sexta-feira, 9 de setembro de 2016

AUMENTA O NÚMERO DE CARROS NA TORRE E MADALENA QUE ESTÃO DORMINDO NA RUA

Gazeta da Torre

Quanto mais carros são produzidos, mais carros são vendidos e, consequentemente, mais carros aparecem para ocupar os poucos espaços que ainda restam em bairros como os nossos, Torre e na Madalena, mesmo com a crise. Foi pensando nessa situação que algumas pessoas já estão começando a investir, convertendo a área que possui em estacionamento. Alguns espaços já contam com Lava Jato, Câmeras de Vigilância, Vigia e preços atrativos para não deixar seu carro dormindo na rua.

Mas, o que levam a ser, hoje, os estacionamentos, os novos vilões da mobilidade urbana? O homem gasta quase duas vezes mais recursos naturais do que é capaz de gerar. Analisando essa frase, a previsão em relação ao futuro soa pessimista. No que diz respeito ao Brasil, pesquisas afirmam que as nossas metrópoles têm uma dívida enorme quando o assunto é desenvolvimento sustentável, e esse processo se arrasta há décadas. Por isso, faz-se necessário criar novos paradigmas no desenvolvimento urbano das cidades. É nesse momento que a proposta de novos planos para um desenvolvimento sustentável faça toda a diferença.

São necessários importantes avanços e o principal deles está no fato de pensar a cidade a partir do cidadão, e não do automóvel. Projetos que defina uma série de regras sobre o que pode ou não ser instalado em cada bairro da cidade; apresentar novas diretrizes para a mobilidade urbana, para a construção civil e para a geração de empregos. O ponto mais relevante do plano poderia ser a criação de mecanismos que efetivamente podem garantir a prioridade para o transporte coletivo.

Para o professor de Política e Transporte, e Doutor em Economia dos Transportes, Bruno Faivre D'Arcier, os melhores resultados em relação à mobilidade urbana aconteceram nas cidades que aplicaram medidas para restringir a velocidade dos automóveis e para aumentar o custo dos estacionamentos na região central.

“Ao aplicar as restrições, há uma internalização dos custos sociais do automóvel. Quando saio no meu carro, estou emitindo poluentes e todos estão pagando por isso. Ao deixar o meu carro estacionado o dia inteiro no local de trabalho, estou ocupando um lugar, que é público, privadamente. Então, se forem criadas formas de cobrar do usuário do automóvel os custos que ele está produzindo, é somente uma questão de justiça”, defende o professor Paulo César Marques da Silva, coordenador da pós-graduação em transporte da Universidade de Brasília (UnB).

“Não se pode criar restrições ao uso do automóvel sem oferecer mobilidade para quem não está usando o automóvel. Senão, há um comprometimento do direito de ir e vir. É preciso investir na mobilidade das cidades para que a liberdade de viver não seja comprometida”, avalia Marques. De acordo com o professor, as duas medidas devem ser implementadas de forma simultânea – tantos as restrições ao transporte individual, como o investimento em alternativas para os deslocamentos. Assim, na avaliação de Marques, a migração do transporte individual para o transporte público ocorrerá de forma natural.

Portanto, a situação em debate não só pode ser sanada pelos órgãos competentes, e sim, também, por nós, que habitamos o planeta. Até podemos afirmar com segurança que existem formas saudáveis e simples para dar nossa colaboração. Como diz um provérbio chinês: “Quando o olho não está bloqueado, o resultado é a visão. Quando a mente não está bloqueada, o resultado é a sabedoria”.




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