quarta-feira, 27 de agosto de 2025

A pedra fundamental do Complexo Solar Colinas

 Gazeta da Torre

Pernambuco deu mais um passo na transição energética. Foi lançada, em Garanhuns, no Agreste, a pedra fundamental do Complexo Solar Colinas, empreendimento que vai transformar a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) em uma das maiores produtoras de energia solar do Estado.

Resultado da Parceria Público-Privada de autoprodução energética da Compesa junto às empresas Kroma Energia e Elétron Energy, o empreendimento tem investimento de R$ 268 milhões. Com previsão de início de operação em maio de 2026, as Usinas Fotovoltaicas (UFVs) Colinas 1 e 2 terão capacidade instalada de 104,18 MWp (megawatt-pico), produzindo energia suficiente para garantir que, até o próximo ano, 70% do consumo da Compesa venha de fontes renováveis.

A pedra fundamental, que simboliza a construção do empreendimento, foi lançada na última sexta-feira (22) pelo Governo de Pernambuco. O projeto deverá gerar cerca de dois mil empregos, sendo 800 diretos e 1.200 indiretos, envolvendo atividades como instalação, manutenção e serviços especializados.

O Complexo Colinas integra o Programa Garanhuns Solar e será formado por três usinas solares: Colinas I, II e III. Juntas, terão capacidade instalada de 130 MWp, com mais de 200 mil módulos fotovoltaicos e investimento superior a R$ 420 milhões.

Uma inovação também estará presente no projeto. O empreendimento terá um ajuste automático no ângulo dos painéis fotovoltaicos, otimizando a produção de energia, mesmo em condições climáticas adversas. O parque solar utilizará o rastreador Vanguard 1P, certificado pela empresa internacional CPP Wind, com a tecnologia de rastreamento solar por inteligência artificial SuperTrack.

Por Magno Martins, jornalista 

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Dados recém-publicados pelo IBGE indicam um aumento no número de idosos usuários da internet

 Gazeta da Torre

Isso levanta um alerta, trazendo à tona a necessidade de discussão de políticas públicas que permitam que os idosos entendam e acessem o potencial dessas tecnologias

O uso da internet alcançou a marca de 70% dos idosos brasileiros em 2024, mas eles sabem como usar a internet? Dados recém-publicados pelo IBGE indicam um aumento na população idosa que utiliza as redes, mas ao mesmo tempo, 66% desses usuários afirmam não saber utilizar os recursos disponíveis. Isso levanta um alerta, trazendo à tona a necessidade de discussão de políticas públicas que permitam que os idosos entendam e acessem o potencial dessas tecnologias.

Sobre o letramento digital na terceira idade, quem explica é a professora Meire Cachioni, do curso de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo e coordenadora do programa USP 60+ na mesma unidade.

“Esse aumento, que aparece nos dados do IBGE, é reflexo ainda de um passado da pandemia. Principalmente em relação aos idosos, nós tivemos um aumento de conectividade e busca de informações e de contatos sociais por meio das redes. Então é um reflexo de um momento em que as pessoas ficaram isoladas.”

Meire ainda salienta que o letramento digital no Brasil é baixo em todas as idades. Mesmo sendo um país com o uso massivo de celulares, os brasileiros em geral não se encontram na condição de letrados digitais. A educação digital, não só para os idosos, é um meio de melhorar a relação humana com a tecnologia, promovendo uma maior consciência sobre as relações sociais e sobre perigos enfrentados nas redes, como fake news, compartilhamento de dados pessoais, golpes digitais etc.

Fonte: Jornal da USP

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terça-feira, 19 de agosto de 2025

82 mil torcedores em 3 dias, na rodada mais movimentada de 2025

 Gazeta da Torre

Por questão de segurança, uma duradoura determinação do poder público evita jogos dos grandes clubes pernambucanos no Grande Recife num mesmo dia – num passado já distante já teve domingo com os três em campo. Assim, as partidas de Sport, Náutico e Santa Cruz pelo Campeonato Brasileiro foram espalhadas entre 16 e 18 de agosto. Foi a primeira vez em 2025 que os três mandos coincidiram na rodada. O Leão foi a campo no sábado (18h30), o Timbu no domingo (19h00) e a Cobra Coral na segunda-feira (20h30). Sim, todos à noite.

Vivendo momentos distintos e encarando problemas de comodidade e mobilidade pública, os três encheram os estádios. Na última parcial oficial do trio antes do fim de semana, o total de ingressos vendidos já estava em 60.112, sendo 26.000 na Arena Pernambuco, 23.500 na Ilha do Retiro e 11.112 nos Aflitos. Até a bola rolar, quase todos os setores esgotaram.

Taxa de ocupação nos estádios passou de 90%

Pela Série A, o Sport empatou com o São Paulo diante de 26.104 pessoas. Ou 99,0% da capacidade atual, que é de 26.345 – o clube rubro-negro ainda não obteve a liberação do Corpo de Bombeiros para operar com 32.500. Pela Série C, o Náutico venceu o Anápolis diante de 13.690. Um índice de 73,2% sobre o 18.694 lugares disponíveis no Eládio de Barros Carvalho. Por fim, o Santa Cruz empatou com o Altos pelas oitavas da Série D sendo apoiado por 42.653 torcedores. Foi, com sobras, o maior público no estado nesta temporada. Esse borderô ficou perto da capacidade máxima do estádio de São Lourenço da Mata, que comporta até 45.500. Neste mata-mata, a taxa de ocupação da massa coral foi de 93,7%.

Ao todo, foram 82.447 espectadores nesses três dias pra lá de movimentados, sendo 51,7% do Santa, 31,6% do Sport e 16,6% do Náutico. A média de público foi de 27.482, excelente. Considerando que eram 90.539 lugares disponíveis, somando a capacidade máxima atual dos estádios, a taxa de ocupação foi de 91,0%. Sem surpresa, os três jogos ficaram entre os maiores públicos do Trio de Ferro em 2025, sendo o maior do Santa, o segundo maior do Sport e o terceiro maior do Náutico. Abaixo, confira os cinco maiores de cada um.

Bilheteria acumulada chegou a R$ 2,9 milhões

Em relação à arrecadação dos clubes, foram duas bilheterias milionárias, algo inédito numa mesma rodada em Pernambuco. No sábado, R$ 1,329 milhão. No domingo, R$ 353 mil. Na segunda-feira, R$ 1,219 milhão. Somando as três rendas butas, o apurado chegou a R$ 2.901.808, com média de R$ 967 mil. Agora imagine esse cenário numa situação um pouco melhor no futebol e em estádios mais estruturados (ou, no caso da Arena, com uma mobilidade melhor). Pois é. A demanda das torcidas no Recife ainda está muito reprimida.

Os 5 maiores públicos do Sport em 2025

1º) 26.324 pessoas: Sport 1 x 2 Palmeiras (Série A, 06/04)

2º) 26.104 pessoas: Sport 2 x 2 São Paulo (Série A, 16/08)

3º) 26.018 pessoas: Sport 2 x 2 Santos (Série A, 26/07)

4º) 24.884 pessoas: Sport (4) 1 x 2 (2) Retrô (Estadual, 02/04)

5º) 24.705 pessoas: Sport (2) 0 x 0 (4) Ceará (Nordestão, 09/07)

* Todos os jogos foram na Ilha do Retiro

Os 5 maiores públicos do Náutico em 2025

1º) 16.832 pessoas: Náutico 1 x 2 São Paulo (Copa do Brasil, 20/05)

2º) 13.914 pessoas: Náutico 3 x 0 Retrô (Série C, 03/08)

3º) 13.690 pessoas: Náutico 1 x 0 Anápolis (Série C, 17/08)

4º) 13.128 pessoas: Náutico 2 x 1 Santa Cruz (Estadual, 25/01)

5º) 9.500 pessoas: Náutico 0 x 1 Ponte Preta (Série C, 24/05)

* Todos os jogos foram nos Aflitos

Os 5 maiores públicos do Santa Cruz em 2025

1º) 42.653 pessoas: Santa Cruz 1 x 1 Altos (Série D, 18/08)

2º) 35.882 pessoas: Santa Cruz (5) 2 x 1 (4) Sergipe (Série D, 09/08)

3º) 30.025 pessoas: Santa Cruz 0 x 1 Sport (Estadual, 15/03)

3º) 30.025 pessoas: Santa Cruz 3 x 1 Ferroviário (Série D, 01/06)

5º) 27.506 pessoas: Santa Cruz 1 x 0 Sport (Estadual, 01/02)

* Os dois maiores foram na Arena PE e os demais no Arruda

Fonte: NE45

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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Exibição oficial do 3º Festival Asteroides em Movimento

 Gazeta da Torre

O  𝟯º 𝙁𝙚𝙨𝙩𝙞𝙫𝙖𝙡 𝘼𝙨𝙩𝙚𝙧𝙤𝙞𝙙𝙚𝙨 𝙚𝙢 𝙈𝙤𝙫𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤, realizado em 6 de agosto de 2025 no Museu da Abolição, celebrou a rica e diversa produção musical de Pernambuco. Promovido pela Lotus Produções & Turismo, o evento reuniu artistas de diferentes gerações e movimentos para entrevistas e apresentações musicais.

A programação de entrevistas foi organizada em blocos, com foco na produção musical local e em importantes movimentos culturais do estado.

A realização do festival contou com a colaboração de:

Ana Patrícia Vaz Manso – Diretora e Produtora Executiva ( Lotus Produções & Turismo)

Matheus Vaz – Design (Lotus Produções & Turismo)

Hermes Costa Neto – Bacurau Filmes

Val JR – Cabide Filmes

Geydson – GD SOM

Museu da Abolição (R. Benfica, 1150 - Madalena/ Recife PE)

Esses parceiros foram essenciais para o sucesso do evento.

A exibição oficial do Festival acontece no  𝗱𝗶𝗮 𝟭𝟲 𝗱𝗲 𝗮𝗴𝗼𝘀𝘁𝗼 (𝘀á𝗯𝗮𝗱𝗼), 𝗮𝘀 𝟭𝟴:𝟬𝟬 𝗵𝗼𝗿𝗮𝘀

𝘾𝙖𝙣𝙖𝙡 𝙔𝙤𝙪𝙏𝙪𝙗𝙚 𝘼𝙨𝙩𝙚𝙧𝙤𝙞𝙙𝙚𝙨 𝙚𝙢 𝙈𝙤𝙫𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝗘 𝘁𝗮𝗺𝗯é𝗺 𝗣𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝗰𝗶𝗮𝗹 𝗻𝗼 𝗠𝘂𝘀𝗲𝘂 𝗱𝗮 𝗔𝗯𝗼𝗹𝗶çã𝗼 𝗠𝗔𝗕

https://youtu.be/yjdTh8gESQI?si=11I1KtXk-BXs27CB

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Acesso a livros de autores com deficiência ainda enfrenta barreiras

 Gazeta da Torre

Escritora denúncia dificuldades para esses autores serem reconhecidos

Artistas com deficiência sempre existiram, mas por muito tempo o capacitismo os manteve excluídos da cultura brasileira. Ainda hoje, poucos deles são conhecidos ou reconhecidos no país e, no caso da literatura, poucos deles são lidos.

Criadora do perfil no Instagram chamado PCD Perigosa, Amanda reforça que a literatura é um caminho para que as histórias de vida dessas pessoas com deficiência sejam conhecidas. No entanto, destaca ela, essas narrativas ainda são pouco acessíveis no país.

“A literatura é responsável por fazer com que a gente guarde a memória do mundo e com que a gente também reflita sobre um tempo específico do mundo. Ela é responsável por documentar cada tempo. Mas o que a gente sabe sobre pessoas com deficiência para além de acessibilidade e inclusão? Por isso é preciso estudar as narrativas de pessoas com deficiência, principalmente aquelas que são criadas sobre elas”, disse ela à Agência Brasil antes de dar uma oficina sobre Liter Def - literatura produzida por e para pessoas com deficiência - na Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, que acontece no centro histórico de Salvador.

Uma dificuldade encontrada por esses escritores, exemplificou Amanda, é conseguir participar de festas literárias, como a Flipelô, onde poderiam divulgar seus trabalhos.

Participar dessas festas literárias, defende Amanda, seria extremamente importante tanto para os escritores Liter Def quanto para seus leitores. “É necessário que a gente esteja presente fisicamente porque a literatura PCD [pessoa com deficiência], em geral, acaba se propagando no digital, que é muito importante, mas o contato físico ou o contato humano é muito significativo para a construção da memória porque é a partir dele que a gente entende a as características de humanidade. Eu me reconheço em você e você, mesmo sendo uma jornalista que não tem uma deficiência, se reconhece em mim em vários pontos porque a gente se atravessa. Esse tipo de contato é primordial para um autor com deficiência, inclusive para uma rede de contatos de trabalhos”, destacou.

Mapeamento

O universo desses escritores PCD ainda não é conhecido no Brasil. Mas, no ano passado, o Ministério da Cultura e a Universidade Federal da Bahia começaram a fazer um levantamento para mapear artistas, agentes culturais e profissionais com ou sem deficiência que atuam na área da acessibilidade cultural. Chamado de Mapeamento Acessa Mais, o projeto busca identificar esses profissionais em todo o território brasileiro com o objetivo de fomentar a criação de políticas públicas que possam tornar a cultura brasileira mais acessível e inclusiva.

Esses dados, diz o ministério, serão fundamentais para garantir que o setor cultural seja inclusivo e atenda às necessidades e demandas de artistas e profissionais com deficiência.

O mapeamento, destaca Amanda, vai ajudar a dimensionar a produção e, principalmente, ajudar a conhecer os autores PCD do país. “Acho que falta uma profundidade para trabalhar pessoas com deficiência dentro da literatura e dentro dos demais assuntos. Nós ficamos sempre [focando] no ponto da acessibilidade e inclusão, só que eu acredito que a acessibilidade e a inclusão são [apenas] ferramentas. Mas quem usa essas ferramentas? Se a gente soubesse mais sobre o sujeito, a gente defenderia melhor as ferramentas, justamente porque a gente saberia o por quê que ele as utiliza. É a partir do sujeito que se estuda todas as outras coisas”.

Ela também defende que esse levantamento poderá ajudar a desenvolver políticas públicas mais eficientes para essa população, que não pode ser baseada somente em cotas. “O fato de haver cota não necessariamente garante que a pessoa vai conseguir acessar a cota”, diz ela.

As cotas são super importantes mas, muitas vezes, a gente está definindo qual corpo vai conseguir acessar essa cota porque o corpo que tem deficiência intelectual, por exemplo, vai precisar de um terceiro para conseguir chegar até lá. Talvez falte uma política pública voltada a como preencher esses formulários e a identificar esses artistas e conseguir direcioná-los”.

Fonte:Agência Brasil

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Superbactérias e arsênio foram encontrados em ostras vendidas no Brasil

Gazeta da Torre

Poluição no meio ambiente cosseleciona bactérias resistentes a arsênio e antibióticos em ostras comestíveis coletadas em mercados brasileiros, sinalizando urgência de atualizar controle

Uma pesquisa investigou a ocorrência e o genoma de enterobactérias – classificadas como críticas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por seu perfil de resistência a antibióticos. A análise foi feita em 108 ostras frescas comestíveis de mercados de São Paulo. A cosseleção identificada entre resistência antimicrobiana e a bioacumulação de arsênio mostrou que o metal pesado filtrado pelas bivalves (animais que possuem duas conchas) junto aos resíduos antimicrobianos podem ter origem na poluição ambiental. Por isso, a microbiota se torna tolerante aos dois: medicamento e arsênio.

Prova disso é a identificação, pela primeira vez, da bactéria Citrobacter telavivensis em alimento nas amostras coletadas em mercados brasileiros. Registrada inicialmente em 2010 em um hospital de Israel, o estudo atual confirma a atual contaminação do meio ambiente.  O trabalho tem autoria de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP em parceria com o Instituto Pesca, entre outras instituições.

No estudo, a produção de CTX-M-15, enzima relacionada à resistência bacteriana em frutos do mar por C. telavivensis também foi relatada pela primeira vez. Além disso, as concentrações totais de arsênio nas ostras analisadas variaram de 0,44 a 1,95 mg/kg. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece limite máximo de 1 mg/kg. Outros metais foram identificados, mas não passaram dos limites máximos. Apesar dos achados em ostras coletadas em cinco mercados de São Paulo e Santa Catarina, os animais analisados não são rastreáveis para identificar a origem da contaminação.

“Se uma bactéria é resistente aos antibióticos e metais pesados, essa bactéria possui o plasmídeo [material genético] com essas resistências. Ela vai sobreviver em um ambiente poluído com metais e antibióticos”, explica Felipe Vásquez Ponce, primeiro autor do artigo e doutor pelo ICB. Plasmídeos são uma parte extra do material genético de bactérias que são compartilhados entre elas e adquiridos ao longo de suas vidas, ou após a reprodução pela célula-mãe. Essa dupla resistência pode dificultar mais tratamentos de infecções por essas devido à toxicidade do metal presente no alimento.

As amostras coletadas foram removidas assepticamente e processadas para isolamento e identificação de enterobactérias resistentes a carbapenêmicos e/ou cefalosporinas de terceira geração, potentes antibióticos. A tolerância a metais pesados ​​foi avaliada por ensaios de microdiluição, e a quantificação de arsênio, mercúrio, cobre, cobalto, prata e chumbo foi realizada por técnicas avançadas de química analítica. As enterobactérias foram sequenciadas e sua virulência foi avaliada por meio de modelos de infecção em cultura de células, complementados por análises estatísticas realizadas com Python (linguagem de programação).

Monitoramento escasso

Ao viverem fixas e se alimentarem por filtração, ostras acabam refletindo a qualidade da água onde se desenvolvem — elas inclusive retêm microrganismos em sua microbiota que escapam de esgotos domésticos e hospitalares. Esses animais mostram, em tempo real, como está o ambiente. Por conta desse achado do Citrobacter super-resistente nas ostras, “é fundamental que haja um maior monitoramento ambiental. Monitoramento não só do arsênio e metais, mas principalmente das bactérias resistentes. Não só das ostras, mas também dos pescados”, afirma Edison Barbieri, pesquisador do Instituto Pesca e coautor do trabalho.

O estudo revela que o acúmulo de contaminantes, arsênio e resíduos de fármacos no ambiente seleciona bactérias adaptadas a sobreviver em ambientes adversos. Apesar disso, ainda faltam pesquisas para avaliar a colonização bacteriana em humanos – por isso o monitoramento é tão importante. “O quão grande é esse risco é impossível dizer, porque não monitoramos e não temos dados temporais”, lamenta Barbieri ao explicar sobre a falta de recursos investidos. A fragilidade do monitoramento de superbactérias no Brasil é grande, quadro agravado em se tratando do ambiente marítimo, conforme o pesquisador.

O fato desses alimentos serem consumidos in natura e sem o cozimento aumenta a possibilidade de contaminação. O risco destacado pelo pesquisador é maior nas pessoas que são imunocomprometidas, idosos e crianças. Para o especialista, o primeiro passo para fomentar o monitoramento é saber a situação atual em todo o País, onde se consome o animal, onde se produz, e a situação das bactérias resistentes no ambiente. Quando uma pessoa infectada chega ao hospital é muito difícil saber se isso ocorreu pelo consumo de alguma coisa, pelo contato com um familiar ou por um animal de estimação, como um cachorro, o que reforça o ponto de Barbieri.

Fonte: Jornal da USP

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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

O cabeleireiro desbravador Edelson Barbosa

 Gazeta da Torre

A definição acima retrata o começo da história de um dos grandes empresários pernambucanos, Edelson Barbosa de Souza. Antes de ser um homem de negócios, Edelson é originalmente um cabeleireiro, encaminhado para esta profissão por necessidades financeiras. Vindo de São Lourenço da Mata para morar com a avó, no Recife, aos dois anos, presenciou logo cedo as dificuldades que a falta de dinheiro gera.

“Minha avó era uma pessoa humilde e muito lutadora”, lembrou saudoso. Já com 10 anos arrumou o primeiro emprego e no ramo, na Rua da Imperatriz, com Alexandre e Aércio Filipine. “Foi realmente onde tudo começou e fui apresentado ao mundo da beleza”, comentou Edelson que não imaginava que aquela profissão seria a da sua vida. Quatro anos depois foi trabalhar no bairro da Torre, no salão da cabeleireira Nair Meireles, prestando uma consultoria.

Não passou muito tempo e tornou-se sócio do salão, aos 15 anos. Com 16, o marco na sua história profissional, ele montou o seu próprio negócio. “Apesar da idade, eu tinha muita vontade”.

Corajoso, desde o início e até hoje, está na linha de frente do salão. “Sempre fui o primeiro a chegar e o último a sair. Se preciso me ausentar, alguém da família assume”, garante.

Desde que chegou no bairro da Torre, ainda garoto, nunca mais saiu. Nas horas de brincar, o lugar escolhido por Edelson e seus amigos era o campinho de futebol, em frente à tradicional igreja da Torre. “Lá era a minha segunda casa; me diverti demais brincando com os meus amigos”, comentou o cabeleireiro que logo lembrou de outros lugares que frequentava bastante. “ A gafieira do Sesi, o Bar do Rui, o Mercado da Madalena”, citou dentre outros.

A lembrança da tranquilidade daquela época e das transformações que o bairro sofreu é viva também em sua memória. “Sinto saudade do mangue que existia, quando a Beira Rio ainda nem sonhava em ser construída. Recordo de como fez sucesso a ponte da Torre quando foi concluída”, comentou relembrando também amigos como Memede e o pessoal da família Krause. Com as mudanças, surgiram as novidades. “Para a nossa felicidade, até um jornal sobre apareceu. Um jornal respeitado que sacudiu um pouco o que estava parado; nos apresentando coisas que nem a gente mesmo sabia (histórias, comércios e serviços) e de forma leve. Maurício é um benfeitor”, ressaltou Edelson referindo-se ao Fundador do Jornal Gazeta da Torre.

No meio dessa juventude bem vivida, Edelson sempre era chamado pela responsabilidade. Ainda na década de 60, na busca constante da qualificação profissional, morou um ano em São Paulo e um ano no Rio de Janeiro. Já passou meses na Europa se especializando, ganhou prêmios, e não para de se atualizar. “Eu lido com uma das coisas mais importantes que existem: a beleza. Exijo estar sempre antenado”, explicou.

Sério e bastante comprometido com a profissão escolhida, desde o começo defendeu e defende a classe. “Nosso trabalho é tão importante quanto qualquer outro. Não é só cortar o cabelo, lidamos com a felicidade das pessoas”, disse o cabeleireiro que lembrou o quanto o meio evoluiu. “É uma grande profissão e, como em todas, tem os que fazem de qualquer jeito e os que prezam pela credibilidade, que é o meu caso”, falou Edelson pertencente ao mercado há mais de 50 anos.

Generoso, ensina e forma escola entre os que trabalham com ele. “Muitos já voaram. E hoje são grandes vencedores”, alegra-se. Outra grande ajuda para o meio foi sempre a boa postura em relação à sua sexualidade. “Hoje ainda existe preconceito, imagine naquela época. Já fiz muitos gestos impróprios para tentar calar a boca de alguns engraçadinhos”, assumiu sorrindo das travessuras.

Pai de quatro filhos e casado com Judite Barbosa, Edelson expandiu na família o cuidado e o carinho por seus estabelecimentos. “Meus filhos são formados em outras áreas, mas estão sempre pelas lojas”, incentiva Edelson. “Não só a empresa é familiar, mas a clientela também”, lembra. Quem já passou pelas mãos do cabeleireiro sempre volta. “É ótimo porque quem vem a primeira vez depois traz outra pessoa. Fica uma relação com as gerações”, falou Edelson que atendeu e atende até hoje de famílias como a Barreto Campelo, a Montenegro, entre outras do Recife.

Isso é um dos grandes prazeres da profissão. Apesar de cortar menos cabelos hoje em dia, corta mais quando solicitado, Edelson não pensa em parar. “Só pararia se sentisse alguma rejeição da minha clientela”, confessa.

“É ótimo contemplar nosso crescimento e é bom saber que temos uma história que se vende por si só”, concluiu satisfeito.

Por Manuella Gomes, jornalista  – Gazeta da Torre

sábado, 2 de agosto de 2025

Neurocientista desvenda o QI: "inteligência é mais do que número”, revela a especialista

 Gazeta da Torre

Entenda como treinar o cérebro de maneira adequada pode te deixar mais inteligente

O Quociente de Inteligência é a medida da inteligência de uma pessoa em comparação à média restante da população da mesma faixa etária. Em outras palavras: é uma forma de quantificar a capacidade cognitiva quanto às habilidades matemáticas e verbais, resolução de problemas, raciocínio lógico e outras aptidões intelectuais.

A neurocientista parceria do Supera, Lívia Ciacci, explica que a ideia surgiu em 1904 com o psicólogo francês Alfred Binet, que buscava identificar aqueles alunos que precisavam de ajuda extra na escola. Mas o termo QI só surgiu em 1912, quando o psicólogo alemão William Stern criou uma fórmula especial para calcular a inteligência das pessoas: a idade mental dividida pela idade cronológica, multiplicada por 100.  

“Imagine uma criança de 10 anos que desempenha atividades com a proficiência de uma criança de oito anos. Seu QI será 80 e indica precisar de apoio para desenvolver as habilidades de sua idade”, explica. Hoje, a medição é muito mais sofisticada. Testes modernos, como as Escalas Wechsler de Inteligência (WISC para crianças e WAIS para adultos), não usam mais essa fórmula. Em vez disso, eles comparam o desempenho do indivíduo com os resultados de um grande grupo de pessoas da mesma faixa etária. A pontuação é padronizada de modo que a média seja 100.

As limitações do teste de QI

Embora as medições tenham evoluído com o passar do tempo, a neurocientista explica que, mesmo os testes de QI modernos são um retrato limitado das nossas capacidades cognitivas.

“A inteligência humana é multifacetada e esses testes medem habilidades importantes como raciocínio lógico-matemático, habilidades visuoespaciais e memória de trabalho, mas deixam de fora outras habilidades que impactam diretamente no desempenho e na capacidade de aprendizagem do indivíduo, reduzir a inteligência a um número é ignorar a riqueza e a diversidade do potencial humano”, explica.

As habilidades às quais Lívia se refere são: criatividade; inteligência emocional; sabedoria e bom senso; praticidades; talentos artísticos ou motores. Não é à toa que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), documento que norteia a educação no país, propõe 10 competências gerais para a educação. Isso dialoga com essa visão ampla da inteligência, valorizando desde o pensamento crítico até a empatia e a cooperação.

O QI é um bom indicador para como anda o ambiente de desenvolvimento de um país ou região, mas não deve ser entendido como “a inteligência” das pessoas. “Ter inteligência envolve muitos fatores combinados, como o tipo de herança genética, as complexas estruturas do cérebro formadas durante a gestação, e como foram os primeiros anos de vida, incluindo a alimentação, exposição a doenças (como a partir do saneamento básico), qualidade dos estímulos sensoriais, motores e cognitivos na infância, segurança emocional e acolhimento afetivo etc.”, conta Lívia.

Ou seja, QI baixo não é só questão de investimento em educação, o problema começa bem antes, na falta de alimentação adequada e na desigualdade social. O Brasil tem os QIs mais baixos nas regiões Norte e Nordeste, com média de 85. Sudeste e Sul lideram com 90, mas nas áreas mais pobres desses Estados, a média cai bastante. Da mesma forma, nas zonas de elite no Norte e Nordeste, o QI também é mais alto, equiparando-se ao Sul e Sudeste.

Como turbinar seu cérebro e aumentar o QI

Pode parecer simples: para resolver o problema é só aumentar o QI das pessoas. Mas será que isso é possível? A resposta é: sim! É possível aumentar o QI, mas é preciso considerar toda a complexidade do funcionamento do cérebro, pois, como já vimos, ele sozinho não mede inteligência.

“Não podemos pensar em aumentar o QI como se estivéssemos adicionando pontos a um placar, mas podemos melhorar e potencializar nossas habilidades cognitivas ao longo de toda a vida”, argumenta Lívia.

Isso é possível por conta da neuroplasticidade, isto é, a capacidade do cérebro de se reorganizar, formar novas conexões e se adaptar em resposta a novas experiências. Considerando um país com a extensão territorial do Brasil e todas as suas desigualdades, para aumentar o QI médio da população, é preciso pensar em políticas públicas que garantam mais qualidade de vida, redução da pobreza e melhoria da educação formal para a população.

“Uma educação que, como preconiza a BNCC, promove a curiosidade, a investigação, o pensamento crítico, a argumentação e, fundamentalmente, as habilidades socioemocionais. E não custa lembrar, nada de telas e redes sociais na infância! Mais jogos de tabuleiro e atividades manuais e menos televisão”, orienta a neurocientista.

Enrico Alcantara, 7 anos, foi identificado como superdotado e apresenta um QI total de 142 e percentil  99,7, que o coloca entre os 0,3% de pessoas mais inteligentes na sua faixa etária.  Para chegar a esse resultado, o menino fez uma avaliação neuropsicológica que, para além dos testes de QI, cruza os dados com a história de vida do indivíduo, ouvindo família e escola para identificar o perfil cognitivo dele.

“O laudo é bastante extenso e complexo, mas mostra que ele tem habilidades excepcionalmente altas, como compreensão verbal, memória operacional, inteligência fluida entre outros”, diz Aline Alcantara, mãe do menino.

Apesar da inteligência e do desempenho acima da média, Enrico apresentava características típicas da superdotação: perfeccionismo, baixa tolerância à frustração, intensidade emocional e alta sensibilidade. Sem atendimento adequado na escola, a mãe foi em busca de ajuda para que o jovem fosse desafiado de forma consistente ao mesmo tempo em que trabalhasse habilidades socioemocionais de forma lúdica.

A família encontrou na estimulação cognitiva uma ferramenta para potencializar o desenvolvimento de Enrico. “As atividades propostas instigam o raciocínio, o que o estimula e o satisfaz intelectualmente. Ele sente que está num ambiente que o respeita e desafia cognitivamente, o que é muito importante para o seu bem-estar”, comenta a mãe.

Há um ano Enrico faz aulas de estimulação cognitiva semanalmente. Trata-se de uma espécie de treino para o cérebro que desenvolve aspectos como raciocínio lógico, foco e criatividade de maneira estruturada. “Ele se sente motivado e envolvido quando está com as atividades do Supera. Além disso, ele melhorou o engajamento nas atividades mais desafiadoras e na capacidade de concentração. O ambiente o estimula de forma positiva”, relata a mãe.

Para reflexão:

Não desista de sua mente, ela é seu maior bem. Rita Zevi (Médica cientista que viveu até os 103 anos, lúcida)

Você sabia que:

Durante o sono, os resíduos no interior do cérebro são movidos para o fluido espinhal e distribuídos para outras partes do corpo, onde são eliminados.

Reposta do desafio de Junho:

Uma mãe tem 30 reais para dividir entre suas duas filhas.  Que horas são?

a) 13:45      b) 14:45      c) 14:30      d) 15:45

Resposta: Quinze para duas. Resposta letra A, 13:45 horas

Desafio de Julho:

Quantos meses tem 28 dias?

Resposta na próxima edição:

Serviço:

Método Supera - Ginástica para o Cérebro

Responsável Técnica: Idalina Assunção (Psicóloga, CRP 02-4270)

Unidade Recife Madalena

Rua Real da Torre, 1036. Madalena, Recife.

Telefone: (81) 30487906 – 982992551 WhatsApp