segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Programe suas leituras de férias com publicações gratuitas oferecidas pela USP

 Gazeta da Torre

São várias plataformas que oferecem livros com download gratuito, desde assuntos como turismo até coleções temáticas

Final de ano e férias se aproximando, período ideal para colocar as leituras em dia, mergulhando em aventuras ou se aventurando pelo conhecimento. Várias plataformas da USP oferecem livros com downloads gratuitos, com assuntos que vão desde engenharia, saúde, arquitetura, educação, turismo, além de coleções temáticas, até revistas acadêmicas de vários departamentos da USP, e também de conteúdo universitário do Brasil, que inclui o acervo de 16 grandes editoras acadêmicas e 42 selos editoriais. Há também publicações internacionais, mais de 7.400, de jornais e revistas sobre gastronomia, artes, ciências, esportes, saúde e entretenimento de mais de 60 países.

Portal de Livros Abertos da USP (aberto ao público interno e externo da USP)

Endereço:

https://www.livrosabertos.abcd.usp.br/portaldelivrosUSP

Disponibiliza obras que podem ser baixadas na íntegra e que cobrem assuntos como engenharia, saúde, arquitetura, educação, turismo. Há ainda as séries, exemplos de títulos são Coleção Botânica, Coleção Mitos da Pós-Modernidade, Coleção Museu Aberto e Estudos da Ásia​. Criado em março de 2016, o sistema do Portal de Livros Abertos da USP é o mesmo utilizado e desenvolvido pelas Universidades de Stanford, nos Estados Unidos, e Simon Fraser, no Canadá, e atualmente está sob a gestão da Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais (ABCD).

São mais de 900 títulos publicados, entre eles, para uma leitura bem leve, o volume 3 de Crônicas para ler e ouvir, que acaba de entrar no ar, reunindo textos de alunos da disciplina de Radiojornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, produzidos no segundo semestre de 2023, entre como Consolação-Paulista, Pesadelo à Luz do Dia, O Voo, Gato Preto e Perigos Nada Aparentes; ou ainda livros que fazem refletir sobre a situação das universidades, caso da série Repensar a Universidade: Desempenho Acadêmico e Comparações Internacionais; Impactos para a sociedade; e Saberes e Práticas.

Fonte: Jornal da USP

domingo, 24 de dezembro de 2023

Natal!

 

Natal! O bom velhinho aparece em diferentes locais da cidade. Sim, chegou finalmente o Natal. Nessa época do ano não existe nada mais especial do que juntar a família, trocar palavras carinhosas. Sim, a ocasião é sinônimo de carinho e gratidão e aqui no Gazeta da Torre não é diferente.

Agora, não se trata apenas sobre presentes. Pelo contrário, melhor do que trocá-los é aproveitar o periodo para parar um pouco, olhar em volta e agradecer pelas pessoas incríveis e grandes conquistas que temos na vida. E isso passa também por oferecer aos outros nossa atenção, amizade verdadeira, respeito e amor incondicional.

É isso que dá à vida um sentido tão especial. Há mais, muito mais, para o Natal do que luz de vela e alegria. E o espírito de doce amizade que brilha todo o ano. É consideração e bondade, é a esperança renascida novamente para gerar paz e entendimento a todos. Enfim, é isso que significa o verdadeiro espirito de Natal.

Neste momento tão lindo do ano, o time do Gazeta da Torre deseja que o seu coração se encha de luz e a sua casa fique lotada de amor e felicidade.

Desejamos que você possa viver esta época tão feliz junto de quem mais ama, partilhando amor, saúde, esperança e paz.

Que seja mais um Natal abençoado, com muitas reflexões positivas, mas sem nunca esquecer que o mais importante são os sorrisos, os abraços e o carinho entre todos.

Feliz Natal!

#Natal #Recife #Madalena #Torre

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

A inquietação do brasileiro em busca de sinais de bem-estar

 Gazeta da Torre

Av. Conde da Boa Vista, Recife/PE

Por Gaudêncio Torquato, escritor, jornalista, professor titular da USP e consultor político

Fosse escolher a lenda mitológica que mais se assemelha à sua vida, provavelmente o povo brasileiro colocaria a história do castigo de Sísifo entre as preferidas. Sísifo, que viveu vida solerte, conseguiu livrar-se da morte por duas vezes, sempre blefando. Rei de Corinto, não cumpria a palavra empenhada, até que Tânatos veio buscá-lo em definitivo para levá-lo ao Hades. Como castigo, os deuses o condenaram impiedosamente a rolar montanha acima um grande bloco de pedra. Quase chegando ao cume, o bloco desaba montanha abaixo.

O povo brasileiro se sente no estado de um eterno recomeço. Quando acha que as coisas estão se normalizando, o desastre aparece. Por isso, o homem comum se vê numa ilha ameaçada por pequenas e grandes catástrofes. Escândalos explodem aqui e ali, devastando o tecido institucional. A corrupção continua a aumentar seu Produto Interno Bruto. E até escancara seus métodos. O governo promete realizar a reforma tributária, que claudica no Congresso. Impostos e tributos diminuirão? Promessa para boi dormir. Decepciona a performance do nosso aluno, principalmente no terreno da matemática. Lula pede menos advogados e mais formandos de ciências exatas. Dá condições para isso?

Os jovens se afastam da política, área da qual sempre tomaram distância. Analisemos o caso dos infantes e adolescentes. Conectam-se horas e horas por meio de seus celulares. Comunicam-se com quem? Com seus egos. Desenvolvendo a linguagem? Não. Apenas consolidam o que tenho chamado de linguagem tatibitate. Comunicação com um rapazinho de 13 anos.

— Como está você?

— Bem.

— Conte-me como foi sua aula de história?

— Legal.

— O professor é bom, o que ele ensinou?

— Joia.

— Conte-me como foi o seu dia ontem? Lembra-se?

— Legal.

A linguagem patinante se encerra com um abrupto tchau, bj.

Para onde esta geração do “oi” está nos levando? Para os campos das balbuciações, o início dos tempos, a aurora da linguagem falada. Quem leu um livro neste ano? Quantas páginas tinha? Cinco, sete, dez páginas? Estamos vivenciando tempos de socialização do universo de conteúdo. O Google e outras ferramentas de busca ajudam a Humanidade a encontrar respostas para as questões mais complexas. A famosa (mesmo com pouco tempo de vida) inteligência artificial tem respostas rapidíssimas para os mais encrencados problemas. Mas ainda está na fase de amadurecimento.

Já contei uma vez. Perguntando sobre minha pessoa, meus livros e outros escritos, deu uma resposta com dados parcialmente corretos, corrigidos com calorosas desculpas ante discordâncias. O pior erro foi me jogar nas Filipinas, a terra do Ferdinando Marcos, o ditador cuja esposa, Imelda, tinha uma coleção de milhares de sapatos. Onde a turma do “oi, tudo bem” nos levará? E a IA vai ajudar esta geração a sair de seu cantinho nas redes? A procurar sair do turbilhão de “ais, ois, bye, legal, tudo bem, sim, não”?

Onde está o fervor cívico? O amor à pátria? O sentimento de nação?

Alexis de Tocqueville, há quase 200 anos, em Democracia na América assim descrevia a alma norte-americana: “Existe um amor à pátria que tem a sua fonte principal naquele sentimento irrefletido, desinteressado e indefinível que liga o coração do homem aos lugares onde o homem nasceu. Confunde-se esse amor instintivo com o gosto pelos costumes antigos, com o respeito aos mais velhos e a lembrança do passado; aqueles que o experimentam estimam o seu país com o amor que se tem à casa paterna”.

Que amor à pátria pode existir em espíritos tomados pelo pavor, pela violência de tiros a esmo, pelas balas perdidas, pelos assaltos que infestam as ruas centrais e periféricas, pela bandidagem que monta seus escritórios no interior dos cárceres? Que espírito público pode vingar no seio das massas quando as elites dividem espaços de poder, de forma egocêntrica e ignominiosa, que volta a colocar na ordem do dia o lamento de Simon Bolívar, o timoneiro, quando, um dia, retratou a sofrida América Latina: “Não há boa fé na América, nem entre os homens nem entre as nações; os tratados são papéis, as constituições não passam de livros, as eleições são batalhas, a liberdade é anarquia e a vida um tormento. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar”.

Emigrar foi a opção de milhares de brasileiros em tempos não muito remotos. Hoje, muitos retornam à casa sob o patrocínio de uma aparente estabilidade econômica, grifada com uma angustiante interrogação. Emigrar também foi uma opção de milhões de brasileiros, que, nas últimas décadas, saíram do campo para as cidades, à procura de emprego. Estabilidade que traga a segurança do emprego e o conforto de um salário razoável, capaz de prover as necessidades mínimas. Estabilidade que permita a todos divisar, com nitidez, a linha do horizonte. O consumidor coloca em seu balcão de prioridades a necessidade de saber quanto dinheiro terá no início e no final de cada mês. Tal sentimento eleva a taxa de nacionalidade. Viver sob a ilusão de ganhos inflacionários já não mais faz a cabeça do poupador. Ele quer mais é se sentir integrante do selecionado grupo de cidadãos do Primeiro Mundo que tem na moeda um fator de equilíbrio social.

Não basta, contudo, a estabilidade monetária. Os brasileiros sonham em recuperar outros sinais antigos de bem-estar. A chama telúrica que se apaga com o violento sopro da inchação das metrópoles e o crescimento desordenado dos bairros volta a se acender no coração de segmentos de todas as classes sociais. A verdade é que o fator econômico, no País, canibalizou o fator político. Hoje, a política procura resgatar seu protagonismo, arreganhando a bocarra para agarrar nacos do orçamento nacional.

E as massas, como se comportam? Observando. Refugiando-se nas 800 mil organizações não governamentais, que passam a abrigar suas demandas. Hora de arregalar os olhos.

Fonte: Jornal da USP

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Tem coisas que ninguém vai fazer por você!

 Gazeta da Torre

Dia de tensão em nosso país, dia histórico para a nossa população e, certamente, você já ouviu falar que no fim do dia, uma metade vai chorar e a outra metade vai sorrir e celebrar! Isso acontece também a cada jogo de futebol, que até pode dar empate, mas, em muitos casos, esse empate vem com gosto de derrota.

Na vida, isso acontece diariamente das mais diferentes maneiras, nas nossas escolhas, no dia a dia. Mas tem coisas que podemos fazer diferente, e muitas delas ninguém pode fazer por nós. No caso do resultado das eleições, depende de uma movimentação maior, que vai além do esforço e desejo individual. E o que podemos fazer diferente, e realmente depende bem de nós, é quanto à nossa vida financeira. Diferente da maioria dos brasileiros, que há anos gastam mais do que ganham, e por isso se enfiam em dívidas, outros podem até não se endividar, mas queimam todas as reservas e possibilidades de ter um futuro mais tranquilo.

Depende de cada um de nós ligar para negociar a conta do celular, TV a cabo ou internet, pesquisar melhor a hospedagem e passagens da viagem que deseja fazer, se planejar com antecedência. Procurar não só equilibrar melhor as despesas, gastando de forma mais inteligente e dentro das reais possibilidades, mas também de procurar outras maneiras de gerar renda, me refiro aqui a uma, duas, três ou mais formas para se ter uma renda extra.

Fatores externos, os quais exercemos como indivíduo, têm pouca influência, tal como política, futebol entre outros, não nos possibilitam muitas das grandes mudanças que de fato precisamos, desejamos. Dessa maneira, a liberdade de mudar a realidade, começa no lugar que vivemos. Na nossa casa, sim, na nossa família, sim, por isso vale o olhar, a dedicação, o envolvimento e o empenho a fim de fazer diferente, de fazer acontecer, nas contas, no relacionamento e nos reais valores daquilo que queremos viver!

O que eu gostaria de deixar para finalizar essa reflexão é em relação à sua parte, a minha parte e ao que verdadeiramente podemos fazer! E então, o que você pretende fazer diferente em 2024? Já parou para pensar? Comece de agora, dificilmente você se arrependerá.

E no que depende de nós, de mim, de você, dos seus e dos meus, para os seus e para os meus, não vamos vacilar e perder a oportunidade de realizar e procurar, se dedicar para sermos cada vez mais felizes, no que tange os relacionamentos, a saúde, o bem-estar, as risadas, a busca, os momentos, as conquistas, as experiências e as realizações. Claro, sem deixar de lado os cuidados com a sua saúde financeira.

Grande abraço e até a próxima!

sábado, 2 de dezembro de 2023

Cuidado com a conduta nas CONFRATERNIZAÇÕES de final de ano

 Gazeta da Torre

Izabel Carvalho, Consultora

Ter a conduta adequada nestas ocasiões é muito importante. Não que seja menos importante portar-se bem entre amigos e parentes. Mas no ambiente corporativo o resultado dos excessos pode prejudicar uma carreira. É nesse momento de relaxamento onde as pessoas mostram quem realmente são, que um chefe pode, por exemplo, confirmar a impressão que tem de um funcionário que ele pretende promover. Qualquer falha no comportamento pode manchar a imagem pessoal e a da empresa.

A etiqueta social não é uma “frescura” como muitos pensam. Ela é necessária para o bom convívio em sociedade, para impor limites. Não importa o lugar, a situação, o comportamento deve ser sempre pautado pelo respeito e pela boa educação.

O conceito de etiqueta está intimamente ligado à cortesia e à prática de boas maneiras. Não existem regras rígidas, mas está ligada à tradição de cada sociedade. Mesmo o homem da pré-história já havia aprendido a cooperar e se organizar socialmente, até como forma de garantir sua sobrevivência.

Mas, foi na França que surgiram as normas de etiqueta como forma de padronizar o comportamento de um grupo social. Nessa época eram distribuídos aos nobres “etiquettes” fixados nos convites contendo as instruções de como se portar, o lugar a ser ocupado na mesa, entre outras.

Bom mesmo é pensar em etiqueta como uma extensão da ética, como normas de comportamento de respeito ao outro, mais do que os cerimoniais e a forma correta de segurar talheres, etc. Mais importante é ser gentil com os caixas de supermercado, evitar uso de celular em ambientes fechados, ceder a vez a uma senhora na fila, não se exibir, corresponder a um favor recebido, retornar uma ligação e um e-mail, não ocupar duas vagas de estacionamento, nunca esquecer de dizer  “bom dia”, “por favor” e “muito obrigado”. Saber impor-se sem grosseria.

Mas é importante entender que a festa de confraternização é uma continuação da rotina da empresa e as pessoas precisam ter isso muito claro. Melhor comportar-se bem para não se preocupar com o “day after” (a ressaca moral, que é pior que a ressaca da bebida).

Nestes eventos não costumam permitir que se levem parentes e/ou amigos; então é melhor evitar constrangimentos.

Apresentar-se com um visual alegre valorizando o estilo de cada um, mas que seja também adequado na cor, comprimento, transparência etc. Denota extremo mau gosto usar roupas inadequadas mesmo que aquele colega maravilhoso, paquerado o ano inteiro, for presença confirmada. Ter cuidado com os palavrões e comentários, lembrar-se que todos os chefes, diretores e colegas também estarão por lá.

É recomendado que quanto mais alto for o cargo do executivo, menos tempo essa pessoa permaneça nessa confraternização. Isso porque sua presença tende a inibir os funcionários menos graduados.

Os presentes de “amigo secreto” devem ser escolhidos com critério, levando-se em conta o poder aquisitivo do presenteado para não gerar constrangimento. O que for sorteado com o nome do chefe deve escolher algo que obedeça à faixa de preço estipulada para os presentes dos demais funcionários.

Não atrasar porque pode deixar os organizadores ansiosos e é sinal de pouco caso. Pior ainda se o atrasado for o chefe da equipe. Ter discrição na hora de comer e esperar as pessoas hierarquicamente superiores servirem-se antes. Beber com moderação!

Ser agradável e procurar falar de amenidades. Falar mal de chefes e colegas, bem como criticar a organização nesta circunstância é expressamente errado. Evitar contar estórias catastróficas e ficar falando de doenças porque em dias de festa as pessoas procuram alegria e diversão.

As confraternizações são sempre uma ótima oportunidade pra você melhorar seu network. Não deixe escapar esta chance comportando-se como se estivesse na última festa da sua vida. Não esqueça: mesmo sendo dia de festa é uma extensão do ambiente de trabalho!

São apenas algumas dicas porque a dica mais importante é ter bom gosto e bom senso. Em qualquer situação uma pessoa inconveniente torna sempre o ambiente desagradável. Não queira ser lembrado(a) por isso.

Izabel Carvalho, Consultora – Gazeta da Torre

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

O intestino é o segundo cérebro? Entenda

 Gazeta da Torre

Por que este órgão é costumeiramente chamado de “segundo cérebro” dentro da estrutura do corpo humano?

O intestino é, frequentemente, chamado de “segundo cérebro”. Isso acontece devido à sua complexa rede de neurônios e ao seu papel fundamental na regulação de diversas funções corporais e emocionais. Esse conceito está relacionado ao sistema nervoso entérico, que consiste em milhões de neurônios presentes no trato gastrointestinal.

Sim, nós temos neurônios no intestino!

O intestino desempenha um papel vital na digestão e absorção de alimentos, mas vai além disso. Ele é capaz de operar de forma independente do cérebro central, embora também esteja interconectado a ele. Essa rede de neurônios intestinais influencia o humor, o comportamento e até mesmo a cognição.

A neurocientista do SUPERA, Livia Ciacci, explica que, neste contexto, se alimentar nunca foi só sobre calorias porque sempre significou uma sobrevivência em grupo.

Por isso o sistema límbico, aquele responsável pelas emoções, tem uma conexão próxima com o sistema gastrointestinal e com as moléculas sinalizadoras de cada tipo de nutriente.

“O intestino possui cerca de 500 milhões de neurônios. É o suficiente para formar um cérebro próprio! Esse sistema nervoso próprio não tem só a função de coordenar a digestão e absorção, ali também é produzida 90% da serotonina liberada no corpo (sim, aquela substância associada ao bem-estar), além de mais 30 mensageiros químicos e manutenção de toda a rede de bactérias essenciais na saúde”, detalhou.

Tanta complexidade nas interações entre mente e intestino é exemplificada por muitas descobertas recentes na área. Hoje sabemos que o tipo de microbiota (famílias de bactérias) que temos no intestino facilita ou complica a qualidade das habilidades cognitivas, o humor e como o sistema imunológico está.

“Sabemos que alimentos exagerados em gordura e açúcar alteram as mensagens de recompensa no cérebro e que descontamos muitas frustrações e ansiedades na comida! Estudos bem recentes têm mostrado como uma dieta balanceada com o uso de probióticos (“bactérias do bem” que ajudam a equilibrar a microbiota intestinal), apresentaram resultados positivos na diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade”, explicou.

Relação intestino – cérebro

Chamamos de eixo intestino-cérebro a comunicação bidirecional entre os sistemas entérico e nervoso. Ou seja, segundo a especialista do SUPERA – Ginástica par ao cérebro, ambos os sistemas influenciam o funcionamento e desempenho um do outro. “Todas as substâncias produzidas pelo intestino ou por suas bactérias influenciam o cérebro, e o estresse é um exemplo de como o cérebro pode afetar o intestino. O estresse crônico pode causar problemas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia ou constipação”, concluiu.

10 dicas que fazem bem ao cérebro e ao intestino

1.    Consuma uma dieta rica em fibras: As fibras alimentares são essenciais para a saúde do intestino, pois promovem o crescimento de bactérias benéficas. Alimentos como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas são boas fontes de fibras.

• Inclua probióticos na sua alimentação: Probióticos são micro-organismos benéficos para o intestino. Iogurtes e alimentos fermentados são boas fontes de probióticos.

• Hidrate-se: Beber água suficiente é crucial para manter o equilíbrio hídrico no corpo, inclusive no intestino.

• Consuma ácidos graxos ômega-3: Peixes, como salmão e sardinha, são ricos em ômega-3, que ajuda a reduzir a inflamação no corpo e pode beneficiar o cérebro.

• Exercite-se regularmente: A atividade física não apenas ajuda na circulação sanguínea, mas também estimula a liberação de substâncias químicas benéficas para o cérebro.

• Reduza o estresse: O estresse crônico pode afetar negativamente o intestino e o cérebro. Práticas de gerenciamento do estresse, como meditação e ioga, podem ser úteis.

• Durma bem: O sono adequado é vital para a saúde cerebral e intestinal. Tente manter uma rotina de sono regular.

• Evite alimentos processados e açúcares refinados: Esses alimentos podem causar inflamação e perturbar o equilíbrio das bactérias intestinais.

• Mantenha um peso saudável: O excesso de peso está associado a problemas intestinais e pode afetar a função cerebral.

• Mantenha-se mentalmente ativo: Exercitar o cérebro por meio de exercícios cognitivos ou ginástica para o cérebro ajuda a preservar a função cognitiva.

Para reflexão:

“Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor”. Walt Disney.

Você sabia:

O cérebro humano tem a mesma consistência macia de uma barra de manteiga.

Resposta do desafio de Setembro:

Um pedreiro diz: “Se eu tivesse dois tijolos a mais, o dobro desse número seria 100”.

Quantos tijolos ele tem?

a)42         b) 44         c) 48        d) 52         e) 50

 Resposta letra E 50:  48 + 2 = 50 X 2 = 100

Desafio de Outubro:

Quais as capitais brasileiras mais faladas em Dezembro?

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Campanha de solidariedade: PAPAI NOEL DOS CORREIOS

 Gazeta da Torre

Realize muitos sonhos e seja um Super Padrinho (pessoa física) ou um Padrinho Corporativo (pessoa jurídica)!

Muitas cartinhas do Papai Noel dos Correios estão disponíveis para adoção em Pernambuco.

Há mais de 30 anos, os empregados dos Correios, comovidos com as cartinhas em letrinhas recém-aprendidas ou transformadas em desenhos coloridos que chegavam até a empresa, decidiram tirar esses sonhos do papel. Nascia aí uma das campanhas de solidariedade mais queridas do país: o Papai Noel dos Correios.

A ação ganhou força, se espalhou e hoje une a empresa e a população em uma grande corrente de amor e generosidade. Além das cartinhas das crianças da sociedade, desde 2010, os alunos de escolas públicas são convidados a também expressarem seus desejos ao Papai Noel.

A campanha tem como objetivo incentivar o interesse pelo aprendizado da escrita de cartas pelas crianças e estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais, um dos maiores presentes que uma criança pode receber, não é verdade?

Para que tudo possa se tornar realidade, os Correios contam com a ajuda de milhares de padrinhos e madrinhas dispostos a fazer a magia do Natal acontecer. Qualquer pessoa pode participar da campanha e fazer a alegria de uma criança.

O CIDADÃO QUE DESEJA PRESENTEAR UMA CRIANÇA, 

PODE LER AS CARTINHAS NO SITE BLOG DO NOEL 

(https://blognoel.correios.com.br/blognoel/) 

E ESCOLHER UMA OU MAIS PARA ADOTAR

Adote uma cartinha e, neste Natal, seja Você Noel!!!

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Por que seu cérebro precisa questionar?

 

Provavelmente você não lembra do seu primeiro “Por que?”, mas, no seu cérebro, ele foi o início de uma jornada cognitiva que passou pela infância, adolescência e chegou a fase adulta.

Com inúmeros estímulos tecnológicos e menos tempo, muitas vezes também temos menos tempo para questionar e aprender subestimamos a importância do questionamento para o nosso cérebro e como isso nos ajuda a nos desenvolver, enquanto indivíduos e espécie.

Os porquês do cérebro

Mais do que entender os porquês do mundo, é preciso criar relações entre informações e fatos para compreender um mundo que muda a cada instante. Segundo Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, toda bagagem construída pelas experiências ao longo da vida vai se tornando repertório aprendido que são as lentes pelas quais julgamos os novos acontecimentos.

“Mas toda memória e aprendizado que já faz parte do nosso repertório pode ser modulado – nós temos mecanismos fisiológicos que permitem que o cérebro fortaleça, enfraqueça ou troque os conteúdos antigos por outros. Questionar é exatamente usar o foco do pensamento para verificar se algum conteúdo da bagagem pode ser melhorado ou atualizado. É usar a atenção e o pensamento flexível para olhar para a mesma coisa, porém com olhos de principiante”, detalhou a especialista.

Por que questionar?

Você já parou para pensar que tudo que temos a nossa volta nasceu de uma dúvida? Construímos todo conhecimento científico da humanidade porque ousamos questionar. Estamos sempre querendo saber como será o próximo carro, o próximo smartphone, a próxima promoção do trabalho, a próxima tecnologia. Hoje temos uma realidade de vida em sociedade que cria diferentes tecnologias o tempo todo e muda muito rápido – exigindo que cada vez mais tenhamos um comportamento questionador.

“É importante questionar porque é assim que incrementamos o aprendizado em todas as suas esferas, é assim que evoluímos individualmente e em grupo!”, lembrou Livia Ciacci.

Questionar para aprender – um cérebro principiante

No Japão há o termo “Shoshin” que significa “mente de principiante”. Este conceito diz respeito a mente aberta e curiosa da infância que explora as ideias sem a pretensão de “já conhecer sobre”. Este conceito mostra a importância de nos abrimos a ouvir, questionar e aprender.

Ao mesmo tempo que é importante manter um repertório de conhecimento rico e variado, acumular muita bagagem pode influenciar na maneira como você julga novas informações. Os psicólogos citam esse fenômeno como a “fixação funcional” – quando a familiaridade com assuntos ou usos das coisas atrapalha o ato de questionar e visualizar outros pontos de vista ou outras aplicações.

“A fase da vida em que aprendemos mais coisas e mais rápido é na infância, quando ainda estamos livres de hábitos e associações prévias. Assimilar novas informações pressupõe disposição para avaliá-las da forma mais imparcial possível”, detalhou Livia Ciacci – neurocientista do SUPERA Ginastica para o cérebro.

Questionar para ter mais reserva cognitiva

Ainda segundo Livia Ciacci, questionar significa estar buscando mais (ou outras) respostas, e é isso que modula e modifica as conexões entre os neurônios a favor do aprendizado.

Neste sentido, o treino cognitivo ou ginástica para o cérebro oferece uma maior consciência dos próprios processos de aprendizado e aumenta a capacidade de focar a atenção. “Começamos a perceber e controlar a resposta automática e impulsiva, que a ínsula – uma área do lobo temporal – naturalmente nos instiga a dar. E então questionamos, e refletimos sobre atitude que provoca modificações estruturais nos aprendizados, levando a mudanças nas características de quem somos e em como nos posicionamos no mundo. Os desafios de raciocínio flexível e enigmas são super aliados para treinar a mente de principiante, porque precisamos olhar as mesmas coisas de outro jeito para conseguir resolver”, concluiu a especialista.

 

Para reflexão:

Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida. ‘SÓCRATES’.

 

Você sabia:

Cerca de 75% da massa total do cérebro é composta por água.

 

Resposta do desafio de Outubro:

Quais as capitais brasileiras mais faladas em Dezembro?

Resposta: Natal e Belém.


Desafio de Novembro:

Dois patos botam ovos todos os dias. Quantos ovos somam no mês?

a)60          b) 62           c) Zero          d) 2

Resposta na próxima edição:

 

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906

Unidade Boa Viagem

Telefone: (81) 30331695

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

A psicologia por trás de modificações da aparência

 Gazeta da Torre

Por Maria Luiza Viacava Sigoli e Flávia Alexandroni Dias, estudantes de Psicologia, e Jaroslava Varella Valentova, professora do Instituto de Psicologia da USP

Ao pensar em processos de modificação da aparência, imagino que o que venha primeiro à mente sejam os procedimentos de cirurgia plástica ou o uso de maquiagem, isto é, comportamentos focados na estética que fazem uso de tecnologias relativamente recentes. No entanto, a prática de mudar a aparência em humanos não só engloba diversos outros comportamentos, como é utilizada há mais de 100 mil anos.

Qualquer hábito que gere mudanças no corpo entram nesse nicho, ou seja, a variação de roupas, os comportamentos de higiene, os cortes de cabelo, o uso de perfumes, de acessórios, de cosméticos, de maquiagem, os procedimentos cirúrgicos, o bronzeamento, as tatuagens, os piercings, a barba, exercício físico e muitos outros. Neste sentido, a maioria de nós está frequentemente modificando nossa aparência de diferentes maneiras. E como esta tendência de modificar a aparência existe na maioria das populações conhecidas, uma grande parte dos nossos ancestrais provavelmente já possuía esses costumes. Algumas destas mudanças de aparência são reversíveis (como o uso de cosméticos) enquanto outras são irreversíveis (como tatuagens ou procedimentos cirúrgicos).

Existem diversos fatores que explicam a persistência da modificação de aparência em seres vivos, como no caso de larvas de insetos que utilizam materiais variados como pedras ou lama para proteger os corpos moles. Semelhantemente, roupas e vestimentas humanas servem para proteção contra a temperatura, a incidência do sol, a salinidade, a umidade e contra possíveis danos causados pela perturbação da pele. Em parte por causa de fatores ecológicos, as populações humanas mudam as aparências de formas distintas em diferentes lugares do planeta. Estas modificações também dependem do conhecimento tecnológico e do acesso aos materiais locais. Por exemplo, o creme dental com flúor, que estamos acostumados a utilizar em nossa sociedade, serve para proteger, desinfetar e branquear os dentes, sendo este tipo de dentes um sinal de saúde e atratividade em nossa cultura. Porém, em várias culturas antigas, como no antigo Japão com o costume famoso Ohaguro, havia uma mistura para sanitizar os dentes que deixava os dentes pretos. Esta mudança de aparência era julgada como atraente e também como um marcador humano em contraste aos demônios com dentes brancos.

As mesmas modificações de aparência podem ao mesmo tempo servir para diferentes fins. Por exemplo, humanos modificam a aparência para exibirem a qual grupo social pertencem e ao mesmo tempo a quais grupos sociais não pertencem, como no caso de roupas distintas de jogadores e fãs de diferentes times de futebol. Em alguns casos, a mudança da aparência pode sinalizar status social, especificamente com o uso de materiais raros e valiosos, como joias de metais caros, penas de aves dificilmente encontradas ou até dentes e garras de predadores perigosos. Atingir uma aparência rara é, em geral, algo visto positivamente, como, por exemplo, atingir um corpo magro em sociedades com abundância de recursos. Estas mudanças, assim, sinalizam o esforço que a pessoa fez para alcançar o material ou forma corporal custosa. As alterações pelas cirurgias plásticas podem parecer como um meio de encurtar o caminho duro para atingir essas modificações, o que – estudos mostraram – faz com que as pessoas que se utilizam dessas cirurgias ou até de edições de fotografias sejam percebidas como menos confiáveis por terceiros.

Outras modificações de aparência acontecem só em alguns momentos ou períodos limitados, como forma de marcar um período especial que geralmente muda o status social da pessoa. Por exemplo, casamentos ou formaturas e, em outras culturas, puberdade ou circuncisão são rituais que marcam uma mudança social e/ou biológica, e durante o processo se usam táticas de mudança de aparência diferenciadas, às vezes reversíveis (ex. vestido de noiva), às vezes duradouras (ex. aliança).

Como exibido, os fatores socioculturais são cruciais nas mudanças de aparência. Um simples corte de cabelo, por exemplo, pode nos comunicar sinais de status social, etnia, religião, orientação política, gênero, status de relacionamento, entre outros. Essas mudanças não só refletem a individualidade de cada um, por exibirem preferências específicas em relação à aparência, como refletem as características culturais daquela sociedade. Por exemplo, nas sociedades em que lábios volumosos são muito valorizados, será mais frequente a realização de procedimentos de preenchimento labial ou uso de técnicas de maquiagem que passem a impressão de lábios maiores.

Subjacente a toda variedade individual, cultural e ecológica, com distintas técnicas locais para mudanças de aparência, temos os fatores biológicos e evolutivos. Isso significa que o comportamento de alterar a aparência ajudou nossos ancestrais, seja aumentando a sobrevivência (como o que ocorre na camuflagem), seja estimulando a reprodução (indicação de status e exibição sexual, por exemplo). Nesse caso, modificar a aparência é um mecanismo adaptativo e evolutivamente antigo que existe em diversas espécies, aumentando a sobrevivência e reprodução dos indivíduos, sendo, ao mesmo tempo, uma tática que serve para fins sociais, como marcação do próprio grupo social.

Para exemplificar, podemos nos apoiar em um comportamento muito frequente: a maquiagem. A maquiagem afeta a atratividade feminina ao simular indicadores biológicos, como a idade, simetria ou contraste manipulando a própria percepção e a do outro – estudos psicológicos demonstraram que mulheres com maquiagem são avaliadas por terceiros como mais atraentes do que mulheres sem maquiagem. Além disso, elas se autoavaliam como mais confiantes, com uma maior autoestima e até mais saudáveis quando estão usando cosméticos. Isso mostra aquilo que foi exibido anteriormente, que ao mesmo tempo que vontades individuais e fatores socioculturais permeiam essas mudanças estéticas, elas contribuem para a sobrevivência e/ou o sucesso reprodutivo do indivíduo, o que faz com que esse comportamento tenha sido mantido ao longo da evolução.

Portanto, com tudo que foi exposto acima, percebe-se a influência das mudanças de aparência nas nossas sociedades atuais e na história da humanidade e de outras espécies. Elas estão presentes há muitos e muitos anos e isso se dá tanto pelo seu envolvimento com o sucesso social e reprodutivo dos indivíduos, como por ser tão notável em expressar preferências individuais e sinalizadores sociais de populações com culturas específicas. Assim, conclui-se que os instrumentos de modificação da aparência possuem um significativo papel individual, social e evolutivo e, exatamente, devido a sua importância e frequência nas mais diversas populações e espécies, tal área deve ser muito pesquisada, visto que estudos sobre esses comportamentos ainda são bem escassos.

Fonte: Jornal da USP

--- divulgação ---

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Montar a decoração de Natal mais cedo deixa as pessoas mais felizes, segundo estudo

 Gazeta da Torre

O Natal é a época mais feliz do ano, seja pelas lembranças na infância ou porque ficamos mais sociáveis. Você já fez a sua decoração de natal?

Se você queria um motivo para começar a decoração de Natal mais cedo, aqui está: estudos comprovam que esta é realmente a época mais feliz do ano. Segundo o psicanalista Steve McKeown, os enfeites de Natal nos remetem à lembranças da infância, o que, consequentemente, torna os nossos dias mais alegres. "Os enfeites natalinos são como uma âncora que nos levam àquelas emoções mágicas de entusiasmo da infância. Então, quanto mais cedo começarmos as decorações, mais durará este sentimento!", explicou o especialista ao site inglês Unilad.

--- Dica Gazeta da Torre ---

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E, se você ainda não se convenceu, saiba que o clima natalino pode te ajudar a fazer amigos! Segundo pesquisa realizada pelo Journal of Environmental Psychology, os pisca-piscas nas janelas, guirlandas e decoração nas casas, mostram aos vizinhos que você é acessível e amigável. Então, se você é novo no bairro ou se ainda não teve a oportunidade de se apresentar para o morador da casa ao lado, talvez esse seja o momento de pendurar a seu enfeite na porta.

E mesmo para quem perdeu um ente querido recentemente, o Natal ainda é considerado uma data feliz. Isto porque, segundo a psicoterapeuta Amy Morin, o feriado pode ajudar a lembrar momentos de alegria com a pessoa. "Decorar cedo pode ajudar a se sentir mais conectado com este indivíduo", finaliza.

Portanto, nada de desculpas para montar sua árvore de Natal este ano – e faça o quanto antes! Escolha uma das teorias acima e coloque em prática.

Por Marina Paschoal, Casa & Jardim

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

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sábado, 11 de novembro de 2023

Por que Coca-Cola e Nestlé foram acusadas de mentir sobre reciclagem de garrafas de plástico

 Gazeta da Torre

Um organismo de defesa dos consumidores e dois grupos ambientalistas enviaram uma queixa legal à Comissão Europeia acusando as empresas de fazer greenwashing - fazer campanhas e marketing promovendo a imagem de empresa com preocupações ecológicas mas sem de fato agir como tal.

O greenwashing é considerado uma prática enganosa dirigida a consumidores que querem ajudar o planeta escolhendo produtos que não danificam o meio ambiente.

Os órgãos argumentam que as garrafas dessas empresas nunca são produzidas inteiramente de materiais reciclados.

Em nota, a Coca-Cola disse poder fundamentar as informações contidas em suas embalagens, enquanto a Danone disse estar continuando a investir em sua infraestrutura de reciclagem.

A queixa à Comissão Europeia se concentra nas alegações das empresas de que as garrafas de água de plástico descartáveis são 100% recicladas ou 100% recicláveis.

A Organização Europeia do Consumidor, apoiada pelos grupos ambientalistas Client Earth e ECOS, disse que essas informações são enganosas, especialmente quando acompanhadas por imagens ou símbolos ecológicos.

As entidades insistem que as garrafas nunca são feitas inteiramente de materiais reciclados e que a capacidade de reciclá-las depende de uma série de fatores, incluindo a infraestrutura disponível no local onde são comercializadas.

“A evidência é clara: as garrafas plásticas de água simplesmente não são recicladas repetidamente para se tornarem novas garrafas na Europa”, disse Rosa Pritchard, advogada da ClientEarth.

"Uma taxa de reciclagem de '100%' para garrafas não é tecnicamente possível e, só porque as garrafas são feitas com plástico reciclado, não significa que não prejudiquem as pessoas e o planeta."

“É importante que as empresas não representem a reciclagem como uma solução mágica para a crise do plástico. Em vez disso, precisam concentrar esforços na redução do plástico na fonte.” [...]

Fonte: BBC

--- divulgação ---

O Instituto Pro Anima está precisando de ajuda com urgência

 Gazeta da Torre

O Instituto Pro Anima é uma organizada independente que atua, desde 2014, na proteção e recuperação desses animais em situação de rua, vítimas de maus tratos e abandono. Com apoio de doações, além de salvar vidas e promover adoções responsáveis, monitorada, esse trabalho da proteção dos animais também contribuir para saúde pública dos municípios.

Tudo começou quando a presidente da instituição, Rose Cavalcanti, ofereceu lar temporário para uma cadela e seus seis bebês, que estavam abandonados no pátio do Detran.

Hoje a sede que fica em Aldeia, abriga mais de 200 cães. Infelizmente o local é alugado e precisamos entregar o espaço em Dezembro de 2023. Nossa urgência, além da ração (consumidas em média de 50kg por dia), medicamentos, produtos de limpeza e higiene dos cães, que são as necessidades básicas, o Instituto Pro Anima precisa de material de construção para finalizar a obra no local próprio em São Loureço da mata.

@institutoproanima

AJUDA: PIX 04484775484

Contato: 81 9861-1195  (WhatsApp)

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O Brasil em bolhas: indícios para compreender o País na era das redes

 Gazeta da Torre

Professora da USP, Janice Theodoro

Coisas esquisitas andam acontecendo. Dizem, à boca pequena, ser a culpada a Inteligência Artificial (IA). A IA pôs fim à antiga lógica dos partidos políticos e fidelizou as pessoas em bolhas. O tempo dos sindicatos ficou para trás. O resultado da entrada na vida política deste novo parceiro, a tecnologia, foi um desastre político com consequências para a floresta, para os índios e para a vida humana. A covid, os ianomamis e o Inpe provam.

Quem é e o que pode fazer a IA?

Decidi desafiá-la. Sem fuzil, entrei no combate munida de percepções sobre os grupos humanos. Na mistura, acrescentei delicadezas teóricas, teológicas e banais.

Descrever é o primeiro passo para conhecer o Outro. Comparar, o segundo. Compreender o sentido das coisas e propor questões, o terceiro passo.

Bula para leitura de um Brasil em bolhas

Por hábito dividi o Brasil em três Grandes Bolhas. O motivo dessa divisão é simples: o apreço pelo número três. Chamei cada parte de Grande Bolha. Elas se subdividem em outras milhares de sub-bolhas, consoantes e dissonantes entre si, na aparência. Na raiz, as microbolhas têm parentesco com a Grande Bolha.

Para economizar palavras e não cansar o leitor, descrevi apenas as Grandes Bolhas. Lembrem-se: na origem, a IA usa as estatísticas e os sentimentos estetizados para sistematizar dados, manipular emocionalmente as pessoas e ganhar dinheiro. Um dia, espero, servirá para o bem-estar do cidadão.

Hipótese:

As Grandes Bolhas se organizam em torno da renda, objetos de consumo, modelos de escolaridade, níveis de arrogância, padrões estéticos, graus de vaidade, formas de conceber o trabalho, a paz, tipos de comida, maneira de apresentá-las, graus de apreço à liberdade, índice de alegria, apego à ciência, respeito ao contrato social, ao livre-arbítrio, à natureza da ira, do amor ou do ódio, apreço por fantasmas, por cachorros, entre outras tantas variáveis. As Grandes Bolhas se subdividem em microbolhas, nas quais outros ingredientes são acrescidos, como gênero, cor, afinidades culturais (músicas, filmes, times de futebol, entre outras) e tipos de contratos de trabalho (legítimos e ilegítimos, típicos e atípicos). Não há espaço para incluir todas as variáveis. Só a IA consegue.

As Grandes Bolhas, mais que os partidos, oferecem indícios para compreender o Brasil. O objetivo deste “jogo” é descrever e buscar o sentido das variáveis agrupadas e manipuladas pela IA.

Apesar de fragmentárias, existe sentido dentro das bolhas. Aqui vai um rabisco do desenho.

A Grande Bolha 1

Características: os recém-nascidos da Grande Bolha 1, antes de falar, apreciam com o olhar, na prateleira do quarto, o livro O Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry. Vestem indiferentemente a cor azul, a cor-de-rosa, o branco, o amarelo, o verde. Os adultos apreciam o linho, com algumas referências indígenas. Toques nacionais. As opções de gênero e religiosa são de escolha do rebento, por meio do exercício da razão, na idade apropriada. Defendem o transporte público, mas usam carro, sem que o carro seja objeto de desejo. Nos finais de semana, exercitam as pernas, usam bicicletas. Os livros têm destaque como objeto de consumo. São adquiridos e lidos. Mantêm a capacidade crítica em relação às redes sociais e, ao mesmo tempo, são conscientes dos avanços e importância da tecnologia. Olham o Brasil de cima, do avião. Evitam roteiros turísticos e a multidão. Nas conversas, demonstram ser cidadãos do mundo. Na decoração, apreciam um estilo clean. São discretos.

Acompanham a política nacional e, principalmente, a internacional. Sem ilusões e com distanciamento, compreendem os limites da soberania dos Estados Nacionais e a precariedade, inevitável, dos organismos internacionais.

Tem apego à razão, à liberdade e à democracia. Inserem na vida cotidiana o hábito da prudência, convivem com o contraditório, reconhecem as diferenças entre o público e o privado e consideram animadoras as conjugações entre eles.

Com relação à concepção de tempo, passado e presente têm importância. Quanto ao futuro, prevalece a consciência bruta de que seremos pó. Sem ilusões.

Mantém apreço pelo humanismo, pela literatura russa, pelo teatro inglês e pelo livro recém-lançado na pauta dos debates atuais. Apreciam e frequentam concertos. Fazem uso apropriado da língua portuguesa e com ela exercem a superioridade na cadência e no tom. Mesmo descontraídos, evitam as palavras grosseiras. Controlam os gestos e a distância entre as pessoas. Fazem uso político do silêncio. Negociações, só na sobremesa ou até mesmo no café. Elegância acima de tudo.

A Grande Bolha 1 é mais apegada à cultura e à ciência do que ao dinheiro, embora reconheçam as utilidades do vil metal. Cultura é objeto de silenciosa e arrogante discriminação social, semelhante à nobreza de sangue (diferentemente do dinheiro, a cultura é quase intransponível quando se pretende igualar as pessoas). Igualdade é estilo, não realidade; bondade, romantismo açucarado, liberdade para quem pode. São atentos à questão ambiental, às desigualdades sociais e respeitam a vida humana, animal e vegetal. O Estado é defendido de forma parcimoniosa. A marca do grupo não é dada pela renda, mas por um genuíno apreço inconteste pela democracia nos quadros das tradições do Ocidente: separação de poderes.

Ateísmo e a razão estão no cerne do “Eu” da Grande Bolha 1.

Existem defeitos nesta bolha, como em todas as outras. Uma arrogância escondida no despojamento estético, maior capacidade em competir do que em fazer junto, colaborar. A grife desta bolha é uma ironia finíssima. O prazer incontido em vencer o Outro na discussão, seja mãe, amigo ou colega (de preferência). A arrogância da razão, do conhecimento, envolve provas estatísticas, defesa da ciência e uso primoroso da retórica argumentativa. Desprezam a vastidão da tragédia contida numa modesta margem de erro. Vencer na discussão é o melhor dos manjares.

Entre os privilégios normalizados pela Bolha 1 destacam-se os hospitais, os médicos e os remédios, os pequenos prazeres com custo inalcançável para a maioria da população. Os planos de saúde, em suas subdivisões, nos permitem conhecer as microbolhas da Grande Bolha 1. Desigualdades expressas em um imenso catálogo de instituições, médicos, fisioterapeutas credenciados ou não credenciados. Quem está fora desta bolha, sofre na fila do SUS. Nem sempre o abandono da razão por parte da humanidade, em favor do obscurantismo, se dá por burrice. Às vezes, a raiva começa pelos planos de saúde ou nas filas, do SUS, do INSS, pelo preço de uma bolsa, de um vinho, de um restaurante inacessível…

Embora arrogantes, os habitantes da Bolha 1 sustentam acesa a chama do livre-arbítrio. Assumem responsabilidade pelos atos praticados. Mantêm na cabeceira da cama o livro de Hannah Arendt, em língua estrangeira. Apesar das dificuldades, da vaidade, às vezes reconhecem as burrices praticadas ao longo da vida, tão próprias do ser humano. Sabem separar coisa de gente. Teoricamente atribuem maior valor às gentes, defendendo políticas sociais, de vacinação, alimentação e habitação.

Nesta bolha, merecem destaque os físicos. São os que veem melhor e se vestem pior. Podem recusar o banho em nome da reflexão. Representam um ponto fora da curva em matéria de gosto. Mas ninguém da Bolha é capaz de propor um princípio como eles, de nome Incerteza.

Quanta beleza na incerteza. Eles pontificam e abrem caminho para a dúvida.

O obscurantismo atual foi plantado com a razão. Um desejo colossal de prescrever realismos para todos e em todos os momentos (mesmo os inúteis). A frase que mais repetem é: “Sendo realista…”.

Não se deve desumanizar os obscurantistas organizados. Se a planta brotou, tinha terra embaixo, a mesma terra onde brotou a razão.

Afinal, citando Francisco Goya, “O sono da razão (também) produz monstros”.

A Grande Bolha 2

Características: amam a fartura, seja de comida, carros ou objetos. Gostam de churrasco. São gulosos. Procuram presentear os filhos com o que faltou, e desejaram muito. Prevalece na memória dos pais, avós e bisavós, tataravós experiências de falta. Falta de dinheiro, vida dura e peregrinações pelos estados brasileiros. Identificam com precisão as virtudes do dinheiro, na vida cotidiana, na política e na aposentadoria.

Com relação ao tempo, os habitantes da Bolha 2 percebem o tempo na longa e curta duração. Presente prazeroso para si. Futuro certo (financeiramente) para os filhos. Têm dificuldade com a língua inglesa e procuram oferecer aos filhos instrumentos para superar o desafio. Respeitam a estabilidade dos empregos públicos e valorizam o trabalho dos professores primários, secundários e universitários, responsáveis por abrir as portas para o futuro dos filhos. Convivem com a preguiça, sem irritação.

São religiosos à moda brasileira. Respeitam diferentes cultos. Gostam das festas, principalmente de São João. Devotos, acendem velas para diversos santos. Não esquecem de agradecer as graças obtidas por pedidos difusos. Conversadores, riem de si mesmos, brincam de desestabilizar as autoridades por meio do riso lúdico. Manipulam com humor bem proporcionado as relações, evitando a animosidade ou a inveja. A política está no sangue, e o palavrão, entre os homens, também.

Incorporam mudanças com facilidade. A combinação entre computador, terra e produção é desafio vencido sem receio. Gente calada, autoritária na raiz, sabe da importância em ter amigos no poder, garantia para o futuro. Desconfiados, mantêm reservas financeiras. Um pouco no colchão, um pouco no banco. Reconhecem os perigos da vida e sabem que os erros fazem parte dela.

Perdoam.

Corajosos, enfrentam, no dia a dia, metamorfoses trocando o cotidiano do campo pelo da cidade e o da cidade pelo campo. Gostam de terra, do cheiro de boi e de plantação. A Bíblia é para o padre ler na missa. São cismados. Só de olhar, confiam ou desconfiam de uma determinada pessoa. A sensibilidade fala alto. Deixam rastros de riqueza. Saboreiam o luxo e a luxuria. Afinal, tanto trabalho merece prêmio, admiração. São pé na estrada. Gostam de carro com vocação rural, mesmo na cidade. Comparecem a lançamentos de livros acompanhados de suas senhoras, mas não têm tempo para a leitura. Transitam com habilidade do negócio para a política e da política para o negócio. Os homens, na maioria, são mulher-dependentes.

O Estado é incorporado no imaginário de forma mais positiva do que negativa, embora prefiram evitar os impostos, do ponto de vista pessoal. Negociam. Aceitam o contraditório como uma estética necessária à vida política. Mas são cabeça-dura, difíceis de mudar as ideias. Quando o tema é ajudar em casa, discutir questões de gênero, avançar na pauta de costumes, tendem para o machismo. Paternalismo, hierarquia e autoritarismo preponderam em detrimento da liberdade. Liberdade “pra” que e “pra” quem? A liberalização dos costumes é aceita para o filho e para a mulher do Outro. Lealdade ocupa a maior parte do espaço mental. Liberdade fica no fim da fila.

Acostumados ao tempo lento, resquícios coloniais, sabem esperar, ouvir, fazer política, tanto no pequeno município como na capital do Brasil. A lealdade com os amigos é marca. Dão valor à palavra, aos compromissos assumidos, ao fio do bigode. Convivem e participam de governos democráticos, autoritários e, se necessário, de ditaduras. Mudam de posição, sem dor.

Na Grande Bolha 2, prevalecem os afetos e vestígios de religiosidade católica. A razão vem depois. Sobrevivem marcas de origem, da filosofia moral baseada em vícios e virtudes, à moda brasileira, implantada desde o período colonial pelos missionários. Os limites entre vício e virtude são confusos, circunstanciados, assim como entre o público e o privado. Tudo muda de lugar dependendo da personagem, do poder, do dinheiro e do momento histórico.

Sabem separar o que é coisa e o que é gente. Entendem a fome e reconhecem a vida como um valor maior. Aprovam auxílios como Bolsa Família, Saúde para Todos e um Estado focado em políticas sociais com cores municipalistas.

O Brasil profundo reteve pedaços de uma percepção de mundo de raiz humanista. Santo Tomás de Aquino ilumina uma razão circunstanciada. Há justificativa para quase tudo, garantindo para muita gente um bom lugar na eternidade. A culpa é repleta de atenuantes. A Graça permite a todos, rico ou pobres, ser objeto dela, independentemente de sucesso financeiro ou qualquer outro. A educação é valorizada mais nos papos do que nas verbas. Na Bolha 2, o voto é pessoal, de pessoa para pessoa. São mutantes na política. A acomodação, não o conflito, é meta. Estimulados, podem favorecer a temperança. A fraternidade existe, com variações conjunturais.

A Grande Bolha 3

Características: defendem a família, o trabalho e as armas. Sentem arrepios diante de desocupados, marginais e encostados. Consideram o Estado como inimigo número um. Os participantes da Bolha 3 defendem a narrativa do self made man. Estes ideais têm história. Nas imigrações e nas guerras, Primeira e Segunda.

Defendem a iniciativa privada como sentimento ancestral. Nas origens, carregam vivências de abandono e perseguição linguística e de apropriação pelo Estado de suas propriedades (Segunda Guerra). Permanece no inconsciente, por gerações, uma sensação de desamparo, de falta de liderança, de uma outra cultura, menos preta, menos índia e mais europeia, com corais e orquestras.

São arredios às relações humanas, fora da família. Sentem um profundo bem-estar ao imaginar total independência: “Fiz tudo sozinho. Não devo nada a ninguém. Construí meu patrimônio sozinho, eduquei meus filhos em escolas particulares, com muito esforço, criei o meu negócio enfrentando o fisco e as leis trabalhistas. O Estado só serve para atrapalhar”.

Apreciam a substituição da palavra empresário pela palavra empreendedor. O sonho é ser patrão de si mesmo. Sentem-se protegidos por uma autoridade, um líder político-religioso. Desconfiam de toda a humanidade. Tem dificuldade em tecer vínculos fora da família. Gostam de viver na sua própria bolha.

Em termos de valor, as coisas precedem às gentes.

Expressam coragem para investir/arriscar a poupança. São criativos nos negócios e na incorporação de novas tecnologias. Os habitantes da Bolha 3 caminham sem boia para a velhice, criticando a previdência social, pública, em favor dos planos de previdência privados. Evitam pensar na doença, no desemprego e nas dificuldades das famílias para cuidar dos idosos. Supõem generosidade obrigatória dos filhos e netos. São incansáveis na manipulação da culpa.

Exímios trapezistas, trabalham sem rede de proteção. Depreciam o papel do Estado como árbitro das relações de trabalho, seu maior inimigo. Preferem os autônomos: cada um por si e Deus por todos. Em matéria de religião, são marcados pela Reforma Protestante. Existe materialização da Graça por meio do trabalho, da disciplina e do sucesso financeiro. A acumulação surge com chancela de Deus. Gostam de carros possantes e caros. Apreciam livros encadernados em bibliotecas e a distribuição de Bíblias na rede escolar. Irritam-se com o ócio, com a preguiça e com os programas sociais.

Os habitantes da Bolha 3 valorizam as fronteiras. Evitam contatos, misturas, trocas químicas ou de ideias. Ao abrir a janela, ao ver o vizinho, percebem o perigo, da rua e do transeunte desconhecido. A medida certa, para os contatos humanos fora da família, é: bom dia, boa tarde ou boa noite. Fórmula certa para evitar problemas. Os “amigos” são vistos com aspas. Concebem a humanidade toda como um grupo formado por interesseiros. Não se pode relaxar na Bolha 3. Não se deve esquecer o fato de o colega de trabalho ser um competidor nato. Do ponto de vista arquitetônico, adoram muros, portas e portões consecutivos. Enquanto um fecha, o outro não abre. Pensam: alguns portões deveriam abrir apenas para uns e não para todos.

O habitante da Bolha 3 tem grandes chances de vencer na vida.

Considerando sempre estar cercado de inimigos, a arma é necessária para a defesa. No momento de descanso, é indispensável ser sócio de um clube de tiro para descarregar a tensão. A ansiedade é inevitável, assim como os ansiolíticos.

Com relação ao riso, ao uso de palavras grosseiras e metáforas do baixo corporal, a Bolha 3 é preparada para, por meio da tecnologia, atuar nas redes, avivando a animosidade, a ira e a inveja.

Receita certa para agregar as dores contidas no viver em uma sociedade profundamente desigual. Desmontam a arrogância, desafiam a ciência e brincam com a razão, colorindo a política com motosserras, cachorros e fantasmas. Aprimoram a fórmula do riso lúdico para desestabilizar o inimigo, o estrangeiro, o Outro. Aproveitam a velha fórmula do obsceno, da pornografia e do maldizer para inferiorizar o “inimigo”, desmontar lideranças inimigas. O riso de escárnio aglutina seguidores facilitado a comunicação das redes.

São os melhores comunicadores, na cenografia, na linguagem e na produção de fake news.

Bolha ou partido?

Qual o problema de se organizar em bolhas, e não em partidos políticos?

Partido é uma parte de um todo. Cada parte tem consciência da existência de outras partes. Cada fração tem um líder treinado para conversar com as outras partes. O diálogo pode ser fácil ou difícil. Mas há com quem falar, negociar. Já as bolhas vivem da tensão interna. São feitas de fragmentos.

Bolhas não possuem líder, mas sim comunicadores. Eles produzem e reproduzem uma determinada identidade em um círculo fechado. Diferentes identidades se separam umas das outras. Para evitar interferências entre si, elas compram mísseis, se armam. As formas de relação e comunicação utilizadas entre as bolhas são as milícias, as guerras ou privação, na bolha dos inimigos, do essencial para a sobrevivência humana.

No vazio da linguagem política, envelhecida, comunicadores proliferam reafirmando identidades (gatos, cachorros, música, beleza, viagens, filósofos). Sem agentes para negociar, prevalece o conflito, onde o único negociador, o mais poderoso, é o potencial bélico.

Falar com quem?

Uma bolha não escuta, nem vê a outra.

Bolhas explodem.

Por Janice Theodoro da Silva, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

Jornal da USP

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