Os comportamentos coletivos desta época de fim de ano, sob o olhar da neurociência
O último mês do ano é também um mês repleto de nostalgia
que remete a surpresa, novidade, amor, paz e recomeço.
São as duas datas – Natal e Ano Novo, que fazem com que o
mês de dezembro tenha características únicas – que para muitas pessoas
ultrapassam o sentir: o último mês do ano tem seu próprio jeito de ser visto,
sentido e até mesmo o seu próprio cheiro, será mesmo?
Mais do que sentimentos relacionados, a neurociência explica
de onde vem esse sentimento de que, tudo nesta época do ano, é diferente.
Cheiro de Natal e cheiro de Ano Novo… será?
Os cheiros são moléculas percebidas por células
especializadas localizadas no alto da cavidade nasal – os neurônios
quimiorreceptores olfatórios. Temos cerca de 10 milhões deles.
E por que afinal de contas ligamos alguns cheiros com
determinadas situações? Segundo Livia Ciacci, neurocientista parceira do
SUPERA, o córtex piriforme é responsável pela percepção consciente dos aromas e
o córtex entorrinal se projeta para o hipocampo, onde além da consolidação da
memória olfativa, também ocorre a ligação com o sistema límbico – a área das
emoções.
“Podemos concluir que os cheiros têm conexão direta com o
processamento das emoções e das memórias, afinal, diferente dos outros sentidos
que passam primeiro pelo julgamento crítico, os odores chegam diretamente no
sistema límbico – a área das emoções”, detalhou.
Então, a resposta é sim: o cheiro de fim de ano existe!
“Desde que a pessoa tenha associado a data a aromas
específicos. Se alguém memoriza o cheiro de panetone ligado ao fim do ano,
todas as vezes que sentir o cheiro vai evocar as memórias de fim de ano, ou
então o contrário, quando chega o fim de ano, o ambiente faz com que ela se
recorde do cheiro”, lembrou.
É possível perceber esse fenômeno mais facilmente quando
observamos as estratégias de marketing usada por grandes varejistas como forma
de atrair o consumidor por suas emoções.
Por exemplo, o “cheiro de shopping” é, na verdade, óleo
essencial. Cafeterias espalham cheiros de guloseimas, decorações natalinas são
perfumadas. Tudo nesta época especialmente contribui para nossas memórias
olfativas que vão se firmando com o passar dos anos”, detalhou a neurocientista
do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
A infância no Natal
Quando falamos de Natal, algumas lembranças são
especialmente marcantes. Biologicamente a infância e adolescência são fases da
vida em que exploramos o ambiente com maior intensidade, e com isso,
armazenamos informações importantes para a sobrevivência, e dentre elas, os
cheiros.
O Núcleo de Neurociências do Instituto de Ciências
Biológicas da UFMG realizou algumas pesquisas para explicar como os cheiros se
vinculam a diferentes lembranças e direcionam o comportamento.
O estudo identificou entre outras coisas que a serotonina
(importante neurotransmissor que modula o humor), quando liberada no bulbo
olfatório, modifica a representação neuronal dos odores, atribuindo significados
àquela memória olfativa.
Ainda segundo Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA –
Ginástica para o cérebro, a modulação do significado dos cheiros tem relação
direta com as experiências.
“Isso explica porque o passado de natais felizes fica
associado à percepção dos cheiros dessa época, assim como acontecimentos
trágicos próximo da mesma data podem modificar essas sensações”, detalhou.
Voltando a conviver no Natal e no fim de ano
Essa é uma boa notícia para quem tem boas lembranças
desta época, ou nem tanto para muitas pessoas. “Para quem tem boas lembranças,
o Natal ativa o sistema de recompensa do cérebro, trazendo prazer e reforçando
o encontro como algo benéfico. O ato de conviver socialmente em si é necessário
para nós, é um estímulo que mantém nossa mente saudável, independentemente de
ser com familiares ou amigos”, lembrou.
Por outro lado, há quem não tenha boas lembranças desta
época do ano. “Quando algumas pessoas experimentam um aumento do estresse e da
ansiedade nessa época, geralmente motivada por uma série de fatores que alteram
a rotina. Como por exemplo, as pressões por comparecer a confraternizações,
compras de presentes, a redução ou alteração do ciclo do sono, mudanças na
dieta, as altas temperaturas”, alertou.
Nestes casos, a principal dica quando falamos do nosso
cérebro, é buscar entender o que motiva esse sentimento, se é uma memória
específica ou se é um misto de situações.
“A partir da autoreflexão, não devemos ter receio de
respeitar nossos próprios limites. Perceba que os tipos de pensamentos mais
comuns dessa época envolvem a sensação de obrigação: “Tenho que agradar as
pessoas”; “Tenho que comprar presentes”; “Tenho que estar feliz”; “Tenho que
fechar as metas”; “Tenho que fazer uma ceia”.
Entender que você não é obrigado a cumprir coisas ou
rituais que não fazem sentido para você, ou não trazem alegria e conforto, é o
primeiro passo. Seja honesto consigo mesmo e se necessário ajuda
especializada”, concluiu.
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Para reflexão:
De que adianta temer o que já aconteceu? O tempo do medo
já aconteceu, agora, começa o tempo da esperança. “Paulo Coelho”
Você sabia que:
São mais de 160.000 quilômetros de vasos sanguíneos que
se espalham pelo cérebro humano, e são suficientes para dar quatro voltas na
Terra.
Resposta do desafio de Novembro.
Sou uma letra apenas, mas posso dizer qualquer coisa
sobre qualquer assunto e posso formar qualquer frase. Que letra sou eu?
Resposta: sou uma LETRA DE MÚSICA
Desafio de Dezembro.
O que é, o que é?
Que ao andar deixa um rastro e parado deixa três?
Resposta na próxima edição:
Serviço:
Método Supera - Ginástica para o Cérebro
Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP
02-4270)
Unidade Madalena
Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.
Telefone: (81) 30487906
Unidade Boa Viagem
Telefone: (81) 30331695
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