Gazeta da Torre
As candidaturas femininas à presidência da República
bateram recorde desde a redemocratização do Brasil. Das doze chapas
registradas, quatro são de mulheres, de acordo com dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Simone Tebet, Soraya Thronicke, Vera Lúcia e Sofia Manzano
tentam chegar ao Palácio do Planalto. Dessa forma, o pleito deste ano tem a
maior representatividade do gênero já registrada na história. Essa também é a
primeira eleição geral com duas chapas totalmente femininas disputando o
Planalto, com as candidatas à presidência e a vice com Simone Tebet e Mara
Gabrilli formando uma chapa e Vera Lúcia e a indígena Kunã Yporã outra.
Apesar do avanço, a cientista política Priscila Lapa
ressalta o risco de sub representação feminina na política brasileira.
A eleição deste ano é a primeira com a lei de combate à
violência política contra as mulheres em vigor. Uma das primeiras medidas de
impacto aprovadas pelo Congresso Nacional para incentivar a participação
feminina na política é outra lei que assegura o percentual mínimo de 30% e
máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Na ótica da cientista política
Ana Tereza Duarte, essa determinação vale apenas no papel.
A participação de mulheres como candidatas à presidência
começou em 1989, com a advogada Lívia Maria, que ficou na 16ª posição. Em 2006,
a ex-senadora Heloísa Helena foi a primeira mulher a receber mais de um por
cento dos votos válidos. Já em 2010, foi a vez de Dilma Rousseff ser eleita a
primeira presidente mulher do país. No segundo turno, a petista venceu o pleito
contra José Serra, do PSDB.
A cientista política Luciana Santana observa que 2022,
ano em que se completam 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, o país
tem apenas 15% de mulheres na Câmara dos Deputados.
Para a historiadora e autora do livro O voto feminino no
Brasil, Teresa Cristina Novaes Marques, a luta continua.
Cada conquista alcançada pelas mulheres é sempre marcada
por muita luta como o voto feminino no Brasil .
Fonte: CBN Recife
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