Dejetos sendo despejados no Rio Capibaribe ao lado da Ponte da Torre |
“O que ocorrer com a Terra, recairá sobre os filhos da
Terra. Há uma ligação em tudo...”
Desconheço a autoria da frase, porém ela tem ressoado aos
meus ouvidos, nos últimos tempos, com mais intensidade e frequência.
O que temos presenciado? No Brasil e no Mundo, vemos
frequentemente atos insanos... Por toda parte, cidadãos e os próprios governos,
cegos pelo dinheiro e poder, visando apenas ao favorecimento econômico,
desmatam, destroem a natureza, poluem as águas e o ar...
Comprometem tudo que se chama VIDA... VIDA de qualidade,
VIDA saudável, VIDA realmente HUMANA... À nossa vista, desfila, através das
mídias e telejornais, um exército de homens robôs? Sem coração? Todos movidos
pelos mesmos objetivos de enriquecimento, de poder, de suposto sucesso e
desenvolvimento, se digladiam, se corrompem pela posse de patrimônios
materiais, como se fossem todos eternos ou talvez que os pudessem levar
consigo, na morte, onde afinal, todos se encontram: ricos e pobres, políticos e
cidadãos comuns...
Não... Infelizmente, como diria o pequeno príncipe, eles
são homens sérios, não têm tempo de fazerem um pit stop! De serem empáticos e
refletirem à custa de quê e de quem estão nesse patamar... Não têm tempo de
refletir, nem mesmo para onde estão conduzindo o nosso planeta Terra. O que se
vislumbra no fim desse túnel?
As leis criadas pelos homens podem ser manipuladas pelo
próprio homem, mas pensando nas leis universais, será que o homem tem o mesmo
domínio e controle? Quais as consequências de se alterar o curso natural delas?
Será uma espécie de cegueira, ou falta de visão, não se
compreender a inter-relação de tudo aquilo que existe no TODO? A realidade universal é uma teia de aranha,
onde o menor gesto ou movimento afeta a estrutura TODA. Será que não se
percebe, ou se tem ignorado, que as variações climáticas, os degelos, as
inundações, os furacões, as secas, o crescente empobrecimento da fauna e da
flora, correspondem a respostas nítidas da Natureza, que vem se rebelando no
Mundo inteiro?
Vive-se a serviço de um consumismo desenfreado, que,
indiscriminadamente, polui o planeta. Não se investe proporcionalmente em
políticas de preservação ambiental, responsabilidade social e sustentabilidade.
Percebe-se que, em grande parte, há apenas meros discursos. Inconscientes ou
ignorando os consequentes danos causados à natureza, continua-se a matar todas
as espécies de VIDA, a própria TERRA e a HUMANIDADE, pois, paralelo à suposta realidade
de desenvolvimento, sucesso, riqueza e ostentação, convive-se, lado a lado, com
a situação dos lixões e dos inúmeros “seres humanos” que sobrevivem dentro
dessa triste realidade, em total condição de invisibilidade social.
O texto de Andreas Attila de Wolinsk Miklós, na Folha de
São Paulo, expressa bem esse contexto contemporâneo: “o panorama atual do meio
ambiente mostra que as sociedades atuais deixam muito a desejar em termos de
organização do espaço, tão evidentes são os testemunhos da degradação.
Constata-se um número crescente de fontes poluidoras advindas de atividades
industriais, comerciais, de aterros e lixões, de atividades agroindustriais e
agrícolas. Tais atividades geram os mais variados resíduos poluentes, gasosos,
líquidos e sólidos. Estamos, pois, diante de um processo tecnológico incapaz de
satisfazer as necessidades humanas sem degradar ou poluir; processo que gera
consequências nefastas ao ambiente e coloca a vida do homem em perigo.”
Perguntemo-nos: Qual o saldo futuro de leis que favorecem
o desmatamento, a destruição da Natureza, a poluição, em função de um suposto
desenvolvimento? A desigualdade social tem sido reduzida? A saúde pública tem
sido fortalecida? A educação tem sido priorizada? O interesse dos cidadãos tem
sido defendido? As propostas têm sido cumpridas e a confiança, estabelecida?
Dentro desse contexto, qual o mundo que se deixará como
herança para as próximas gerações e nossos próprios filhos?
E, novamente, me vem à mente uma frase poderosa:
“Quando a última árvore for cortada, quando o último rio
for poluído, quando o último peixe for pescado, aí sim, eles verão que dinheiro
não se come...”
Ótimas Reflexões e Insights!
Abraço fraterno!
Vera Silva
Verasilva.mastercoach@gmail.com
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