quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Coluna O LIMIAR DA EDUCAÇÃO - Novembro/2014

Por Evalda Carvalho - Colaboradora Gazeta da Torre



No imaginário das crianças, há sempre o mundo do “faz de conta” que pode ser, por exemplo, um reino feliz, um tesouro encontrado, um herói atuante, uma vitória desejada etc. O “faz de conta” infantil está presente nas narrativas conciliadoras, compensatórias, embaladoras de sono e são capazes até de despertar alguma moral pedagógica.

Já no mundo “real”, o processo educacional é de tal maneira, atrelado à maturidade do indivíduo, que não se deixa confundir com qualquer aspecto de ficção. No entanto, às avessas de um comportamento compatível com a bagagem de conhecimento adquirido, temos um mal que se alastra mais e mais, entre jovens e adultos: a indiferença.

Bem distante da ignorância e ao mesmo tempo colocando em xeque a base de formação do caráter individual está a indiferença, representando um percentual expressivo de pessoas que não se envolvem com alguma questão polêmica, não participam de movimentos sociais, não formam opinião própria sobre determinado assunto, afastam-se de temas controversos e de todo tipo de conduta que os leve a tomar um posicionamento.

É para estas criaturas, alheias à discussão, ao diálogo crítico e ao debate construtivo, que a educação, na prática, pode trazer numerosos benefícios. Ser ou estar alheio ao aprendizado não faz bem a ninguém, sobretudo neste século em que a informação circula com velocidade surpreendente, a ponto de gerar um divisor de águas para aqueles que se importam com tudo ao seu redor.

O que leva uma pessoa a jogar lixo no chão, “fazendo de conta” que desconhece os prejuízos causados por tal ação? Por que a honestidade é quase sempre esmagada no “faz de conta”da consciência, que tolera o erroem favor próprio? Qual será a perspectiva de alguém que tem muito conhecimento e dele nada põe em prática? Até quando o mundo do “faz de conta” será o companheiro dos adultos no equívoco da indiferença?

Diante dos questionamentos, eis mais um: dá para imaginar o quanto é importante ter consciência dos atos e das responsabilidades acumuladas através dos vários papéis assumidos na sociedade? A verdade é que,com o tempo, vamos somando experiências na condição de pais, tios, avós, educadores e até vizinhos! E ter um bom desempenho nisso tudo só é possível se abandonarmos de vez a indiferença, deixando o “faz de conta” na faixa etária que lhe é legítimo, e partirmos à batalha em prolde atitudes enobrecedoras.

Ao se tomar uma posição sobre tal ou qual assunto, há sempre riscos. Porém, no que pese o que os outros podem pensar, é bem melhor, em todas as circunstâncias, combatermos a indiferença, vez que só a coragem de pesquisar, analisar, avaliar e assumir esta ou aquela opinião pode produzir maturidade no indivíduo.

Estar indiferente ao que se passa no nosso entorno é dar um tiro no próprio pé, propagando a omissão, a covardia e muitas vezes a falta de interesse em mudar para melhor, crescer!!! O resultado é a estagnação intelectual, o desdém moral e a mediocridade.

À medida em que o tempo avança, a idade nem sempre anda de mãos dadas com a maturidade. Que tal pensarmos em sair da nossa “zona de conforto” e encararmos com seriedade, na prática, tudo de correto que aprendemos? Dê o primeiro passo no caminho do bom exemplo, deixando de uma vez por todas o “faz de conta” e assumindo a sua parcela para melhorar a sociedade. Como diz o Dalai Lama: “Seja você a mudança que quer ver no mundo”. Então, mude!




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