Gazeta da Torre
Primeiro medicamento injetável de longa ação capaz de prevenir contra o HIV
A farmacêutica GSK lançou no Brasil o primeiro
medicamento injetável de longa ação capaz de prevenir contra o HIV. O
cabotegravir, conhecido pelo nome comercial Apretude, passou a ser disponibilizado
no final de agosto em farmácias privadas com distribuição da Oncoprod. Ainda
não há perspectiva de adoção dele pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O cabotegravir foi aprovado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023. Ele tem função semelhante à da
profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV distribuída pelo SUS, impedindo
que a pessoa contraia a doença em caso de contato com o vírus.
Enquanto no SUS o tratamento é dado com medicamentos
orais que devem ser usados diariamente, a injeção da GSK promete 60 dias de
prevenção a cada aplicação. O medicamento chega ao mercado privado com o preço
de tabela de R$ 4 mil.
A diferença de eficácia do medicamento em relação à versão
oral não está na medicação em si, mas na forma de uso. Ao diminuir a frequência
e, consequentemente, o risco de esquecimento de tomar o remédio, o uso da
injeção foi superior em evitar infecções nos estudos clínicos até agora
realizados.
Como funciona a nova estratégia?
O Apretude é um antirretroviral da classe dos inibidores
da integrase. Ele bloqueia a integração do DNA viral nas células humanas, etapa
essencial para a multiplicação do HIV. Essa forma de ação impede que o vírus se
instale no organismo.
A injeção deve ser administrada apenas em pessoas com
teste negativo para HIV realizado até sete dias antes da aplicação. O uso é
estritamente preventivo e não pode ser indicado para quem já convive com o
vírus.
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