quarta-feira, 24 de abril de 2024

A força, a leveza e a versatilidade dos contos da sertaneja Débora Ferraz

 Gazeta da Torre

Escritora Débora Ferraz

É doutora em escrita criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e mestre em narrativas audiovisuais pela Universidade Federal da Paraíba. Nasceu em Serra Talhada (PE), mas mora atualmente em João Pessoa (PB), onde é cofundadora da escola de escrita Edícula Literária.

Débora Ferraz estreou na prosa aos 16 anos com ‘Os Anjos’ (2003). “Não é toda hora, mas de vez em, quando acontece. Quando achamos que tudo está perdido, um milagre surge e renova a certeza de que o novo sempre vem. Parece mesmo que é coisa de anjo. Pena que é rara. É assim, a nova geração diz que sabe, a gente diz que ainda não. Eles dizem que vão, a gente diz espera um pouco. Mas eles são cabeças duras, nem ligam e seguem em frente. Ainda bem que são assim, pois assim nasce o novo. Grata surpresa esta, de ver um talento florescer e frutificar. Bom mesmo é sentir a coragem e ousadia que servem de lição e modelo. Em um mundo estigmatizado pelas guerras, pelas drogas e pelo poder, vence a palavra, o verbo e o sonho. 

Estou certo de que aquele que quiser ler a jovem escritora Débora Ferraz, sentirá a excitação própria da literatura e sua magia, que nos absorve e nos remete ao universo do pensar. Exercício tão pouco praticado em nossos dias, por nossa sociedade hermética. Com uma linguagem fluente e madura, Débora revela-se uma escritora rica em recursos e de uma criatividade invejável, cuja carreira é um fato inexorável. Não posso me furtar a gratidão de poder participar deste projeto, recomendo o trabalho que muito me impressiona e comove, já que transcende o texto em si mesmo, para servir de alento aos que acreditam não haver qualidade nos jovens e para estimular a capacidade de fazer e realizar. Bem sei que é raro, mas acontece. Acho mesmo que é coisa de anjo. Quem ler, acreditará”, apresenta Lupércio Filho, Artista e Educador.

Publicou em várias coletâneas, entre elas ‘Geração 2010, o sertão é o mundo’. Sua obra foi traduzida para o alemão e para o inglês. Uma antologia “fora do eixo” é a proposta de Geração 2010, o sertão é o mundo, que reúne 25 autores, a grande maioria deles nascida no nordeste brasileiro. Publicado pela Reformatório, conta com nomes como Ailton Krenak, Itamar Vieira Junior, Maria Valéria Rezende, Jarid Arraes, Micheliny Verunschk, Mailson Furtado, Franklin Carvalho, Débora Ferraz, Natalia Borges Polesso e Nara Vidal, cronista do Rascunho. A organização é do escritor Fred Di Giacomo.

O livro traz texto de orelha assinado por Marçal Aquino, que enfatiza a “sintonia com os novos códigos sociais e culturais” da coletânea. “Alguns dos autores são iniciantes, outros já possuem trajetórias reconhecidas. Além do sertão, a diversidade os une.”

Para o editor Marcelo Nocelli, os nomes reunidos são em Geração 2010, o sertão é o mundo “são a ponta de iceberg de um movimento literário maior que eclodiu na década de 2010”, de autores que “tinham o fato de virem de fora dos centros de poder do Brasil, serem parte de grupos discriminados, produzirem uma literatura épica e poética e não terem começado suas carreiras apadrinhados por grandes editoras”.

Em 2014, Débora Ferraz surpreendeu com a força narrativa do romance ‘Enquanto Deus Não Está Olhando’, ganhador do Prêmio Sesc e São Paulo de Literatura. Sua chegada ao conto, com a obra ‘Ogivas’, mantém o requisito de uma prosa densa e surpreendente. “O conto é uma forma literária extremamente arquitetônica. Ele tem um peso muito denso, mas é leve, porque se equilibra de maneira geométrica”, afirma Ferraz, que destaca que ‘Ogivas’ é o seu livro mais bélico, e que as narrativas vão ao encontro da ideia de que “a arte não foi feita para ser inofensiva”.

Seus personagens são reais, vivos e tocam pela carga de verdade que carregam. Sua narrativa leva o leitor a um ambiente que se equilibra entre a delicadeza e o abismo. Essas características fazem da escritora uma das melhores vozes da nova literatura.

Fonte: Literatura BR

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terça-feira, 23 de abril de 2024

Nádia Maia e Assisão - Os homenageados do Recife Junino 2024

 Gazeta da Torre

Nádia Maia e Assisão são os homenageados do Recife Junino 2024. Ícones da nossa cultura, os dois levam o forró em suas veias! Viva o São João!

A carreira de Nádia Maia teve inicio em 1975, como vocalista da banda de baile Alcano, que por quinze anos encantou todo o Nordeste com a sua versatilidade de estilos musicais.

Em 1995 ganhou o primeiro lugar do festival Canta Nordeste, da Rede Globo/NE, com a canção Meninos do Sertão de Petrúcio Amorim e Maciel Melo.

Em 1996 gravou dois CDs dedicados aos ritmos pernambucanos, o que lhe projetou para o mercado europeu, com turnê pela França, Espanha e Portugal.

De voz vigorosa, marcante e brejeira, Nádia Maia teve um destaque especial ao longo deste ano no cenário da cultura popular nordestina, pois comemorou 15 anos de forró com muito trabalho, parcerias e amizades.

Ao longo do caminho, Nádia Maia agregou em suas obras a participação de grandes artistas como: Dominguinhos, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Santanna O Cantador, Flávio Leandro, Xico Bizerra, entre outros.

Militante ativa do movimento em prol da Nação Forrozeira, Nádia Maia integra a respeitada Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-serra e ai, e há 2 anos participa da condução do programa cultural da Rádio Folha de Pernambuco todas às segundasfeiras, das 17 às 18h.

Nádia Maia é a representação autêntica da cultura forrozeira em forma de mulher!

Nascido na Fazenda São Miguel, zona rural de Serra Talhada no dia 5 de maio de 1942, Assisão, cujo nome de batismo é Francisco de Assis Nogueira, desde criança já mostrava talento para cantar e compor.

Gravou seu primeiro compacto em 1962 pela extinta  gravadora Rozenblit, quando ainda fazia parte do grupo “Azes do Baião”. Estima-se que Assisão tenha vendido em sua carreira aproximadamente 3 milhões de discos.           

Assisão é considerado um artista inovador. Ele foi um dos primeiros forrozeiros a introduzir, ainda nos início dos ano 80, os sons produzidos pela guitarra, baixo, teclado e bateria nas suas músicas. Mesmo com essa nova roupagem ele não deixou de produzir o autêntico forró.

O cantor faz parte de uma geração de forrozeiros, entre eles, Jorge de Altinho, Alcymar Monteiro, Flávio José, Novinho da Paraíba, que são os baluartes do verdadeiro forró, o original, aquele de Luiz Gonzaga, de Jackson do Pandeiro, do Trio Nordestino e de Dominguinhos.  Assisão contínua, sendo umas das grandes atrações nas maiores e melhores festas juninas do país, como em Caruaru e Campina Grande.  

Fontes: Ser Digital; Forrozeiros PE;

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domingo, 21 de abril de 2024

Mercado da Madalena - Bar Arrumadinho do Abílio

 

A deliciosa Macaxeira com Carne de Sol do Bar Arrumadinho do Abílio.

https://www.instagram.com/arrumadinhodoabilioofc/

Pratos REGIONAIS, bebidas nacionais e importadas.  *Aceita CARTÕES

Bar Arrumadinho do Abílio, Mercado da Madalena, Box 165, Praça da Alimentação.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

As falhas frequentes no fornecimento de energia elétrica em Pernambuco: serviço caro e ruim

 Gazeta da Torre

“A situação está ficando insustentável”, reclama Gerino Xavier, presidente do Seprope, o Sindicato das Empresas de Processamento de Dados do Estado de Pernambuco. Recentemente os representantes das associações Softex, Assespro e Seprope se reuniram para decidir como agir diante das falhas da Neoenergia. Isso porque os danos não envolvem apenas equipamentos, eles atingem o faturamento das empresas, que estão se vendo obrigadas a pagar multas pela suspensão no fornecimento dos serviços que prestam aos clientes.

Além do altíssimo custo cobrado na conta, a percepção do consumidor pernambucano que está faltando mais energia está alinhada com o que está acontecendo no País inteiro, segundo o conselheiro da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Fernando Teixeirense. Ele afirma que a entidade está pedindo uma revisão dos índices que indicam a qualidade do serviço elétrico elaborados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Os principais índices que indicam a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras são o DEC – que mede a duração da interrupção – e o FEC, que mostra a frequência em que ocorreu a interrupção do serviço. “Há um consenso que o DEC e o FEC precisam ser revistos. Eles não contam quando a queda de energia é menor do que três minutos”, comenta Fernando, acrescentando que três minutos sem o serviço pode não impactar o funcionamento de uma casa, mas traz muitos prejuízos às indústrias e aos prestadores de serviços de TI, por exemplo.

Fernando lembra também que o governo federal e as agências devem cobrar investimentos do setor para que o serviço melhore. “A energia é um serviço complexo e tomamos conhecimento de que a Aneel tem um déficit de 40% de funcionários, o que nos surpreendeu”, conta. A agência é quem fiscaliza todos os investimentos de todas as distribuidoras que atuam no País.

Desde 2000, ao menos 884 serviços foram reestatizados no mundo. A conta é do TNI (Transnational Institute), centro de estudos em democracia e sustentabilidade sediado na Holanda. As reestatizações aconteceram com destaque em países centrais do capitalismo, como EUA e Alemanha.

Isso ocorreu porque as empresas privadas priorizavam o lucro e os serviços estavam caros e ruins, segundo o TNI. O TNI levantou dados entre 2000 e 2017. Foram registrados casos de serviços públicos essenciais que vão desde fornecimento de água e energia e coleta de lixo até programas habitacionais e funerárias.

"A nossa base de dados mostra que as reestatizações são uma tendência e estão crescendo", disse a geógrafa Lavinia Steinfort, coordenadora de projetos do TNI, em entrevista ao UOL. De acordo com ela, 83% dos casos mapeados aconteceram de 2009 em diante.

Término de contratos de concessão que não são renovados é a forma mais clássica de "desprivatização" que aparece entre os mais de 800 casos levantados.

Rompimento antecipado de contrato, como aconteceu com a PPP (Parceria Público-Privada) do metrô de Londres em 2010, e mesmo recompras milionárias de infraestruturas que haviam sido vendidas, como vêm fazendo diversas cidades alemãs com suas distribuidoras de energia, são outros tipos de reestatizações que também estão acontecendo. 

O levantamento do TNI encontrou processos do gênero em 55 países em todo o globo. Alemanha, França, EUA, Canadá, Colômbia, Argentina, Turquia, Mauritânia e Índia são alguns deles. 

Fontes: Movimento Econômico; UOL Economia;

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

BBB, a gladiatura pós-moderna

 Gazeta da Torre

Muita gente fica intrigada com o sucesso do chamado reality show Big Brother Brasil (BBB). Os comentários, ao menos por parte de certo segmento sociocultural, são de que o programa é a própria celebração da mediocridade. As pessoas caem matando a expressão é importante tanto no programa, quanto no nível dos participantes. Mas, se faz sucesso, é porque responde a alguma demanda dos telespectadores. De algum modo, o sucesso sempre tem sentido. Mas qual? Desconfi o de interpretações fáceis como a platéia também é medíocre ou somos todos voyeurs. Neste pequeno artigo, tentei ir além do senso comum, ensaiando uma interpretação psicanalítica desse fenômeno contemporâneo.

O BBB dispensa maiores apresentações: mesmo quem nunca assistiu, tem uma idéia do que se trata. O programa se estrutura em torno de um suspense e da participação do público, que vota semanalmente em quem será excluído, ou melhor, em quem irá para o paredão. Para que o público possa votar, a atuação dos participantes no dia-a-dia do programa é decisiva. Aparentemente, estão apenas conversando, namorando, fazendo ginástica, indo a festas. Mas nós (e eles) sabemos que estão se digladiando para eliminar os outros e vencer. Fazem alianças, traem, simulam, dissimulam, enfim, tentam agradar os eleitores. É tudo ou nada: ou a celebridade instantânea, ou a volta ao anonimato que, na sociedade do espetáculo, é, simbolicamente, o mesmo que morrer. É, pois, uma luta de vida ou morte. Vence o melhor, segundo critérios não muito claros. Simpatia? Amizade? Sedução? Esforço pessoal? A fraqueza ou a desvantagem de um dos competidores? Pode ser que não haja critério algum operando em nível consciente, mas simplesmente o “jeito” da pessoa, que agrada ou não à maioria.

O fato é que “paredão”, para nós, brasileiros, é uma clara referência à morte. Disse acima que “as pessoas caem matando” sobre o programa e o nível dos participantes. E, quando escrevi que eles se digladiam pela sobrevivência, fiz nova referência à morte, dessa vez, evocando a gladiatura romana. O psicanalista trabalha com a linguagem, em seu sentido mais amplo. Toma o discurso do paciente (ou o texto, ou o fenômeno social) ao pé da letra, valoriza cada palavra dita, e também a que não foi dita. Segue o fi o da meada das palavras, para ver onde vai dar. Vejamos.

Como os participantes do BBB, os gladiadores também lutavam entre si até o fim. Quando o gladiador vitorioso encurralava o oponente, convocava o voto popular, que podia ser referendado pelo imperador: polegar para cima, vida; polegar para baixo, morte. A vida do perdedor podia ser poupada, se o público o considerasse um lutador valoroso e digno. Em caso contrário, paredão.

A luta entre os gladiadores, ou entre feras e gladiadores, era totalmente realista, e isso empolgava as platéias de Roma. Tratava-se, de certa forma, de um reality show. Era parte da estratégia de despolitização do povo - a conhecida política do pão e circo. Os participantes eram escolhidos em função de seu porte, de sua força e de seu físico. Eram treinados para proporcionar um bom espetáculo, combatendo com bravura e morrendo com dignidade. Podiam ser escravos, prisioneiros de guerra ou cristãos, mas até mesmo homens livres se candidatavam, pois era um caminho possível e rápido para a ascensão social. A entrada no Coliseu era gratuita, e as pessoas da platéia podiam apostar no seu favorito. A gladiatura era tema das conversas no dia-a-dia. O leitor pode encontrar facilmente os pontos de aproximação com o BBB.

O programa escolhe os jovens participantes de modo a oferecer suportes identificatórios para os vários perfis de telespectadores. Além disso, como o voto para a exclusão sistemática envolve toda a população, esta se identifica também com o lugar do poderoso, que ergue ou abaixa o polegar. E, evidentemente, com o sobrevivente, pois, durante o processo, fazemos a catarse da angústia que nos assombra no cotidiano: a angústia da exclusão social, digital, do mercado de trabalho etc. Até a semana que vem, se tudo correr bem, continuamos no páreo.

Há outro elemento que entra na análise do BBB e que, a meu ver, é o decisivo para caracterizá-lo como espetáculo pós-moderno e para compreender seu sucesso. Como na gladiatura, o reality show oferece carne humana para nosso repasto. Somos também o leão na arena, como veremos.

Em outro artigo (Minerbo, no prelo), faço uma análise do filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick (1971). Ali, mostro que a distância entre a coisa e o símbolo vem diminuindo progressivamente, a ponto de o símbolo já não se sustentar na ausência da coisa, precisando da presença de verdade do simbolizado. No filme, a gangue de Alex brinca de atacar pessoas que simbolizam uma civilização em seu ocaso, mas os ataques são de verdade, donde o nome reality game. O 11 de setembro, por exemplo, foi um ataque a um símbolo do capitalismo, as Torres Gêmeas, mas foi um ataque de verdade, pois as torres realmente ruíram, matando milhares de pessoas. Em vários fenômenos contemporâneos (body art, certos crimes em que pais matam filhos e vice-versa), observamos uma mesma lógica subjacente: a fratura do símbolo e a desnaturação da linguagem.

No reality show, faz-se do defeito, virtude. A graça toda consiste em não sabermos ao certo quanto de representação e quanto de realidade há naquilo tudo. O reality show é um espetáculo e, ao mesmo tempo, é de verdade. Os participantes do BBB são pessoas comuns lutando por ascensão social e, nesse sentido, são de verdade. Mas há uma dimensão de representação, já que se trata de um jogo em que eles representam pessoas comuns lutando por ascensão social.

Mas quanto realismo é admitido? Nesse BBB7, não há mais os participantes sorteados, que eram “de verdade demais feios, gordos, velhos, pobres, ignorantes, sem sex appeal – e que, pasmem, acabaram vencendo o último BBB! Provavelmente estragava o suspense, pois o critério para a votação tornou-se muito evidente: favorecer o desfavorecido.

Mas também não pode haver realismo de menos. O organizador do programa tem que aparecer o mínimo possível, ocultando seu caráter de espetáculo. O BBB nos é apresentado como realidade, e assim deve parecer, embora haja, obviamente, alguém que edita, ainda que minimamente, as filmagens. O sucesso do BBB depende de um equilíbrio perfeito entre realismo demais e realismo de menos.

Pois bem, sem desconhecer o lado de representação do reality show – sabemos que é um show – vou enfatizar o reality, isto é, sua dimensão realista, “de verdade”, pois é essa que nos coloca na posição de leões, isto é, de devoradores de carne humana. Quando assistimos a um espetáculo nos moldes clássicos – teatro, circo, e mesmo a novela, já que estamos falando de televisão –, há, entre nós e o corpo dos atores, mediações simbólicas importantes. Seu corpo é o suporte do roteiro, de personagens laboriosamente construídos, há o talento, a iluminação, o palco, enfim, uma série de recursos que se interpõem entre nós e eles. Graças a essas mediações, o corpo do ator transcende seu estatuto de mera exibição de carne humana e passa a ter valor simbólico, tornando-se ator no sentido forte da palavra. Ele passa a ser o suporte necessário para a expressão do talento (ou mesmo para a falta dele – aqui, o que vale é a intenção). No espetáculo clássico, o corpo é representação. No BBB, o corpo é obsceno, não porque esteja quase nu, mas porque é um corpo-carne, sem valor simbólico, pura realidade, excessivamente de verdade” quando comparado com o corpo do teatro, do circo ou da novela. Obsceno: fora da cena - da cena simbólica.

No circo, há uma condição em que essa distância entre o corpo-carne e o corpo-representação diminui até quase desaparecer: é quando se apresentam o anão e a mulher barbada. Ainda assim, eles têm um lugar simbólico legítimo na estrutura circense: eles estão no picadeiro. Tampouco no strip-tease estamos diante de um corpo-carne, pois há o talento da dançarina em desnudar-se. Eles não se exibem como se estivessem em suas casas, exibem-se para nós. Nenhum desses casos é um reality show.

No reality show, o corpo apresentado é o real. Os jovens estão naquela casa preparando um suco de laranja, nadando na piscina, namorando, dormindo e se digladiando por um lugar ao sol no futuro, e tudo isso é “de verdade”. A casa em que eles vivem nos meses de duração do show não tem o mesmo estatuto simbólico de um palco, de um picadeiro ou de uma arena, como na gladiatura. Eles não vão para suas casas para dormir, voltando no dia seguinte. É realmente uma casa, com quartos, cozinha, banheiro, piscina. É claro que é uma casa especialmente preparada para esse fim - é uma casa literalmente cinematográfica: há câmeras em todos os aposentos. Nos bastidores, sabemos, está o apresentador, e precisamos ignorar isso para entrar no espírito da coisa.

Mas os diálogos certamente não provêm de um roteiro; os jovens não estão representando personagens. Os participantes são apenas o que são: participantes. Contudo, diferentemente de um jogo, em que há as regras do jogo, ou da novela, em que há um roteiro, na casa do BBB eles farão mais ou menos o que fariam na vida real; dirão mais ou menos o que diriam na vida real. E, sem roteiro, ninguém foge ao que é - ninguém pode ser muito diferente do que determina seu inconsciente.

Lançados num palco, sem roteiro, bons atores improvisam bem, maus atores improvisam mal. Mas no reality show as pessoas são obrigadas a ser o que são “de verdade”. Nesse sentido, estão realmente expostas, e em três sentidos: ao nosso massacre – “como são medíocres!” -, ao paredão e, principalmente, expostos em toda sua nudez psíquica. E aqui começa a violência do espetáculo - violência que a plebe consome com prazer. Sem o saber, os participantes estão expostos ao público como carne humana. Assim como o gladiador enfrenta o leão praticamente desarmado, apenas com um escudo, eles se expõem e enfrentam o público desarmados, diretamente, sem a proteção das mediações simbólicas – ou com mediações simbólicas mínimas, quando se lembram de que “é apenas um jogo”. Aliás, há os que fazem questão de ter isso sempre em mente - proteção necessária - e os que detestam se lembrar disso. De qualquer forma, entre nós e eles não há nada. Se eles são ridículos, ou medíocres, não é porque o personagem que representam seja ridículo ou medíocre, mas porque eles o são. Tanto quanto na gladiatura, há violência nessa relação não mediada com o corpo do outro. Há violência no consumo do corpo-carne do outro.

O público desses shows aprecia não propriamente o ridículo da participação de um ou a simpatia do outro, mas a obscenidade e a violência que marcam a ausência de mediações simbólicas na relação com o outro. É a gladiatura pós-moderna. Nesse sentido, o espetáculo é feito sob medida para a nossa época e merece o sucesso que tem.

Artigo de Marion Minerbo, doutora em Medicina (Psicanálise) pela UNIFESP

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segunda-feira, 15 de abril de 2024

A Praça da Infância na MADALENA (Eça de Queiroz)

 Gazeta da Torre

Foi entregue no final de semana (13), a 7ª Praça da Infância. Fica na esquina da Avenida Visconde de Albuquerque com a Rua Desembargador Luís Salazar, no bairro da Madalena.

Tem brinquedos feitos em madeira, casa silo, balanço, gira gira inclusiva, pula pula embutida, escorrego e muro de escalada, tudo dividido em círculos temáticos.

Inclusão

As Praças da Infância estão redefinindo a paisagem urbana e promovendo a inclusão social no Recife, representando um compromisso com a revitalização de espaços públicos, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para pessoas de todas as idades - em especial, para as crianças.

Iniciativa

As Praças da Infância estão sendo criadas a partir de uma metodologia que está sendo replicada em toda a cidade, com soluções específicas e em sintonia com o seu entorno. Esse método garante que toda criança recifense tenha acesso às mesmas qualidades proporcionadas por estes espaços.

O projeto é elaborado a partir do “Guia de Princípios para Remodelação das Praças para Infância”, organizado pela Prefeitura do Recife, visando a requalificação paisagística que assegure a motivação de ações voltadas à inclusão, segurança, liberdade, orgulho e visibilidade das crianças.

Fonte:PCR

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sábado, 13 de abril de 2024

A Lei que estabelece o Sistema Nacional de Cultura sancionada no Recife

 Gazeta da Torre

O Recife foi a cidade escolhida para a sanção da lei que institui o marco regulatório do Sistema Nacional da Cultura (SNC). No início do mês de abril (4), o presidente Luíz Inácio Lula da Silva esteve no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, onde assinou a nova lei. O prefeito do Recife João Campos participou da solenidade, que também contou com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes, autoridades políticas e artistas de pernambucanos e de outros estados.

O Sistema Nacional da Cultura foi aprovado no Senado no último dia 6 de março. Trata-se do maior instrumento de garantia dos direitos culturais do país, e a proposta é promover a colaboração entre municípios, estados, Distrito Federal e União na gestão conjunta das políticas públicas de cultura. Além disso, constitui um processo de articulação, informação, fomento e promoção entre os entes federados, controlado pela sociedade civil.

Durante a solenidade no Teatro Luiz Mendonça, o presidente Lula lembrou que o Ministério da Cultura tem recursos garantidos, através de leis como a Aldir Blanc e a Paulo Gustavo, e agora poderá realizar ainda mais com o SNC.

A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, falou na importância da nova lei. “Eu quero dizer que essa conquista é sem precedentes para a consolidação das responsabilidades do Governo Federal, dos governos estaduais, das prefeituras. É uma responsabilidade com o setor artístico do Brasil. Queremos respeito com as trabalhadoras e os trabalhadores da cultura”, afirmou ela.

Fonte:PCR

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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Sem perspectiva de progresso, classes populares se afirmam por mais liberdade econômica

 Gazeta da Torre

Camila Rocha, cientista política

Quase dez anos após a fase mais grave da crise econômica brasileira, alguns indicadores econômicos mostram uma recuperação mais consistente do emprego e uma redução da inflação, ao passo que os juros estão em queda e o saldo do crédito tem crescido no País. Até mesmo os danos da pandemia sobre o cenário macro ficam, cada vez mais, para trás. Ainda assim, a percepção acerca da melhoria na qualidade de vida — segundo pesquisas de satisfação e expectativas — aponta na direção contrária.

Segundo Camila Rocha, cientista política e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), os trabalhadores brasileiros sentem que houve poucas melhorias nas condições de vida e no acesso aos serviços de saúde, educação e lazer. “As pessoas também estão descontentes com o esforço que precisam fazer para receber um salário que consideram muito baixo. Mesmo trabalhando muito, elas sentem que isso não é suficiente para as necessidades básicas, como transporte, aluguel e alimentação. Esse sentimento de que o futuro não oferece uma perspectiva melhor está muito presente; elas constatam que não há avanços”, adverte a pesquisadora.

Para ela, outro fator ainda pesa na insatisfação. A organização econômica, da forma como está hoje — um rearranjo que fortalece o Estado e relega a iniciativa privada para segundo plano —, aponta uma crise de identidade do ponto de vista da legitimação política. “A insatisfação com a entrega é muito grande na população, pois essa organização, como é feita, não a favorece. É por causa dessa crise que vemos fenômenos de radicalização e ascensão de lideranças extremistas à direita”, sintetiza.

Disseminação de valores

Autora do livro Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil (Todavia, 2021), Camila conversa com a jornalista Thais Herédia para o Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, a respeito da disseminação dos valores tidos como de direita na classe trabalhadora e as faixas mais pobres, sobretudo após um ciclo de empobrecimento agudo e de “explosão” no custo de vida ao longo da década passada. “A nova direita, no Brasil, se popularizou. Isso tem se cristalizado como uma identidade”, acrescenta.

Na sua análise a respeito da transformação no sentimento de pertencimento político da sociedade brasileira, a pesquisadora enfatiza que o campo que se considera liberal está, também, mais delineado. Com isso, essa parte da população já compreende — e, até mesmo, defende — qual deve ser o espaço do Estado na economia e até onde deve ter alcance.

“As pessoas, hoje, se apresentam como liberais. Isso não existia antes. Há esse campo político em que se afirmam por mais liberdade econômica e menos impostos. Isso se consolidou, considerando as classes populares”, reforça. “Eles querem que o Estado atue em temas essenciais, mas acreditam que algumas empresas estatais podem ficar de fora do cardápio e serem desestatizadas. Ainda tendem a ser mais vocais contra o aumento de impostos, como ocorreu com a taxação sobre compras no e-commerce do exterior; e, por fim, até mesmo os trabalhadores estão contra a ‘celetização’ de alguns setores, como o de aplicativos, preferindo continuar no modelo implementado pelo setor privado”, conclui.

*Camila Rocha - Mestre e doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em Ciências Sociais pela mesma universidade. Ganhadora dos prêmios de melhor tese de doutorado da Associação Brasileira de Ciência Política e Tese Destaque USP na área de Ciências Humanas.

Fonte: UM Brasil

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O descarte incorreto dos lixos

 Gazeta da Torre

Ação Inverno 2024 já retirou mais de 25 mil toneladas de resíduos dos canais recifenses

A Prefeitura do Recife já retirou mais de 25 mil toneladas de resíduos dos canais da cidade, como parte da Ação de Inverno 2024. A atividade avança mais uma etapa com a limpeza do Canal de São Leopoldo, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste da cidade, nesta quarta-feira (10).

A limpeza, iniciada em 7 de março e realizada pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), está prevista para ser concluída em 16 de abril. 

Até o momento, 13.869 toneladas de resíduos já foram removidos do canal, que tem aproximadamente 1.200 metros de extensão. O custo total da operação é de R$ 200 mil.

Esta ação é parte da Ação Inverno 2024, que visa minimizar os impactos das chuvas, com um investimento total de R$ 314,5 milhões. 

A ação conta com limpeza manual e mecanizada. Outras medidas incluem trabalhos de micro e macrodrenagem, contenção de encostas, prevenção e monitoramento de áreas de risco, mutirões e eliminação de pontos críticos de alagamento.

O descarte incorreto dos lixos acaba sendo direcionado para os bueiros e rios, fazendo com que eles venham a transbordar.

Essa poluição da água nos rios e esgotos, gerado pelo lixo descartado incorretamente contribui também para o fim do ecossistema que existe ali no lugar, pois, com excesso de detrito no fundo, o rio fica mais raso, gerando enchentes.

VAMOS COLABORAR!.

Fontes: CBN Recife; RES Brasil Ltda; @gazetadatorre_oficial;

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#tbt – Gazeta da Torre – Novembro/2011 – O eficiente Geovane Andrade, ex-administrador do Mercado da Madalena e Maciel Melo, compositor e cantor

 Gazeta da Torre

O eficiente Geovane Andrade, ex-administrador do Mercado da Madalena e Maciel Melo, compositor e cantor no lançamento do livro Ciclos. Na época, Geovane em sua gestão desenvolveu um brilhante trabalho. Bons tempos!

Na segunda quinzena de novembro de 2011, Maviael Melo, cantor, compositor e poeta, apresentou no Mercado da Madalena seu livro Ciclos. A obra é um conjunto de versos que circulam em períodos distintos sobre temas diversos, tendo como referencia a poesia de cordel, escritos nos últimos cinco anos, retrata sentimentos, imagens das andanças e vivência do ser poeta e cidadão.

O pernambucano de Iguaracy desenvolve atividades com Literatura de Cordel em várias cidades baianas para professores e alunos de EJA (Estudo para Jovens e Adultos), visando o incentivo a leitura e a produção de versos em cordel sobre temas comuns a realidade de cada município, além de oficinas de criação musical e poética. 

No lançamento, estava seu irmão Maciel Melo, grande compositor e cantor, hoje uma referência da música nordestina. A Gazeta da Torre marcou presença e registrou o grande evento.

https://www.instagram.com/gazetadatorreoficial/

terça-feira, 9 de abril de 2024

Já pararam para observar que em quase toda esquina tem uma academia de ginástica?

 Gazeta da Torre

Rua Real da Torre, Madalena - Recife

Isso é um bom sinal, pois mostra que há mais e mais pessoas cuidadosas com a saúde física. De fato, é necessário estar atento às questões que envolvem o corpo, afinal levar uma vida sedentária não faz bem para ninguém.

Aliada à atividade física, existe todo um conjunto de fatores que também são responsáveis pela saúde. Por isso, é muito importante fazer exames periódicos, para verificar, acompanhar e controlar colesterol, triglicerídeos, glicose, ácido úrico etc.

Você já deve estar pensando que, nesta semana, falaremos sobre Educação Alimentar ou algo parecido.

Na verdade, Educação é um tema tão amplo que se encaixa nas mais variadas situações do dia a dia, como por exemplo, nos cuidados com a saúde.

No entanto, aqui vamos levantar alguns questionamentos para reflexão. Você já procurou incentivar alguém a melhorar a qualidade de vida? Em que aspecto você se considera com autoridade moral para orientar um colega, um familiar, um amigo? Predominantemente, você pratica o que aprende na teoria para ter um bom condicionamento físico? Costuma compartilhar com os outros as lições aprendidas? Seus comentários na direção da outra pessoa são incentivadores e construtivos? Faz elogios com frequência?

Uma pessoa educada não vive isoladamente ou apenas para si mesmo. É sobre isso, então, que recai a responsabilidade de quem pode ajudar e nada faz; de quem tem consciência, mas não possui conscientização; enfim, daquele que se considera sem necessidade de interação, seja para aprender, seja para ensinar.

Portanto, a Educação está dentro e fora das academias, pela simples razão de não poder estar confinada. É através do processo educacional que o indivíduo desperta para os cuidados, não apenas do seu corpo, mas também para sua saúde emocional. De uma forma geral, é consolidando a harmonia desse equilíbrio, que verdadeiramente se obtém qualidade de vida.

Diante das propagandas apelativas de veneração do corpo físico, fazendo promessas, divulgando produtos e comprometendo o tempo disponível de cada um, é necessário refletir na proposta educacional, que vai além de um convite promocional para malhar durante 1 mês. É preciso ter consciência e, sobretudo, disciplina no contexto da convivência humana. Elogie quando for a ocasião. Faça críticas construtivas. Troque as brincadeiras inconvenientes por incentivos para ampliação da qualidade de vida. E seja fiel a tudo o que ensina de outra forma.

Reflitam!

Por Evalda Carvalho, Escritora – Gazeta da Torre

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Atenção mulheres para o uso correto do SUTIÃ - Especialista fala sobre o assunto

 Gazeta da Torre

Mais do que um item de moda, o sutiã é uma peça que deve garantir conforto e segurança às mulheres. No entanto, grande parte delas usa o acessório do tamanho errado – algumas vezes como um truque estético, para salientar e tornar os seios mais firmes, e outras por simples falta de informação. O uso inadequado do item, no entanto, causa danos à saúde e ao bem-estar da mulher.

Apesar de, no Brasil, muitas lojas não permitirem que as clientes experimentem roupa íntima, o ideal é sempre vestir o sutiã antes de comprá-lo, para analisar se está confortável e se oferece uma boa sustentação.

“Quando estudamos a Histologia da Mama, verifica-se que ela possui duas partes: o tecido mamário propriamente dito com suas glândulas produtoras de leite e a gordura”, explica a Dra. Elza Cavalcanti, mastologista/ginecologista do Hospital das Clínicas e colaboradora do Gazeta da Torre.

A Dra. Elza ainda diz: “Quando a mulher completa 35 anos, esse tecido mamário vai pouco a pouco sendo substituído por gordura que é mais pesado que a glândula mamária. Então, a tendência natural neste recipiente que permaneceu o mesmo, mas o conteúdo está mudando, é inexoravelmente a queda. No entanto, há algo que não podemos esquecer: a mama habita sobre vários músculos torácicos. Portanto, a mulher atleta ganha dos outros um suporte muscular robusto que mantém os músculos no lugar. Sugestão: minhas amigas leitoras devem ter uma prática esportiva rotineira (sendo melhor natação/musculação ) e não desprezar o amigo do peito, o bom e velho sutiã...Uso do sutiã é importante, mas não é o que define se a mulher terá seios caídos ou não...”,  finaliza Dra. Elza.

Gazeta da Torre

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O nosso Museu da Abolição na Madalena

 Gazeta da Torre

COMUNICAÇÃO DIRETA POR MEIO DE ACERVOS, INFORMAÇÃO E ARTE

Museu da Abolição 

Maravilhados por nossa criação, acreditamos em algum momento que poderíamos transferir para o mundo virtual tudo o que é real. Não aconteceu. Second Life (ambiente virtual e tridimensional que simula, em alguns aspectos, a vida real e social do ser humano) que o diga. Alguém por lá?

Mas não é só assim que se aprende, nem só isso que importa. Criar, se relacionar, mergulhar num mesmo ambiente é humano e insubstituível. Há algo mágico no presencial. Uma atmosfera que nos preenche e nos conecta profundamente. Compartilhar o mesmo ambiente é mais rico. Temos mais sentidos envolvidos e referências de mundo compartilhadas, ao mesmo tempo, como podemos encontrar em uma visita ao museu, por exemplo. Museus são repositórios de História e se comunicam com você por meio de acervos, informação e arte.

Na Madalena, contamos com o Museu da Abolição (MAB). Você já visitou?

O Museu da Abolição, que está localizado na Rua Benfica, 1150, é um museu público federal, vinculado ao IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus). Sua missão é “Preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e imaterial dos afrodescendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo brasileiro”.

Esta responsabilidade aliada ao papel social dos museus de estar a serviço da sociedade conduz o MAB a refletir também sobre temas transversais, referentes aos direitos humanos, tais como: acesso ao trabalho, políticas públicas de inclusão, intolerância religiosa, racismo, preconceito, exclusão, gênero etc.

O Museu da Abolição vem trabalhando com outras instituições, questões importantes que envolvem temas de gênero, como: a discriminação sexual; o acesso ao crédito por trabalhadoras rurais; a produção das mulheres quilombolas; a formalização do emprego doméstico; a inclusão social; a institucionalização da memória das minorias etc.

Como podemos começar a observar, ir ao museu não é simplesmente um ato "ilustrativo" do conteúdo dado em sala de aula. Museus são locais com grande potencial educativo, onde é possível ter contato com obras de arte originais, além de uma verdadeira noção do que é patrimônio histórico e cultural.

“Isso é, de fato, um desafio para os museus, hoje. Ora, o museu traz (ou pode trazer) uma experiência que essa pessoa não terá na Internet: o contato direto com um objeto não é o mesmo que sua observação por meio do Google Museum, em que se pode até ver a reprodução detalhada do quadro, mas a emoção que se sente não é a mesma que a experimentada quando se está diante da obra, em toda a sua materialidade. Antes de tudo, a experiência do museu é a de deslocar-se e andar dentro de um espaço singular. Você nunca vai viver uma experiência equivalente lendo um livro, vendo um filme, ou navegando em um site. Em todos casos, o museu consegue proporcionar uma experiência, estética, emocional, intelectual – e é isso que faz valer a pena ir a um museu”, responde Benoît  de L’Estoile

Alguns estudiosos dessa temática afirmam que essa experiência direta permite que as pessoas criem possibilidades de ampliar e sensibilizar o seu olhar, além de enriquecer suas experiências, aumentando o entendimento da realidade que as cerca. Esse encontro entre família e museu favorece e resgata um convívio já esquecido e, sem dúvida, proporciona inúmeras descobertas. A descoberta de objetos, imagens, sons… a descoberta do outro e de si mesmo. Museus são espaços repletos de história e cultura. E o nosso Museu da Abolição é uma prova disso, com seus espaços simbólicos, muitas vezes mágicos e surpreendentes. É só visitar para descobrir.

Gazeta da Torre

- diviulgação -

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Distribuição de recursos pelo ESTADO pouco favorece os POBRES e a ECONOMIA

 Gazeta da Torre

O economista Luiz Bresser

A lógica da máquina pública é a de servir como uma espécie de “caixa” que redistribui a riqueza. Em um Estado saudável, esse cenário favorece os mais pobres e as atividades mais dinâmicas da economia. “Contudo, o critério de distribuição, muito frequentemente, não é esse. [Impera] o ‘poder’ que cada um tem para agarrar a sua parte”, alerta o economista e cientista político Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro da Fazenda e da Administração e Reforma do Estado.

Em entrevista ao Canal UM BRASIL, em parceria com a Revista Problemas Brasileiros (PB) — ambas realizações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, Bresser-Pereira analisa a modernização da gestão pública e a distribuição orçamentária perante a burocracia estatal.

O ex-ministro comenta que as diversas crises dos anos 1980, tanto no Brasil quanto na América Latina, exigiam uma profunda reforma estatal — o que não ocorreu. “Aquele cenário permanece até hoje”, acrescenta. Segundo ele, o patrimonialismo do Estado, no sentido que se dá atualmente, desagua na corrupção. “As emendas parlamentares, por exemplo, são um escândalo. Pode-se dizer que isso [que temos] é o Estado patrimonialista, mas chamo de corrupção pura, uma captura do patrimônio público”, adverte.

*Luiz Carlos Bresser-Pereira, doutorado em Economia pela USP, presidente do Centro de Economia Política e editor da Revista de Economia Política. Foi visitante da Universidade de Oxford e do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Fonte: UM Brasil

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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Cerimônia de comemorações dos 80 anos da Polícia Federal

 Gazeta da Torre

Na terça-feira (02/04), no Teatro Luiz Mendonça – Parque de Dona Lindu, o Presidente de desta Instituição Sindical e nosso amigo, o APF Alexandre Simões de Luna foi agraciado com a comenda comemorativa dos 80 anos da Polícia Federal. A comenda foi entregue pelo Delegado Regional Executivo, DPF Daniel Silvestre de Lima.

Reconhecimento pela sua carreira policial, até hoje exemplo a ser seguido pelos mais novos, bem como pela sua atuação na atividade sindical, indispensável para as conquistas da categoria.

Compareceu ao evento um número considerável de filiados, policiais federais e das demais forças de segurança e outras autoridades, representantes dos 3 poderes nas esferas federal, estadual e municipal (executivo e legislativo), militares das 3 forças e representantes da sociedade civil.

Também foram agraciados com medalhas comemorativas os filiados: APF Roberto Egídio de Albuquerque Lippo, Membro do Conselho Fiscal do SINPEF-PE, PPF Tânia Maria Maciel Ribeiro, policial federal há mais tempo em atividade no Estado de Pernambuco, EPF Evaldo Linhares de Sá Marquim, bem como o APF José Romero Moreira Coelho, que recentemente foi promovido ao panteão dos veteranos.

A cerimônia foi apresentada pelo filiado, EPF Giovani de Aguiar Santoro, tendo iniciado com a execução do Hino Nacional, seguido da entrega das medalhas e comendas, discurso do Superintendente Regional no Estado de Pernambuco, DPF Antônio de Pádua Vieira Cavalcanti.

Fonte: Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Pernambuco

terça-feira, 2 de abril de 2024

O “start” de dona Dulce no mundo dos investimentos

 Gazeta da Torre


Depois de décadas trabalhando duro, sempre muito regrada, dona Dulce procurou fazer reservas, de olho no futuro. Ao longo dos anos, sempre se considerou muito conservadora, acumulando suas economias sempre na poupança, com medo de outros produtos que a fizesse perder dinheiro, muito segura disso, e certa de que sua maior fonte de reservas para o futuro era o que guardava no mês a mês, sem se preocupar muito com o que poderia render no longo prazo se investisse em outros produtos.

É verdade que a vida financeira organizada de dona Dulce, contribua bastante nesse processo, pois ela tinha o hábito de poupar todo mês, e acontecia, naturalmente, porque ela sempre gastava menos do que ganhava, e isso já fazia com que estivesse sempre acumulando mais dinheiro.

E além de acumular mais a cada mês devido ao valor poupado, ela estava bastante feliz por ver que o seu dinheiro crescia com o rendimento da poupança, ela sempre achou isso incrível, e motivo de muito orgulho.

Porém podia ser melhor, mas dona Dulce, assim como muitos outros brasileiros que poupam, se dizem conservadores e por isso preferem deixar o dinheiro na poupança, para você ter ideia, hoje, mais de 22 mil brasileiros tem mais de 1 milhão na poupança. Imagina esse dinheiro investido em produtos mais adequados aos planos de cada um deles, vamos falar mais especificamente de dona Dulce, que tem mais de R$ 300 mil na poupança, e desse montante, a reserva de emergência necessária seria de R$ 60 mil, ou seja, ela poderia investir de forma bastante conservadora os outros 240 mil, e no momento, em alguns produtos que rendem mais que o dobro da poupança, e com a mesma segurança dela, porém alguns desses produtos precisariam deixar o valor “travado” pelo período de 1 ou 2 anos por exemplo, o que para ela está ok, ou seja, ela consegue sim ficar com uma boa parte desse valor sem liquidez imediata, e o prêmio por isso seria bem interessante, o retorno bem melhor, e certamente, com ela muito mais orgulhosa e tranquila para o futuro.

Observe bem, não é real quando dona Dulce, e não só ela, diz que é conservadora e por isso, o que poupa fica na poupança, a pessoa pode sim ser conservadora e ter por exemplo, até 10% de seus investimentos na renda variável, ou mesmo nada nesse tipo de investimento, porém, pode sim dentro de um perfil conservador ou ultraconservador, diversificar entre produtos indexados ao IPCA (inflação), prefixados (a rentabilidade não muda diante das mudanças do cenário econômico no período) ou ao CDI (principal indexador da renda fixa), e com isso ter uma carteira mais dinâmica que tire um melhor proveito dos diferentes momentos econômicos que o país atravessa.

E com o tempo, ainda bem, dona Dulce abriu a cabeça, depois de muita conversa, troca de ideias, simulações, insegurança, dúvidas e explicações, o seu filho Célio conseguiu convencê-la de sair da poupança, isso aconteceu há cerca de 1 ano, e ela não poderia estar mais satisfeita e claro, orgulhosa, pois o seu filho mostrou por A + B, comparando como teria sido o desempenho desse primeiro ano na poupança e como foi na carteira de investimentos que ela está, o desempenho obtido.

Se abrir ao novo, escutar, entender e experimentar aos poucos a democratização que o mercado financeiro traz pode ser surpreendente, se cerque de informações, pessoas e empresas de confiança, aja com cautela e tudo dentro do seu perfil e objetivos, que certamente você sairá tão orgulhoso quanto dona Dulce.

Abraço e até a próxima!