruto desse trabalho foi possível criar plataformas digitais que visam facilitar a relação das pessoas com a cidade e com os serviços municipais, como o Conecta Recife, o GO Recife, AdotaPET, Moeda Capiba, Minha Saúde Conectada, agendamento para treinar na Academia Recife, agendamento para atendimento no CadÚnico, entre outros.

“Vim trazer este reconhecimento de dez anos por toda participação da Prefeitura do Recife no projeto. Mas, além disso, também trouxe o selo diamante que o Recife recebeu este ano. Quero parabenizar o Recife e espero que ela continue a fazer o trabalho brilhante que tem feito durante os últimos anos”, afirmou Paula Faria, CEO da plataforma.

Outra frente importante sobre e-Gov são as ferramentas de gestão desenvolvidas dentro do Eita!Recife. A partir do Marco Regulatório das Startups, sendo o Recife a primeira capital brasileira a fazer uso desse instrumento legal, foi possível investir em inovação dentro do setor público. Ao longo dos últimos anos foram lançados os desafios em Ciclos de Inovação e que hoje são ferramentas disponibilizadas para negociação com outras cidades, como é o caso do Prontuário Eletrônico de Saúde, Absens (que otimiza as vagas ociosas e remanescentes de pacientes que por algum motivo desistiram de exames e procedimentos médicos de média e alta complexidade dando a oportunidades para outras pessoas), Vamoo (plataforma que facilita o acesso do cidadão a atividades físicas), além de consultorias e outros projetos.

Por Magno Martins

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 Gazeta da Torre

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco recebeu, na terça-feira (05), o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos. Por sugestão do deputado Waldemar Borges, o gestor foi convidado para responder questionamentos sobre o modelo que será adotado em uma eventual concessão ao setor privado nas exportações externas aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em Pernambuco, que está sendo treinado pelo Governo do Estado.

O parlamentar, que faz parte da bancada de oposição de Alepe, disse que o que procurava é que um serviço fundamental como a oferta d'água possa ser universalizado. “O que me move é procurar construir os caminhos que melhor atendam a essa preocupação”, falou. Waldemar Borges enfatizou que há três questões principais com os rumores da Compesa. “O primeiro é a questão do subsídio cruzado que o setor privado terá com os municípios deficitários e os superavitários. O setor privado vai buscar o lucro. E aqueles municípios que não podem pagar pelo serviço, como ficam?, indagou. O deputado alertou que essa relação tem que ser muito bem definida, muito bem equacionada e muito bem amarrada.

O parlamentar também falou sobre a governança do serviço. “Qual o poder efetivo que o Estado fará com que uma empresa privada não cumpra suas obrigações contratuais, colocando em risco a prestação do serviço? Outra preocupação que o parlamentar colocou foi sobre como ficaria a situação dos funcionários da empresa. “A Compesa é reconhecidamente um celeiro de profissionais de elevada qualidade. Dentro desse modelo, não se pode sacrificar esses servidores que têm dado a sua vida no prol da empresa”, finalizou.

Apesar da proposta de concessão de serviços à iniciativa privada, Alex Campos fez questão de garantir, durante a reunião do colegiado, que a alteração não representaria a privatização da Compesa. “Vamos manter 100% das cotas. Não estamos negociando ações. Estaremos fazendo apenas a concessão dos serviços”, frisou, reforçando que o objetivo principal é ampliar os investimentos para atender melhor a população. Será?

Waldemar Borges considerou que as mudanças sugeridas trazem apreensões. “Tenho preocupação e interesse em ver como vai ficar objetivamente essa equação financeira, quando se divide produção e tratamento de um lado, e a venda da água e o tratamento de esgoto de outro lado”, concluiu.

Fonte:Blog do Magno

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Filmes ajudam a criar consciência social sobre os problemas de um país

 Gazeta da Torre

Filme 'Ainda Estou Aqui' de Walter Salles

Para além do hype que alguns filmes trazem ao mundo, como foi o caso de Deadpool & Wolverine e Divertidamente 2, estreados este ano, o cinema também é uma importante fonte de reflexão social e produção cultural. No contexto nacional, o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por nomes como Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Selton Mello, estreará nas telas dos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro e é tido como a grande esperança do Brasil no Oscar 2025, escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o País na busca por uma vaga entre os indicados, principalmente para a categoria de Melhor Filme Internacional.

Segundo Maria Arminda do Nascimento Arruda, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e vice-reitora da Universidade de São Paulo, o Brasil voltou a participar dos eventos e festivais internacionais do cinema, como o Festival de Cannes e o de Veneza (dois dos considerados três grandes festivais de cinema, juntamente com o Festival de Berlim) e o próprio Oscar, o que pode projetar um país. Ela explica que qualquer linguagem da cultura tem uma relação com o seu contexto, mesmo sendo em um diálogo internacional, com produções de cultura fora do Brasil.

De acordo com a especialista, isso é recorrente no contexto brasileiro, seja em filmes como Bacurau, em filmes produzidos pelo cineasta cearense Karim Aïnouz, ou mesmo no filme de Walter Salles. Para reforçar seu ponto, ela ainda fala sobre Antonio Candido, importante crítico literário que já escreveu, em um de seus textos, que a lei geral da cultura brasileira sempre foi a relação entre o local e o cosmopolita.

“Ainda Estou Aqui é impressionante, a sua importância na projeção do Brasil e na denúncia também, no que foram as percepções durante o regime militar. Não existe produção isolada, não existe produção nacional. Como é que a incorporação das formas da linguagem externa reverbera para tratar dentro de uma obra que está tratando de uma problemática local? Ainda Estou Aqui é isso, em um mundo da ditadura no Brasil”, complementa.

Importância do cinema

Maria Arminda informa que, em geral, as linguagens da cultura, como o próprio cinema, têm um papel transformador na construção da sensibilidade e de visões de mundo, sendo isso parte do efeito que as linguagens culturais têm sobre a vida da sociedade. “O cinema americano do pós-guerra foi importante para construir toda uma ideia do american way of life e, ao mesmo tempo, foi importante ao imperialismo americano, que é toda a construção de uma visão dos Estados Unidos do pós-guerra como uma sociedade democrática e civilizada”, exemplifica.

A vice-reitora também destaca o impacto do Cinema Novo no Brasil, um movimento cinematográfico que emergiu com força na década de 1960, trazendo uma crítica profunda às desigualdades e aos desafios da modernização brasileira. “A importância do Cinema Novo em construir uma visão política e, ao mesmo tempo, mostrar as dificuldades da modernização brasileira foi central. Veja Os Fuzis, Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol, por trás deles estava não só uma renovação muito grande da linguagem cinematográfica, como também uma construção das dificuldades da modernização brasileira, na medida em que trata dessas realidades”, afirma.

Esses filmes, assim como outras produções culturais, ajudaram a criar uma consciência social sobre os problemas do Brasil, um processo que contribuiu para uma nova sensibilidade nas questões políticas e sociais. “O cinema tem um papel central na construção de concepções e de sensibilidades. Na medida em que se forma toda uma nova sensibilidade, isso vai reverberar do ponto de vista das ações no mundo e, portanto, na mudança da sociedade”, explica. Conforme Maria Arminda, um exemplo disso em outra linguagem é a literatura e o romance do século 19, que tiveram um papel fundamental para formar a sensibilidade feminina.

Enfraquecimento da cultura

A professora afirma que não existe cultura, e sobretudo cinema, sem financiamento. Ela entende ser difícil um produtor conseguir se autofinanciar, o que torna necessário políticas culturais para todas as áreas. Se há cortes no orçamento da cultura, a produção cultural, sobretudo de artes performáticas ou industriais, como é o caso do cinema, empobrece.

Segundo Maria Arminda, o empobrecimento do cinema ou enfraquecimento de qualquer cultura tem impactos significativos em uma sociedade, especialmente em tempos de discursos de ódio e fragmentação social, como é o contexto do Brasil. “A cultura porta sempre um processo civilizador, porque produz concepções do mundo e, ao mesmo tempo, nos traz perspectivas que têm um papel de esclarecimento das dificuldades que uma sociedade vive. Então, a curto, médio e a longo prazo, toda crise de qualquer linguagem da cultura é crise civilizatória e tem um efeito terrível”, informa.

Contudo, a especialista relata que o cinema brasileiro está em um processo de recuperação — de acordo com a Agência Nacional de Cinema, o cinema nacional apresentou um aumento em relação aos últimos seis anos, já que, somente em janeiro de 2024, atingiu um público de 3 milhões de espectadores, número quase 30 vezes maior do que o observado no mesmo período do ano passado (114 mil). “É muito interessante perceber que, quando as sociedades tendem a se tornar mais democráticas, também há um processo de retomada das linguagens da cultura, e isso está acontecendo no Brasil”, conclui.

Fonte:Jornal da USP

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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Atividades cognitivas conseguem retardar o surgimento da Doença de Alzheimer

 Gazeta da Torre

O maior envolvimento em atividades que estimulam o cérebro pode atrasar a manifestação de doenças neurológicas, em média, em até cinco anos.

Um estudo recente, intitulado “Cognitive Activity and Onset Age of Incident Alzheimer Disease Dementia”, que acompanhou mais de 1.900 pessoas idosas, sem diagnóstico de demência no início da pesquisa, ao longo de até 22 anos, mostrou que aqueles que mantinham um alto nível de atividade cognitiva, como ler, resolver quebra-cabeças e se engajar em discussões, foram diagnosticados com Doença de Alzheimer em média cinco anos mais tarde do que aqueles com níveis mais baixos de atividade mental.

Durante o período do estudo, cerca de um quarto dos participantes desenvolveu a Doença de Alzheimer. “O estudo confirma que o estilo de vida cognitivamente ativo pode retardar o surgimento da demência, proporcionando melhor qualidade de vida”, conta a dra. Thaís Bento, parceira científica do Método Supera – Ginástica para o Cérebro e coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo.

A pesquisa também destaca que diferenças significativas nos níveis de atividade cognitiva estavam diretamente relacionadas à idade de início da demência, indicando que um maior envolvimento em atividades mentais pode atrasar o surgimento da doença de Alzheimer. “Um conceito fundamental que merece destaque é a reserva cognitiva (RC), capacidade do cérebro de apresentar um desempenho melhor do que o esperado, considerando o grau de mudanças cerebrais ao longo da vida, é essencial, pois, mesmo diante do envelhecimento cerebral, a pessoa pode continuar ativa, com autonomia e com a cognição preservada”, esclarece Thaís Bento.

Ela reforça ainda que manter o cérebro ativo é essencial para promover um envelhecimento saudável e prevenir doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer (DA). “Com o avanço da idade, é natural que ocorram mudanças cognitivas, frequentemente associadas a alterações fisiológicas decorrentes do ciclo da vida. Essas mudanças podem levar a uma lentificação gradual das funções cognitivas, especialmente aquelas que envolvem velocidade de processamento, memória episódica e memória de trabalho. Nesse contexto, as atividades cognitivas desempenham um papel fundamental.”

Segundo ela, atividades como leitura, escrita e jogos de tabuleiro podem contribuir para aumentar a reserva cognitiva e, consequentemente, retardar o início dos sintomas de demência. “O envolvimento em atividades que estimulem intelectual, física e socialmente pode ser uma estratégia eficaz para um envelhecimento mais saudável. Ler, aprender algo novo e socializar são práticas que enriquecem a vida da pessoa idosa, promovendo não apenas sua saúde mental, mas também sua qualidade de vida”, afirma.

A gerontóloga comenta ainda que promover um estilo de vida ativo e engajado pode ter implicações significativas para a saúde pública, pois o atraso no início da demência melhora a qualidade de vida e reduz os custos relacionados aos cuidados de saúde. “A pesquisa sugere que, mesmo um atraso de apenas um ou dois anos no início da demência, poderia ter um impacto enorme, reduzindo a prevalência da doença em 41% e os custos associados em 40%. Portanto, manter o cérebro ativo é um recurso valioso na prevenção contra a Doença de Alzheimer”, conclui.

Para reflexão:

Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o único! “Paulo Coelho

Você sabia:

Nos primeiros anos de vida, de 700 a 1.000 novas conexões entre os neurônios se formam a cada segundo.

Resposta do desafio de Setembro.  

São dois vizinhos. Um não vai à casa do outro. Os dois não vai por causa de um morrinho.

Você sabe quem somos?

Resposta: os olhos

Desafio de Outubro.

Cada vez que Ivan faz aniversário, seus pais colocam tantas moedas em seu cofrinho quanto a sua nova idade. No momento Ivan tem 21 moedas. Qual a idade de Ivan?

Resposta na próxima edição:

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

PGR diz que democracia brasileira sai fortalecida após segundo turno das Eleições 2024

 Gazeta da Torre

PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou no domingo (27), após o encerramento da contagem de votos no segundo turno das eleições municipais, que a democracia brasileira sai fortalecida do processo eleitoral.

Cidadãos de 51 municípios, sendo 15 capitais, compareceram às urnas para escolher o prefeito e o vice que vão executar as políticas públicas pelos próximos quatro anos. O PGR e o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, acompanharam a apuração dos votos na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF).

“Conclui-se mais um ciclo de votações para cargos políticos no Brasil, com a demonstração do vigor inquebrantável da democracia brasileira, a que servem, com sempre renovado empenho, a Justiça e o Ministério Público eleitorais”, afirmou Gonet, que participou da coletiva de imprensa, ao lado da presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia. Ele voltou a destacar a atuação dos mais de 2.700 promotores e procuradores eleitorais que fiscalizaram todas as etapas do processo eleitoral no país, com o objetivo de evitar abusos e assegurar que a vontade livre do eleitor seja refletida nas urnas.

Na coletiva, Cármen Lúcia destacou que o segundo turno aconteceu num clima de tranquilidade e respeito aos cidadãos, como devem ser todas as eleições. A ministra informou que o número de denúncias de irregularidades foi menor que o da média das eleições anteriores e o número de ocorrências registradas pela Polícia Federal foi irrisório, considerando um universo de mais de 33 milhões de eleitores aptos a votar, em 20 estados.

"Essa eleição dá a demonstração de que clima de violência, intolerância e desinformações para recriar, inventar e fraudar dados para compelir eleitores é algo fora do comum, fora da regularidade democrática", afirmou a presidente do TSE. Em relação às denúncias de fake news, Cármen Lúcia relatou que o TSE recebeu 5.234 alertas no Sistema Desinformação (Siade) e 3.463 pelo disque-denúncia SOS Voto. Ela destacou que todos os casos serão apurados e receberão uma resposta da Justiça.

Fonte:PGR

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Carrefour TORRE

domingo, 27 de outubro de 2024

Cresce número das pessoas que moram sós e de casais sem filhos

 Gazeta da Torre

"Vivo num apartamento grande sozinha, mas não sinto nada de solidão. Tenho meus dias muito ocupados e viajo muito", diz Eliana Naves, de 65 anos.

Ela representa uma mudança estrutural em curso na sociedade brasileira, de acordo com dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com cada vez mais pessoas vivendo sozinhas e casais optando por não ter filhos, a porcentagem de domicílios em que vive só uma pessoa deu um salto, passando de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022, em todas as faixas etárias e não mais apenas entre os idosos.

O mesmo ocorreu com a proporção de casais sem filhos: foi de 16,1% para 20,2%.

Entenda a causa

"O envelhecimento da população é a principal explicação", explica um dos coordenadores da pesquisa, Márcio Minamigushi.

"Os parceiros morrem, os filhos saem de casa, as pessoas vão ficando sozinhas. Mas essa mudança (no perfil das famílias) está relacionada a vários fatores", observa.

"Há o fato de as pessoas estarem adiando o casamento ou optando por não se casar. E também preferindo adiar ou mesmo não ter filhos. Existe uma mudança no comportamento, na formação da família."

Rio de Janeiro lidera o ranking

Eliana vive sozinha em um grande apartamento de cobertura na zona sul do Rio. Em 2009, ela perdeu um filho de 25 anos que nasceu com fibrose cística, uma doença que provoca o necrosamento do pulmão.

Dois anos depois, separou-se do marido, com quem estava casada desde 1982, e ficou vivendo com a filha mais nova. Em 2016, no entanto, a jovem se casou e saiu de casa.

A mãe de Eliana, que morreu em fevereiro, aos 97 anos, vivia também sozinha em um outro apartamento na mesma rua, mas nenhuma das duas quis abrir mão de sua independência, apesar dos encontros diários e do apoio mútuo.

As maiores proporções de domicílios com apenas um morador foram registradas exatamente no Rio de Janeiro (23,4%). Confira os três principais estados do ranking:

Rio de Janeiro (23,4%);

Rio Grande do Sul (22,3%);

Espírito Santo (20,6%)

Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os Estados com a população mais envelhecida.

Os menores porcentuais de casas unipessoais estão no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%), que também são os Estados mais jovens do País.

Os números anteriores do Censo 2022 divulgados no fim do ano passado já mostravam que Norte e Nordeste são as áreas mais jovens do Brasil, onde 25% e 21% da população têm até 14 anos.

As regiões mais velhas são o Sudeste e Sul, ambas com porcentuais de idosos que chegam a 12%. No Brasil, as pessoas com mais de 65 anos já representam 10,9% da população.

Detalhamento

O IBGE considera quatro espécies de unidades domésticas:

Unissociais: aquelas com apenas um morador;

Nucleares: em que vive só um casal, um casal com filho (s) ou só uma pessoa com filho (s);

Estendidas: onde existe a presença de algum outro membro da família, como neto (s), avó (s), genro e nora;

Compostas: onde vive também algum outro indivíduo que não seja da família.

Entre as quatro espécies de unidades domésticas, a mais frequente continua sendo a nuclear, que representa 64,1% do total, ante 66% no Censo anterior, de 2010.

Na sequência, vem o tipo unipessoal (18,9%), que era de 12,2% na edição anterior. O modelo estendido foi para 15,4%, ante 19,1% no último Censo.

Já o domicílio composto ficou em 1,5% - era de 2,5% na década passada. Ou seja, o único tipo de unidade doméstica que aumentou sua participação foi a unipessoal, além do número de casais sem filhos - englobados na nuclear.

Também entre jovens

O aumento não está relacionado exclusivamente ao envelhecimento da população.

Embora o grupo etário acima dos 60 anos ainda seja o mais prevalente entre os domicílios unipessoais (28%), foi o que registrou o menor crescimento entre 2010 e 2022 (33,5%).

Na faixa de 18 a 24 anos, o aumento do número de domicílios com apenas um morador foi de 52,2%.

Já no grupo entre os 25 e 39 anos, o crescimento chegou a 61,4%; e entre 40 e 59 anos, o salto foi de 56,2%.

Segundo o Censo 2022, o Brasil tem 72 milhões de unidades domésticas, 15 milhões a mais do que em 2010.

O número médio de moradores por domicílio também vem caindo: era de 3,7 em 2000, passou a 3,3 em 2010 e, em 2022, foi de 2,8. Atualmente, 72,3% das unidades domésticas têm até três moradores.

Fonte: Estadão

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

UFPE segue como a melhor do Nordeste

 Gazeta da Torre

UFPE

O Ranking Universitário Folha 2024 (RUF 2024) classificou a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como a 11ª melhor universidade do Brasil. O ranking é realizado pela Folha de S. Paulo anualmente, avaliando 40 cursos de universidades, centros universitários e faculdades do País.

Apesar da UFPE cair uma colocação no ranking, continua mantendo a liderança entre as instituições do Norte-Nordeste, com nota geral de 89,26. A partir de 2014, o RUF passou a incluir também rankings específicos para cursos. Neste ano, foram avaliadas 203 universidades.

Na avaliação de 2024, a UFPE se destacou nas dimensões Mercado, em que obteve a 8ª posição, e Ensino, ficando em 12º lugar entre as universidades brasileiras. As três primeiras colocações do ranking nacional foram ocupadas pela USP, Unicamp e UFRGS.

Além disso, das 40 carreiras avaliadas, a UFPE possui 18 (45%) entre as dez melhores do Brasil, com destaque para Serviço Social, o segundo melhor do país, e Design e Computação, ambos em 4° lugar.

Fonte;Diario de Pernambuco

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Estudo utiliza a ginástica escolar para incluir e estimular crianças com dificuldades motoras

 Gazeta da Torre

Durante a infância, algumas crianças podem apresentar dificuldades no desempenho de habilidades motoras. Essas dificuldades podem ser observadas na prática de atividade física, como saltos, corridas e brincadeiras com bola ou mesmo em tarefas cotidianas, como amarrar o sapato, utilizar talheres e desenhar. Além do atraso no desenvolvimento motor, essa condição pode afetar aspectos sociais e psicológicos, tornando a criança vulnerável a desenvolver problemas como baixa autoestima e sentimento de inadequação.

Para compreender como minimizar as desvantagens entre a participação de crianças com e sem dificuldades motoras em um programa de educação física, a pesquisadora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP Érica Roberta Joaquim desenvolveu, durante sua tese de doutorado, um programa pedagógico-motor ativista. Centrado em alunos com dificuldades motoras a partir do ensino da ginástica educacional, o trabalho foi orientado pelo professor Luiz Eduardo Pinto Basto Tourinho Dantas.

Por meio do modelo pedagógico desenvolvido na tese, as crianças construíram colaborativamente o Programa de Intervenção Pedagógico-Motor Ativista (Pipma), no qual escolhiam e praticavam rolamentos, posições invertidas (parada de mãos e parada de cabeça), estrelas, saltos e equilíbrios (estático e dinâmico), sempre em parceria com a pesquisadora e com orientações adequadas de segurança.

“A opção pela ginástica educacional foi percebida como uma escolha positiva. Como os desempenhos não eram díspares e todos estavam conhecendo suas possibilidades nessa prática corporal, as crianças com dificuldades motoras ficaram suficientemente confortáveis para experimentar os desafios, estabelecer suas metas e estipular seus critérios de sucesso ou fracasso”, afirma a pesquisadora.

Ao término do estudo, foi possível identificar que os alunos com dificuldades motoras apresentaram progresso na aquisição das chamadas “habilidades gímnicas”, impactando positivamente em seu desenvolvimento global. Realizado na quadra de uma escola municipal, o programa se mostrou plenamente viável para o ambiente escolar e de fácil adaptação às particularidades de cada criança e dos locais de aplicação.

Ginástica na escola

O programa foi aplicado em uma escola municipal de Ensino Fundamental 1 (do 1º ao 5º ano), localizada no interior de São Paulo, que oferece ensino integral. Ao longo de 20 aulas, a implementação do programa contou com a participação de 12 crianças entre seis e sete anos, sendo que quatro delas apresentavam dificuldades motoras. Cada aula teve a duração de 50 minutos e ocorriam duas vezes por semana. Antes de iniciar o tempo de aprendizado, as crianças tinham dez minutos para brincar livremente.

Em um diário de campo, a pesquisadora registrava os acontecimentos e reflexões de cada aula. Além disso, entrevistas semiestruturadas foram feitas com a professora pedagoga, o professor de educação física, as crianças com dificuldades motoras e seus responsáveis.

A seleção das crianças que participaram desse estudo se deu por meio de testes que avaliam o desenvolvimento motor, compostos por oito tarefas que avaliam três classes de habilidades diferentes. As tarefas incluíam colocar moedas no cofre, entrelaçar cubos com cordão e desenhar o caminho (destreza manual), pegar o saquinho de feijão e arremessá-lo no tapete (mirar e pegar), equilíbrio em uma perna só, caminhar nas pontas dos pés e saltar nos tapetes (equilíbrio).

Além do teste motor, a professora pedagoga e o professor de educação física preencheram uma lista de checagem sobre as atividades de vida diária desenvolvidas por cada criança, atribuindo para cada afirmação da lista uma classificação de desempenho qualitativo: “muito bem”, “bem”, “quase” e “nem perto”. A partir dessas informações, as crianças com dificuldades motoras foram identificadas. Para compor o grupo de intervenção unificado, os mesmos professores indicaram os alunos sem dificuldades, utilizando como critério a percepção do bom relacionamento entre as crianças (com e sem dificuldades).

Crianças com dificuldades motoras

Para preservar suas identidades, as crianças que apresentavam dificuldades motoras foram chamadas no trabalho de Tom, Nic, Max e Tina. O programa foi pautado na ginástica educacional e seu processo de implementação possibilitou observar que, mesmo com dificuldades motoras, as crianças são capazes de aprender tarefas como: ponte de costas, vela, estrela, rolamento para frente e para trás (cambalhota), parada de mãos, parada de cabeça (ficar de ponta-cabeça) e salto sobre mesa, o que contribuiu para fortalecer sua autoconfiança.

A pesquisadora explica que a modalidade não é uma prática usual nas escolas, o que favorece uma certa igualdade no nível de desempenho entre os alunos durante o processo inicial, proporcionando um ambiente mais confortável para que todos se exponham.

De acordo com a pesquisa, a implementação do programa possibilitou a emergência dos elementos críticos de construção colaborativa, agência e aprendizado. Cada elemento corresponde, respectivamente, às ações das crianças observadas ao longo das aulas e nas entrevistas: cooperação para decidir e realizar as atividades; demonstrações de ginástica para a família e prática fora das aulas para benefício próprio; aprendizado de tarefas até então desconhecidas e prestar ajuda para colegas nas aulas.

O tempo de brincadeira livre realizado antes das aulas permitiu que a pesquisadora observasse como o campo de ação das crianças com dificuldades motoras mudaria ao longo do programa. Érica notou que a ginástica também passou a fazer parte desse tempo livre e as crianças passaram a dialogar mais e organizar as próprias brincadeiras em conjunto.

Já as entrevistas feitas com os professores e responsáveis sugeriram que o campo de ação individual das crianças com dificuldades motoras se modificou.  “As mães de Max e Tina relataram que as crianças estavam brincando de coisas diferentes e subindo em locais onde antes não se arriscavam”, contou a pesquisadora. A pesquisadora também fala sobre a importância de direcionar a atenção para as crianças que apresentam dificuldades motoras, pois estas se encontram em desvantagem quanto às oportunidades de participação quando em grupo.

A pesquisadora discute ainda o problema do capacitismo: “Essas crianças devem ser mais fortalecidas e menos ‘curadas’ de suas ‘deficiências’; precisam se sentir prestigiadas e, para isso, necessitam, no processo interventivo institucionalizado, de professores que estejam olhando para elas como pessoas únicas, com desejos e metas próprias, para que assim possam perceber por si mesmas suas qualidades e potencialidades, não somente suas dificuldades”, concluiu.

Fonte: Jornal da USP

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Escolha precoce de carreira acarreta desistências no ensino superior

 Gazeta da Torre

Especialistas comentam estudo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, que mostra que mais da metade dos alunos que ingressam no ensino superior não concluem seus cursos

Escolher uma carreira para seguir aos 18 anos, em média, é um fator relevante no número de estudantes que desistem do curso ao longo da graduação. É preciso fazer certa reflexão, junto de outras medidas, para atenuar a antecipada tomada de decisão na vida dos jovens. Testes vocacionais, entre outras estratégias com a finalidade de direcionar as escolhas, são essenciais para contribuir com a decisão precoce. A opinião é consenso entre especialistas em educação.

O professor titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP, polo Ribeirão Preto, Mozart Neves Ramos diz que um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, apontou que 59% dos alunos desistem de seus cursos ao entrarem na faculdade. “Os dados abrangem universidades públicas e privadas, sem diferenças significativas.”.

Para Ramos, o principal elemento para atenuar essa situação seria as universidades trabalharem com formas mais flexíveis de acesso e de permanência, sem que os jovens se sintam obrigados a definirem o curso ainda muito cedo. “Essa é uma fase da vida em que ocorrem muitas transformações sociais e emocionais”, declara.

Da computação para a economia

Exemplo disso é o economista João Édison Delarissa Filho. Ele ingressou na faculdade pela primeira vez com o objetivo de cursar Ciência da Computação. Ele conta que seu processo de escolha foi influenciado pelo contexto de encerramento da escola e a necessidade de escolher os próximos passos. E não foi só isso. A proximidade com a área, devido ao fato de alguns familiares estarem atuando no segmento da Tecnologia da Informação, também pesou na escolha.

Mas, no decorrer do curso, percebeu que não era nada daquilo que ele queria. “Já no primeiro ano eu notei um descasamento das minhas expectativas do que seria o curso e os conteúdos que eram ministrados nas disciplinas. Foi a partir de uma reflexão sobre as disciplinas que eu mais tinha afinidade no colegial e as que mais me interessavam que passei a guiar meu segundo processo de escolha.”

De acordo com o economista, a busca por conteúdos da grade curricular fez total diferença na decisão de sua segunda graduação, mas o processo de escolha foi além. “Por gostar das matérias de história, geografia, sociologia e atualidades, passei a procurar cursos de graduação que dessem continuidade nesses estudos. Ainda tive um terceiro momento de escolha, que foi entre o curso de Ciências Sociais e o curso de Economia, mas acabei optando pela Economia. Fiquei positivamente surpreendido durante o curso de Ciências Econômicas”, pontua.

Ajuda profissional

O exemplo de Delarissa Filho, vivido por tantos outros jovens, revela que, durante a escolha da carreira, existem estratégias que podem contribuir para direcionar essa decisão, tais como o teste vocacional, que é bastante utilizado quando os jovens buscam ajuda. Lucy Leal Melo Silva, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, explica que, além dos testes vocacionais, também existem outros conceitos utilizados como orientação profissional e aconselhamento de carreira.

“Englobando todas essas possibilidades terminológicas, as intervenções de carreiras, por exemplo, são estratégias para ajudar um cliente ou um aluno a tomar e implementar decisões eficazes de carreira. Essas estratégias visam a auxiliar a pessoa a tomar decisões sobre os estudos ou trabalho e é mais realizada no Brasil com vestibulandos para a escolha da graduação”, descreve Lucy.

Ainda segundo Ramos, os testes vocacionais deveriam ser mais empregados nesse processo e oferecidos pelas próprias universidades, principalmente para os estudantes de famílias de baixa renda. “Isso permitiria, inclusive, que a instituição conhecesse melhor seus alunos”, finaliza.

Por Eduardo Nazaré e Susanna Nazar

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