terça-feira, 9 de setembro de 2025

PrEP injetável contra HIV no Brasil

 Gazeta da Torre

Primeiro medicamento injetável de longa ação capaz de prevenir contra o HIV

A farmacêutica GSK lançou no Brasil o primeiro medicamento injetável de longa ação capaz de prevenir contra o HIV. O cabotegravir, conhecido pelo nome comercial Apretude, passou a ser disponibilizado no final de agosto em farmácias privadas com distribuição da Oncoprod. Ainda não há perspectiva de adoção dele pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O cabotegravir foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. Ele tem função semelhante à da profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV distribuída pelo SUS, impedindo que a pessoa contraia a doença em caso de contato com o vírus.

Enquanto no SUS o tratamento é dado com medicamentos orais que devem ser usados diariamente, a injeção da GSK promete 60 dias de prevenção a cada aplicação. O medicamento chega ao mercado privado com o preço de tabela de R$ 4 mil.

A diferença de eficácia do medicamento em relação à versão oral não está na medicação em si, mas na forma de uso. Ao diminuir a frequência e, consequentemente, o risco de esquecimento de tomar o remédio, o uso da injeção foi superior em evitar infecções nos estudos clínicos até agora realizados.

Como funciona a nova estratégia?

O Apretude é um antirretroviral da classe dos inibidores da integrase. Ele bloqueia a integração do DNA viral nas células humanas, etapa essencial para a multiplicação do HIV. Essa forma de ação impede que o vírus se instale no organismo.

A injeção deve ser administrada apenas em pessoas com teste negativo para HIV realizado até sete dias antes da aplicação. O uso é estritamente preventivo e não pode ser indicado para quem já convive com o vírus.

Fonte: Metropole
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domingo, 7 de setembro de 2025

“Estamos inaugurando um novo 7 de Setembro”

 Gazeta da Torre

Autoridades, representantes do Judiciário, da sociedade civil e dos movimentos sociais, juízes, promotores, advogados e defensores dos direitos humanos prestigiaram o ato – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Foi disparada pelo ex-ministro da Justiça José Carlos Dias do púlpito do Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, lotado com uma multidão de mais de 800 pessoas, e saudada por uma entusiasmada salva de palmas, durante a sua fala na cerimônia de leitura da CARTA EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL promovida pela direção da escola em 25 de julho/2025.

A carta protesta contra a descabida taxa de 50% às exportações do Brasil para os Estados Unidos que o governo de Donald Trump ameaça impor, em função, entre outros inúmeros motivos, do julgamento que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta por parte do Supremo Tribunal Federal por acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado.

O advogado José Carlos Dias apontou um caminho: “Não é hora de partidos de situação e oposição divergirem, mas sim de união nacional. Não é possível uma democracia sem soberania”.

A surpreendente atitude do presidente Trump também promoveu uma incomum união entre os três poderes da República, alinhando as duas Casas do Congresso, comandadas pela oposição, ao governo central.

CARTA EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL

A soberania é o poder que um povo tem sobre si mesmo. Há mais de dois séculos o Brasil se tornou uma nação independente. Neste período, temos lutado para governar nosso próprio destino. Como nação, expressamos a nossa soberania democraticamente e em conformidade com nossa Constituição.

É assim que, diuturnamente, almejamos alcançar a cidadania plena, construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e, ainda, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Nas relações internacionais, o Brasil rege-se pelos princípios da independência nacional, da prevalência dos direitos humanos, da não intervenção, assim como pelo princípio da igualdade entre as nações. É isso o que determina nossa Constituição.

Exigimos o mesmo respeito que dispensamos às demais nações. Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação, que busquem subordinar nossa liberdade como nação democrática. A nação brasileira jamais abrirá mão de sua soberania, tão arduamente conquistada. Mais do que isso: o Brasil sabe como defender sua soberania.

Nossa Constituição garante aos acusados o direito à ampla defesa. Os processos são julgados com base em provas e as decisões são necessariamente motivadas e públicas. Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis.

Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros.

Brasileiras e brasileiros, diálogo e negociação são normais nas relações diplomáticas, violência e arbítrio, não! Nossa soberania é inegociável. Quando a nação é atacada, devemos deixar nossas eventuais diferenças políticas, para defender nosso maior patrimônio. Sujeitar-se a esta coação externa significaria abrir mão da nossa própria soberania, pressuposto do Estado Democrático de Direito, e renunciar ao nosso projeto de nação.

Somos cem por cento Brasil!

Fonte: Jornal da USP

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Duas boas novas sobre a 24ª edição do FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL!

 Gazeta da Torre


A primeira é que a programação gratuita, que será realizada em novembro, pela Prefeitura do Recife, contará com a participação da companhia francesa Ktha, que fará sua estreia na capital pernambucana, apresentando-se em espaço público, acessível a todas as plateias, com o espetáculo “A GENTE QUER/ ON VEUT”.

A segunda é que o grupo está em busca de elenco recifense para a curta temporada de dois dias, que fará durante o festival.

Para se candidatar, basta enviar carta de interesse, foto e mini bio (não são necessários portfólio, nem vídeos) para o e-mail projetoagentequer@gmail.com, com cópia para festivalteatronacionalrecife@gmail.com, até o próximo dia 10 de setembro.

Um aviso importante: é necessário que os interessados tenham disponibilidade para trabalhar com a companhia, em tempo integral, de 10 a 23 de novembro. E também que tenham boa memória, porque o texto é longo.

O resultado da seleção, feita pela própria companhia, será anunciado por e-mail. Uma reunião on-line já está agendada para o dia 24/09, às 9h30, com as pessoas selecionadas.

Fonte:PCR

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Tecnologias ultrapassadas e um ar de “tempos mais leves”: a geração Z está resgatando uma década que mal viveu

 Gazeta da Torre

Tecnologias ultrapassadas e um ar de “tempos mais leves”: a geração Z está resgatando uma década que mal viveu. Uma onda de nostalgia pela época tomou conta das redes sociais, especialmente do TikTok, onde hashtags do tema já ultrapassam 11 bilhões de visualizações. O movimento nostálgico tem influenciado comportamentos, relançado produtos, resgatado tecnologias ultrapassadas e revivido o sucesso de filmes, séries e músicas da época, atingindo principalmente o público jovem. Acerca disso, levanta-se o debate sobre os motivos que levam a geração Z, composta por pessoas nascidas do final dos anos 1990 até o começo dos anos 2010, a se conectar emocionalmente com uma época que não viveu plenamente e o que esse movimento revela sobre seu estado emocional atual.

Segundo o professor Marco Antônio de Almeida, do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, conceitualmente, a nostalgia é a idealização de um tempo passado, normalmente associado a um período ou lugar com memórias felizes, mas, em sua opinião, esse sentimento é ilusório. “Uma forma de solução imaginária para os problemas do presente é recuar para um período onde aparentemente as pessoas eram mais felizes e as coisas eram mais simples, só que isso é justamente uma idealização.”

Esse fascínio por uma época que muitos sequer vivenciaram de forma consciente vai além da estética: para o professor, é uma forma de escapismo. “Muitas vezes, essa nostalgia constrói tradições ou estabelece pontes com períodos considerados superiores ao presente, justamente como forma de evitar o enfrentamento das contradições do agora”, explica. “No entanto, se for acompanhada de um olhar histórico e crítico, a nostalgia pode também oferecer caminhos para refletir e encontrar respostas para os desafios atuais e, nesse sentido, ela deixa de ser apenas uma fuga e pode se tornar uma ferramenta positiva de compreensão e ação”, completa.

Saúde mental e a angústia do vazio

Em um mundo onde é quase impossível socializar, trabalhar e obter educação sem tecnologia, os indivíduos da geração Z estão sempre conectados, e isso está associado a taxas mais altas de depressão, transtorno de déficit de atenção e vício em tecnologia. A American Psychological Association (APA) afirma que os indivíduos da geração Z são mais propensos a relatar problemas de saúde mental do que as gerações anteriores. Em uma pesquisa de 2022, com 1.055 adultos da geração Z, um em cada quatro relatou ter tido mais dias ruins do que bons em um período de um mês. Mais de dois em cada cinco tinham um problema de saúde mental diagnosticado, com mais de um quarto deles sendo durante a pandemia de covid-19 ou posteriormente.

Diferentemente da geração Z, a geração Y, formada por pessoas nascidas do início dos anos 1980 até meados dos anos 1990, vivenciou a transição do mundo analógico para o digital. A psicóloga clínica e diretora de ensino Ana Cláudia de Barros, do Instituto de Estudos Psicanalíticos de Ribeirão Preto (IEP-RP), ressalta as diferenças entre as gerações. “A geração Y, os chamados millennials, viveu a transição do mundo analógico para o digital. Nós vimos a internet surgir, mas também experimentamos a vida sem ela. Isso nos deu, com todas as idealizações possíveis, uma experiência ampliada: vivemos o novo, mas ainda com a chance de experimentar formas de vida mais simples, fora da lógica tecnológica que predomina hoje”, explica. Ana ressalta que gerações anteriores foram marcadas por ideais reguladores mais tradicionais, como relações hierárquicas, o amor romântico e o desejo de alcançar o emprego dos sonhos. “Já havia um conflito entre o desejo de pertencimento e a promessa de liberdade individual e coletiva. Podemos dizer que aprendemos a desejar por meio de narrativas mais lineares, com modelos de vida mais estáveis e previsíveis.”

A geração Z, segundo a psicóloga, não viveu uma transição, mas uma ruptura. “São os chamados nativos digitais, que cresceram imersos na tecnologia, em um mundo em colapso, marcado por crises climáticas, instabilidade política e, mais recentemente, pela pandemia, que atravessou momentos importantes da adolescência e da entrada na vida adulta”, explica. “Os jovens da geração Z enfrentam o que podemos chamar de uma angústia do vazio. Há um desejo muito forte de pertencimento, de acolhimento, de encontrar algum tipo de estabilidade em meio ao caos.” Segundo Ana, dessa forma é difícil esperançar um futuro com as tantas incertezas e excessos da atualidade.

Influência das redes no retrô

Marcas de luxo estão explorando seus arquivos para capitalizar a obsessão da geração Z com os anos 2000. A tendência ficou evidente nas passarelas de outono/inverno de 2025, que, segundo a Vogue, trouxeram uma forte sensação de déjà vu. Fora delas, o movimento também se reflete no uso crescente de câmeras analógicas e filtros com estética retrô. Um estudo do Mission Brasil, plataforma especializada em terceirização de serviços digitais, apontou que as redes sociais têm papel decisivo na popularização desses produtos nostálgicos: 92,3% dos 400 entrevistados reconhecem a influência direta dos conteúdos digitais no consumo de itens vintage. Entre eles, 38,7% consideram esse impacto significativo; 34,6% percebem alguma influência; e 19%, pouca. Apenas 7,62% disseram não se sentir influenciados.

A psicóloga confirma o fenômeno. “Essas imagens e referências constroem uma sensação de pertencimento, ainda que marcada por filtros e projeções. Vivemos em uma lógica de visibilidade e espelhamento muito imediatos, em que a noção de “quem eu sou” passa pela quantidade de seguidores, curtidas e visualizações. É o que se pode chamar de um vínculo sem corpo, mediado por telas, em um tempo acelerado ou até mesmo ausente, que dilui as fronteiras entre presente, passado e futuro.” Ana concluiu que as redes sociais exercem um papel central nessa compressão do tempo, com suas atualizações constantes e excesso de estímulos. Ao mesmo tempo, revelam um certo mal-estar contemporâneo e o desejo dos jovens de se localizar em um tempo e espaço que ofereçam continuidade e sentido que tragam, enfim, uma forma de pertencimento.

Fonte: Jornal da USP

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TRAMA MODA PERNAMBUCO 2025 - A feira de quem faz, compra e usa moda

 Gazeta da Torre

A feira acontece de 06 a 10 de setembro, no Recife Expo Center, reunindo o melhor da moda, da criatividade e dos negócios em Pernambuco.

Um evento que promove desfiles, palestras, workshops e negócios com mais de 150 expositores e experiências culturais, conectando profissionais, marcas, compradores e criativos de toda a cadeia da moda pernambucana.

Não perca essa chance de conhecer lançamentos e comprar diretamente de quem produz, valorizando a moda local e levando para casa peças únicas e cheias de história.

Moda e Oportunidades. Na TRAMA MODA PERNAMBUCO tudo se entrelaça.

Garanta sua credencial e faça parte desse movimento que une todo o ecossistema da moda pernambucana em um só lugar.

Desconto de 50% para estudantes, valor: R$ 5,00. Credenciamento diretamente no local. Mediante a apresentação da Carteira de Identificação Estudantil.


TRAMA MODA PERNAMBUCO 2025

06/09/2025 a 10/09/2025

Recife Expo Center

Cais Santa Rita, 156 - São José, Recife – PE

*Comprar o ingresso da TRAMA MODA PERNAMBUCO 2025 diretamente no evento no Recife Expo Center, ou através do site oficial do Recife Expo Center e da página do Instagram TRAMA MODA PERNAMBUCO. O preço do ingresso é de R$ 10,00.

Fonte: Trama Moda Pernambuco

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Nem todo chá faz bem, alertam especialistas

 Gazeta da Torre

Alguns chás da moda podem trazer riscos graves à saúde. Além disso, muitos chás considerados naturais podem atingir órgãos vitais.

Você é daqueles que não abre mão de uma boa xícara de chá no fim do dia? Pois é, a bebida que muita gente considera natural e inofensiva pode, sim, oferecer riscos à saúde. É hora de repensar o que colocamos na xícara. Especialistas alertam: nem todo chá faz bem — e o excesso pode ser perigoso. O chá é uma das bebidas mais consumidas no mundo, conhecido por seus supostos benefícios à saúde, como propriedades antioxidantes, digestivas e calmantes. Porém, o que muitos não sabem é que, dependendo da planta utilizada, da quantidade ingerida e das condições de saúde da pessoa, o consumo de chá pode representar riscos sérios.

A  nutricionista Patrícia Campos Ferraz da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, mestre em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, fala sobre esses cuidados e alerta para os chás mais fortes para tratar problemas de saúde, como emagrecer com o chá verde, ou de boldo, para o fígado, ou até dormir melhor com a camomila. Outro cuidado que muitas pessoas acabam não tendo é o consumo de chás com medicamentos de uso contínuo, pois muitos deles podem trazer alterações no metabolismo – a medicação sempre deve ser feita com água.

or outro lado, alguns chás da moda podem trazer riscos graves à saúde, como o hibisco, por exemplo, que pode causar queda na pressão arterial. Além disso, muitos chás considerados naturais  podem atingir órgãos vitais como o fígado e os rins. O chá de boldo, muito usado para o fígado, pode ser tóxico em doses altas — especialmente durante a gravidez. E não para por aí: chás com cafeína, como o mate ou o preto, podem causar insônia, ansiedade e aumentar a pressão arterial.

Forma de preparar

A forma como se prepara o chá também influencia demais no resultado final. Um levantamento realizado com base em dados de hospitais públicos no Sudeste revela que, entre 2021 e 2023, houve um aumento de 32% nos casos de intoxicação relacionados ao uso de plantas medicinais. “Então, para terminar, chá é uma ferramenta poderosa na alimentação, com propriedades calmantes, digestivas, antioxidantes e muito mais. Mas é preciso saber respeitar a sua potência. Para o consumo seguro do chá, eu indico preferir os chás puros conhecidos, sem misturas caseiras desconhecidas e evitar o uso contínuo de chás com ações medicamentosas sem orientação profissional”, aconselha Patrícia.

Em caso de gravidez, doenças crônicas ou uso de medicamentos, sempre consulte um profissional de saúde antes de usar a bebida. E é importante dizer que a dose faz o “veneno”. Mesmo os alimentos naturais, quando mal utilizados ou utilizados em excesso, podem causar prejuízos à saúde”, adverte a nutricionista. Enquanto o consumo consciente e bem orientado de chás pode oferecer benefícios, o uso indiscriminado, sem respaldo científico ou profissional, coloca em risco a saúde de milhares de brasileiros.  O que parecia ser um simples costume natural pode, na verdade, se tornar uma armadilha invisível — silenciosa, mas perigosa. E fica o lembrete: natural não é sinônimo de seguro.

Fonte: Jornal da USP
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Loja Carrefour Torre

O famoso CARAMBOLA – Figurinha carimbada do Mercado da Madalena

Redação Gazeta da Torre

Carambola e seu amigo no teclado
em um evento no Mercado da Madalena
José Cícero da Silva, o famoso Carambola, figura pitoresca que todos os finais de semana ajuda a animar o Mercado da Madalena embalado por um violão ou teclado e voz. No seu repertório tem até música internacional cantada em seu “carambolês” (inglês de Carambola).

“O apelido vem lá do bairro de Monsenhor Fabrício há muitos anos. Na minha casa havia um pé de carambola e toda vez quando eu saía, os bebuns me pediam carambola para servir como tira-gosto e de tanto eles me pedirem, passaram a me chamar carambola”, explica José Cícero. 

Carambola iniciou sua carreira artística nos anos 60, “em plena jovem guarda”, como ele faz questão de salientar. Iniciou sua carreira no Grupo Águias de Limoeiro, seguindo seu caminho em direção ao Circo Alakazam, onde antes de cada espetáculo sua banda se apresentava. De lá passou para outro circo, o Circo Orlando Orfei, onde encerrou sua trajetória em circos, voltando para Recife, tocando nas noites em bares. Após noites mal dormidas, conseguiu um lugar fixo para cantar, o Bar do Pintão, em frente ao terminal da Caxangá.


Do Bar do Pintão, Carambola conheceu o Mercado da Madalena, foi paixão à primeira vista. Sua identificação com o público foi o atrativo que faltava. Do mercado, Carambola todos os finais de semana bate o ponto. Lugar onde fez e ainda faz boas amizades e sua clientela. Hoje, Carambola canta de vez em quando na Confraria dos Chifrudos - Mercado da Madalena e em lugares que é contratado. Para quem já o viu, Carambola não é só uma apresentação, é um show à parte. Ele canta Brega, Anos 60, Bossa Nova, Internacional, Baião, Pop, Xote, Frevo, MPB, Seresta e Forró. Um verdadeiro brega star que se tornou figurinha carimbada do nosso Mercado da Madalena.

Contato para show: (81) 9 8527-3730 - Carambola.

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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

A pedra fundamental do Complexo Solar Colinas

 Gazeta da Torre

Pernambuco deu mais um passo na transição energética. Foi lançada, em Garanhuns, no Agreste, a pedra fundamental do Complexo Solar Colinas, empreendimento que vai transformar a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em uma das maiores produtoras de energia solar do Estado.

Resultado da Parceria Público-Privada de autoprodução energética da Compesa junto às empresas Kroma Energia e Elétron Energy, o empreendimento tem investimento de R$ 268 milhões. Com previsão de início de operação em maio de 2026, as Usinas Fotovoltaicas (UFVs) Colinas 1 e 2 terão capacidade instalada de 104,18 MWp (megawatt-pico), produzindo energia suficiente para garantir que, até o próximo ano, 70% do consumo da Compesa venha de fontes renováveis.

A pedra fundamental, que simboliza a construção do empreendimento, foi lançada na última sexta-feira (22) pelo Governo de Pernambuco. O projeto deverá gerar cerca de dois mil empregos, sendo 800 diretos e 1.200 indiretos, envolvendo atividades como instalação, manutenção e serviços especializados.

O Complexo Colinas integra o Programa Garanhuns Solar e será formado por três usinas solares: Colinas I, II e III. Juntas, terão capacidade instalada de 130 MWp, com mais de 200 mil módulos fotovoltaicos e investimento superior a R$ 420 milhões.

Uma inovação também estará presente no projeto. O empreendimento terá um ajuste automático no ângulo dos painéis fotovoltaicos, otimizando a produção de energia, mesmo em condições climáticas adversas. O parque solar utilizará o rastreador Vanguard 1P, certificado pela empresa internacional CPP Wind, com a tecnologia de rastreamento solar por inteligência artificial SuperTrack.

Por Magno Martins, jornalista 

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Dados recém-publicados pelo IBGE indicam um aumento no número de idosos usuários da internet

 Gazeta da Torre

Isso levanta um alerta, trazendo à tona a necessidade de discussão de políticas públicas que permitam que os idosos entendam e acessem o potencial dessas tecnologias

O uso da internet alcançou a marca de 70% dos idosos brasileiros em 2024, mas eles sabem como usar a internet? Dados recém-publicados pelo IBGE indicam um aumento na população idosa que utiliza as redes, mas ao mesmo tempo, 66% desses usuários afirmam não saber utilizar os recursos disponíveis. Isso levanta um alerta, trazendo à tona a necessidade de discussão de políticas públicas que permitam que os idosos entendam e acessem o potencial dessas tecnologias.

Sobre o letramento digital na terceira idade, quem explica é a professora Meire Cachioni, do curso de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo e coordenadora do programa USP 60+ na mesma unidade.

“Esse aumento, que aparece nos dados do IBGE, é reflexo ainda de um passado da pandemia. Principalmente em relação aos idosos, nós tivemos um aumento de conectividade e busca de informações e de contatos sociais por meio das redes. Então é um reflexo de um momento em que as pessoas ficaram isoladas.”

Meire ainda salienta que o letramento digital no Brasil é baixo em todas as idades. Mesmo sendo um país com o uso massivo de celulares, os brasileiros em geral não se encontram na condição de letrados digitais. A educação digital, não só para os idosos, é um meio de melhorar a relação humana com a tecnologia, promovendo uma maior consciência sobre as relações sociais e sobre perigos enfrentados nas redes, como fake news, compartilhamento de dados pessoais, golpes digitais etc.

Fonte: Jornal da USP

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terça-feira, 19 de agosto de 2025

82 mil torcedores em 3 dias, na rodada mais movimentada de 2025

 Gazeta da Torre

Por questão de segurança, uma duradoura determinação do poder público evita jogos dos grandes clubes pernambucanos no Grande Recife num mesmo dia – num passado já distante já teve domingo com os três em campo. Assim, as partidas de Sport, Náutico e Santa Cruz pelo Campeonato Brasileiro foram espalhadas entre 16 e 18 de agosto. Foi a primeira vez em 2025 que os três mandos coincidiram na rodada. O Leão foi a campo no sábado (18h30), o Timbu no domingo (19h00) e a Cobra Coral na segunda-feira (20h30). Sim, todos à noite.

Vivendo momentos distintos e encarando problemas de comodidade e mobilidade pública, os três encheram os estádios. Na última parcial oficial do trio antes do fim de semana, o total de ingressos vendidos já estava em 60.112, sendo 26.000 na Arena Pernambuco, 23.500 na Ilha do Retiro e 11.112 nos Aflitos. Até a bola rolar, quase todos os setores esgotaram.

Taxa de ocupação nos estádios passou de 90%

Pela Série A, o Sport empatou com o São Paulo diante de 26.104 pessoas. Ou 99,0% da capacidade atual, que é de 26.345 – o clube rubro-negro ainda não obteve a liberação do Corpo de Bombeiros para operar com 32.500. Pela Série C, o Náutico venceu o Anápolis diante de 13.690. Um índice de 73,2% sobre o 18.694 lugares disponíveis no Eládio de Barros Carvalho. Por fim, o Santa Cruz empatou com o Altos pelas oitavas da Série D sendo apoiado por 42.653 torcedores. Foi, com sobras, o maior público no estado nesta temporada. Esse borderô ficou perto da capacidade máxima do estádio de São Lourenço da Mata, que comporta até 45.500. Neste mata-mata, a taxa de ocupação da massa coral foi de 93,7%.

Ao todo, foram 82.447 espectadores nesses três dias pra lá de movimentados, sendo 51,7% do Santa, 31,6% do Sport e 16,6% do Náutico. A média de público foi de 27.482, excelente. Considerando que eram 90.539 lugares disponíveis, somando a capacidade máxima atual dos estádios, a taxa de ocupação foi de 91,0%. Sem surpresa, os três jogos ficaram entre os maiores públicos do Trio de Ferro em 2025, sendo o maior do Santa, o segundo maior do Sport e o terceiro maior do Náutico. Abaixo, confira os cinco maiores de cada um.

Bilheteria acumulada chegou a R$ 2,9 milhões

Em relação à arrecadação dos clubes, foram duas bilheterias milionárias, algo inédito numa mesma rodada em Pernambuco. No sábado, R$ 1,329 milhão. No domingo, R$ 353 mil. Na segunda-feira, R$ 1,219 milhão. Somando as três rendas butas, o apurado chegou a R$ 2.901.808, com média de R$ 967 mil. Agora imagine esse cenário numa situação um pouco melhor no futebol e em estádios mais estruturados (ou, no caso da Arena, com uma mobilidade melhor). Pois é. A demanda das torcidas no Recife ainda está muito reprimida.

Os 5 maiores públicos do Sport em 2025

1º) 26.324 pessoas: Sport 1 x 2 Palmeiras (Série A, 06/04)

2º) 26.104 pessoas: Sport 2 x 2 São Paulo (Série A, 16/08)

3º) 26.018 pessoas: Sport 2 x 2 Santos (Série A, 26/07)

4º) 24.884 pessoas: Sport (4) 1 x 2 (2) Retrô (Estadual, 02/04)

5º) 24.705 pessoas: Sport (2) 0 x 0 (4) Ceará (Nordestão, 09/07)

* Todos os jogos foram na Ilha do Retiro

Os 5 maiores públicos do Náutico em 2025

1º) 16.832 pessoas: Náutico 1 x 2 São Paulo (Copa do Brasil, 20/05)

2º) 13.914 pessoas: Náutico 3 x 0 Retrô (Série C, 03/08)

3º) 13.690 pessoas: Náutico 1 x 0 Anápolis (Série C, 17/08)

4º) 13.128 pessoas: Náutico 2 x 1 Santa Cruz (Estadual, 25/01)

5º) 9.500 pessoas: Náutico 0 x 1 Ponte Preta (Série C, 24/05)

* Todos os jogos foram nos Aflitos

Os 5 maiores públicos do Santa Cruz em 2025

1º) 42.653 pessoas: Santa Cruz 1 x 1 Altos (Série D, 18/08)

2º) 35.882 pessoas: Santa Cruz (5) 2 x 1 (4) Sergipe (Série D, 09/08)

3º) 30.025 pessoas: Santa Cruz 0 x 1 Sport (Estadual, 15/03)

3º) 30.025 pessoas: Santa Cruz 3 x 1 Ferroviário (Série D, 01/06)

5º) 27.506 pessoas: Santa Cruz 1 x 0 Sport (Estadual, 01/02)

* Os dois maiores foram na Arena PE e os demais no Arruda

Fonte: NE45

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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Exibição oficial do 3º Festival Asteroides em Movimento

 Gazeta da Torre

O  𝟯º 𝙁𝙚𝙨𝙩𝙞𝙫𝙖𝙡 𝘼𝙨𝙩𝙚𝙧𝙤𝙞𝙙𝙚𝙨 𝙚𝙢 𝙈𝙤𝙫𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤, realizado em 6 de agosto de 2025 no Museu da Abolição, celebrou a rica e diversa produção musical de Pernambuco. Promovido pela Lotus Produções & Turismo, o evento reuniu artistas de diferentes gerações e movimentos para entrevistas e apresentações musicais.

A programação de entrevistas foi organizada em blocos, com foco na produção musical local e em importantes movimentos culturais do estado.

A realização do festival contou com a colaboração de:

Ana Patrícia Vaz Manso – Diretora e Produtora Executiva ( Lotus Produções & Turismo)

Matheus Vaz – Design (Lotus Produções & Turismo)

Hermes Costa Neto – Bacurau Filmes

Val JR – Cabide Filmes

Geydson – GD SOM

Museu da Abolição (R. Benfica, 1150 - Madalena/ Recife PE)

Esses parceiros foram essenciais para o sucesso do evento.

A exibição oficial do Festival acontece no  𝗱𝗶𝗮 𝟭𝟲 𝗱𝗲 𝗮𝗴𝗼𝘀𝘁𝗼 (𝘀á𝗯𝗮𝗱𝗼), 𝗮𝘀 𝟭𝟴:𝟬𝟬 𝗵𝗼𝗿𝗮𝘀

𝘾𝙖𝙣𝙖𝙡 𝙔𝙤𝙪𝙏𝙪𝙗𝙚 𝘼𝙨𝙩𝙚𝙧𝙤𝙞𝙙𝙚𝙨 𝙚𝙢 𝙈𝙤𝙫𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝗘 𝘁𝗮𝗺𝗯é𝗺 𝗣𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗻𝗼 𝗠𝘂𝘀𝗲𝘂 𝗱𝗮 𝗔𝗯𝗼𝗹𝗶çã𝗼 𝗠𝗔𝗕

https://youtu.be/yjdTh8gESQI?si=11I1KtXk-BXs27CB

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Acesso a livros de autores com deficiência ainda enfrenta barreiras

 Gazeta da Torre

Escritora denúncia dificuldades para esses autores serem reconhecidos

Artistas com deficiência sempre existiram, mas por muito tempo o capacitismo os manteve excluídos da cultura brasileira. Ainda hoje, poucos deles são conhecidos ou reconhecidos no país e, no caso da literatura, poucos deles são lidos.

Criadora do perfil no Instagram chamado PCD Perigosa, Amanda reforça que a literatura é um caminho para que as histórias de vida dessas pessoas com deficiência sejam conhecidas. No entanto, destaca ela, essas narrativas ainda são pouco acessíveis no país.

“A literatura é responsável por fazer com que a gente guarde a memória do mundo e com que a gente também reflita sobre um tempo específico do mundo. Ela é responsável por documentar cada tempo. Mas o que a gente sabe sobre pessoas com deficiência para além de acessibilidade e inclusão? Por isso é preciso estudar as narrativas de pessoas com deficiência, principalmente aquelas que são criadas sobre elas”, disse ela à Agência Brasil antes de dar uma oficina sobre Liter Def - literatura produzida por e para pessoas com deficiência - na Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, que acontece no centro histórico de Salvador.

Uma dificuldade encontrada por esses escritores, exemplificou Amanda, é conseguir participar de festas literárias, como a Flipelô, onde poderiam divulgar seus trabalhos.

Participar dessas festas literárias, defende Amanda, seria extremamente importante tanto para os escritores Liter Def quanto para seus leitores. “É necessário que a gente esteja presente fisicamente porque a literatura PCD [pessoa com deficiência], em geral, acaba se propagando no digital, que é muito importante, mas o contato físico ou o contato humano é muito significativo para a construção da memória porque é a partir dele que a gente entende a as características de humanidade. Eu me reconheço em você e você, mesmo sendo uma jornalista que não tem uma deficiência, se reconhece em mim em vários pontos porque a gente se atravessa. Esse tipo de contato é primordial para um autor com deficiência, inclusive para uma rede de contatos de trabalhos”, destacou.

Mapeamento

O universo desses escritores PCD ainda não é conhecido no Brasil. Mas, no ano passado, o Ministério da Cultura e a Universidade Federal da Bahia começaram a fazer um levantamento para mapear artistas, agentes culturais e profissionais com ou sem deficiência que atuam na área da acessibilidade cultural. Chamado de Mapeamento Acessa Mais, o projeto busca identificar esses profissionais em todo o território brasileiro com o objetivo de fomentar a criação de políticas públicas que possam tornar a cultura brasileira mais acessível e inclusiva.

Esses dados, diz o ministério, serão fundamentais para garantir que o setor cultural seja inclusivo e atenda às necessidades e demandas de artistas e profissionais com deficiência.

O mapeamento, destaca Amanda, vai ajudar a dimensionar a produção e, principalmente, ajudar a conhecer os autores PCD do país. “Acho que falta uma profundidade para trabalhar pessoas com deficiência dentro da literatura e dentro dos demais assuntos. Nós ficamos sempre [focando] no ponto da acessibilidade e inclusão, só que eu acredito que a acessibilidade e a inclusão são [apenas] ferramentas. Mas quem usa essas ferramentas? Se a gente soubesse mais sobre o sujeito, a gente defenderia melhor as ferramentas, justamente porque a gente saberia o por quê que ele as utiliza. É a partir do sujeito que se estuda todas as outras coisas”.

Ela também defende que esse levantamento poderá ajudar a desenvolver políticas públicas mais eficientes para essa população, que não pode ser baseada somente em cotas. “O fato de haver cota não necessariamente garante que a pessoa vai conseguir acessar a cota”, diz ela.

As cotas são super importantes mas, muitas vezes, a gente está definindo qual corpo vai conseguir acessar essa cota porque o corpo que tem deficiência intelectual, por exemplo, vai precisar de um terceiro para conseguir chegar até lá. Talvez falte uma política pública voltada a como preencher esses formulários e a identificar esses artistas e conseguir direcioná-los”.

Fonte:Agência Brasil

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Superbactérias e arsênio foram encontrados em ostras vendidas no Brasil

Gazeta da Torre

Poluição no meio ambiente cosseleciona bactérias resistentes a arsênio e antibióticos em ostras comestíveis coletadas em mercados brasileiros, sinalizando urgência de atualizar controle

Uma pesquisa investigou a ocorrência e o genoma de enterobactérias – classificadas como críticas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por seu perfil de resistência a antibióticos. A análise foi feita em 108 ostras frescas comestíveis de mercados de São Paulo. A cosseleção identificada entre resistência antimicrobiana e a bioacumulação de arsênio mostrou que o metal pesado filtrado pelas bivalves (animais que possuem duas conchas) junto aos resíduos antimicrobianos podem ter origem na poluição ambiental. Por isso, a microbiota se torna tolerante aos dois: medicamento e arsênio.

Prova disso é a identificação, pela primeira vez, da bactéria Citrobacter telavivensis em alimento nas amostras coletadas em mercados brasileiros. Registrada inicialmente em 2010 em um hospital de Israel, o estudo atual confirma a atual contaminação do meio ambiente.  O trabalho tem autoria de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP em parceria com o Instituto Pesca, entre outras instituições.

No estudo, a produção de CTX-M-15, enzima relacionada à resistência bacteriana em frutos do mar por C. telavivensis também foi relatada pela primeira vez. Além disso, as concentrações totais de arsênio nas ostras analisadas variaram de 0,44 a 1,95 mg/kg. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece limite máximo de 1 mg/kg. Outros metais foram identificados, mas não passaram dos limites máximos. Apesar dos achados em ostras coletadas em cinco mercados de São Paulo e Santa Catarina, os animais analisados não são rastreáveis para identificar a origem da contaminação.

“Se uma bactéria é resistente aos antibióticos e metais pesados, essa bactéria possui o plasmídeo [material genético] com essas resistências. Ela vai sobreviver em um ambiente poluído com metais e antibióticos”, explica Felipe Vásquez Ponce, primeiro autor do artigo e doutor pelo ICB. Plasmídeos são uma parte extra do material genético de bactérias que são compartilhados entre elas e adquiridos ao longo de suas vidas, ou após a reprodução pela célula-mãe. Essa dupla resistência pode dificultar mais tratamentos de infecções por essas devido à toxicidade do metal presente no alimento.

As amostras coletadas foram removidas assepticamente e processadas para isolamento e identificação de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos e/ou cefalosporinas de terceira geração, potentes antibióticos. A tolerância a metais pesados ​​foi avaliada por ensaios de microdiluição, e a quantificação de arsênio, mercúrio, cobre, cobalto, prata e chumbo foi realizada por técnicas avançadas de química analítica. As enterobactérias foram sequenciadas e sua virulência foi avaliada por meio de modelos de infecção em cultura de células, complementados por análises estatísticas realizadas com Python (linguagem de programação).

Monitoramento escasso

Ao viverem fixas e se alimentarem por filtração, ostras acabam refletindo a qualidade da água onde se desenvolvem — elas inclusive retêm microrganismos em sua microbiota que escapam de esgotos domésticos e hospitalares. Esses animais mostram, em tempo real, como está o ambiente. Por conta desse achado do Citrobacter super-resistente nas ostras, “é fundamental que haja um maior monitoramento ambiental. Monitoramento não só do arsênio e metais, mas principalmente das bactérias resistentes. Não só das ostras, mas também dos pescados”, afirma Edison Barbieri, pesquisador do Instituto Pesca e coautor do trabalho.

O estudo revela que o acúmulo de contaminantes, arsênio e resíduos de fármacos no ambiente seleciona bactérias adaptadas a sobreviver em ambientes adversos. Apesar disso, ainda faltam pesquisas para avaliar a colonização bacteriana em humanos – por isso o monitoramento é tão importante. “O quão grande é esse risco é impossível dizer, porque não monitoramos e não temos dados temporais”, lamenta Barbieri ao explicar sobre a falta de recursos investidos. A fragilidade do monitoramento de superbactérias no Brasil é grande, quadro agravado em se tratando do ambiente marítimo, conforme o pesquisador.

O fato desses alimentos serem consumidos in natura e sem o cozimento aumenta a possibilidade de contaminação. O risco destacado pelo pesquisador é maior nas pessoas que são imunocomprometidas, idosos e crianças. Para o especialista, o primeiro passo para fomentar o monitoramento é saber a situação atual em todo o País, onde se consome o animal, onde se produz, e a situação das bactérias resistentes no ambiente. Quando uma pessoa infectada chega ao hospital é muito difícil saber se isso ocorreu pelo consumo de alguma coisa, pelo contato com um familiar ou por um animal de estimação, como um cachorro, o que reforça o ponto de Barbieri.

Fonte: Jornal da USP

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